Por Jak Spies
Muitas mulheres buscam autonomia financeira e desejam desenvolver competências socioemocionais para o empreendedorismo, mas muitas vezes não sabem por onde começar. Voltado para este público, o III Congresso Realize Mulher, organizado pela Secretaria da Mulher (SMDF) nos dias 9 e 10 de outubro, reuniu cerca de 800 mulheres em uma programação com apresentações musicais, palestras sobre empreendedorismo feminino, práticas integrativas como automassagem e auriculoterapia, além de workshops variados que incluíram até dança do ventre.
Durante o congresso também foi assinada a Portaria nº 156 de 10 de outubro de 2024, que institui o programa Prepara Mulher, destinado a capacitação e orientação de mulheres do Distrito Federal para apresentação no mercado de trabalho formal. À frente da Secretaria da Mulher, Gisele Ferreira afirmou que o programa representa um marco na promoção da autonomia e do empoderamento das mulheres do Distrito Federal, especialmente daquelas que enfrentam situações de vulnerabilidade e violência.
“Sabemos que a independência financeira é um caminho poderoso para a liberdade, e é isso que o Prepara Mulher se propõe a oferecer: uma oportunidade concreta de mudança. O programa e toda a rede de proteção e apoio do Distrito Federal estão aqui para apoiar, acolher e garantir que cada uma tenha a oportunidade de alcançar sua autonomia e viver livre da violência”, observou a secretária.
Com o tema Plantando e Concretizando Sonhos, as atividades selecionadas dos dois dias do congresso tiveram a participação de várias lideranças femininas como as empresárias Lily Alvez, do Grupo ENEC, Aisha Dincer, do estúdio de Dança Aisha Dincer, Juliana Noronha, idealizadora do Interfashion e do Safras do Cerrado, e da campeã brasileira de futevôlei Lana Miranda.
Participando desta e de outras edições do Realize, a cabeleireira Irani Monteiro, 42, recorda que o evento forma uma rede de mulheres que fortalece a jornada de todas. “Participei das palestras e o conteúdo que eles passam para a gente ajuda bastante. Além da conexão com outras mulheres que passaram por situações desagradáveis, que a gente vai conhecendo e criando empatia uma com a outra. É uma rede de apoio que só vai aumentando cada vez mais. E tem os cursos, palestras e workshops que vamos participando e só somam”, acentuou.
Saúde e bem-estar feminino
A subsecretária de Promoção das Mulheres, Renata d’Aguiar, frisou que o evento leva um olhar de fortalecimento socioemocional para as participantes, atuando por meio de cursos de qualificação profissional ministrados em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), o Instituto BRB e o Instituto Federal de Brasília (IFB). “O congresso estar na terceira edição já mostra o quanto ele tem sido aceito pelas nossas mulheres e crescido muito do primeiro para cá. A gente tem vários depoimentos de como o Realize mudou a vida delas. São momentos muito emocionantes com mulheres corajosas e inspiradoras”.
Entre as tendas de atendimento do congresso, uma área foi dedicada ao Cuide-se, uma portaria em conjunto entre as Secretarias de Saúde e da Mulher dedicada a prezar pela saúde e bem-estar do público feminino. O programa oferece serviços focados na prevenção do câncer de mama e colo de útero, ações de autoestima e embelezamento, testagem de Infeções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), vacinação e também práticas integrativas como yoga, auriculoterapia, Lian Gong e automassagem.
“Nesse lugar as mulheres conseguem fazer um tratamento na saúde física, mental, reprodutiva e também na autoestima, então a gente cuida da mulher como um todo”, ressaltou a diretora de promoção e políticas de cuidados para as mulheres, Daniella Reis Tinen.
A dona de casa Clara Ines Sarmiento, 61, é colombiana e participou pela primeira vez do congresso. Com interesse em costura, ela pensa em abrir uma loja de lembrancinhas e itens artesanais. Ela reforçou a importância dos programas de empreendedorismo feminino e como se sentiu cuidada durante a experiência. “Esse projeto vai ajudar muito a minha autoestima. Eu preciso dessa independência e posso aprender a fazer algo para ajudar meus netos”, detalhou.