Na falta de gestão, PMs são acionados e tentam conter ânimos de pacientes no Hospital de Planaltina



Após aguardar atendimento, por até 11 horas, pacientes acionam PM para gestores explicar falta de médico no HRPl

Por Kleber Karpov

O caso ocorreu na madrugada de quinta-feira (4/Jan), no Hospital Regional de Planaltina (HRPl). Por falta de médicos, a Polícia Militar (PM) foi chamada pelos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), para que os gestores explicassem a falta de médicos no hospital. Ao ver a realidade no HRPl, coube ao PM  a tarefa tentar ajudar, psicologicamente, a compreenderem a falta de capacidade de gestão do secretário de Estado de Saúde do DF (SES-DF), Humberto Lucena Pereira da Fonseca, mediante anúncio do chefe de equipe, da falta de médicos.

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O caso foi registrado em um vídeo encaminhado ao Política Distrital (PD), por uma pessoa, que pediu sigilo de identidade. Nele, o PM pede “paciência” ao receber a notícia da falta de médicos, pelo chefe de equipe. Solidário, com dezenas de pessoas doentes, que aguardavam, alguns há mais de 10 horas, sem assistência médica na emergência do Hospital, o policial reiterou o pedido aos usuários do SUS.

“Esse vídeo aí ninguém me mandou. Aconteceu no Hospital de Planaltina-DF na madrugada desse quinta-feira, 4 de janeiro de 2018! Pessoas que chegaram às 10h00 da manhã desse dia, às 23h15 ainda não tinham sido atendidas! Caos total!. O Chefe do atendimento de plantão disse que apenas quem estava com a triagem nas cores vermelha e laranja iriam ser atendidas. Quem estava nas cores amarela e verde… seriam atendidas, mas iria demorar ainda mais! Essa é a triste e cruel realidade! A “minha cor” era amarela… fui pra casa sentindo dores, pois estava muito fraco… infelizmente!”, desabafou o usuário ao PD.

Confira o vídeo:

O que diz a SES?

Questionada sobre o problema, a SES-DF apontou lentidão, no atendimento emergencial da clínica médica, para justificar o problema. “A Direção do Hospital Regional de Planaltina informa que, das 19h de quinta-feira (4) até 7h de sexta-feira (5), havia no plantão um clínico médico, um pediatra, um ortopedista e dois cirurgiões gerais. No caso da clínica médica, devido à quantidade de pacientes, o atendimento de porta ficou lento durante toda a noite e os casos classificados como vermelho e laranja tiveram prioridade. Já os casos amarelos foram orientados a procurar outras unidades de saúde.”.

A SES-DF recorreu ainda a Portaria n° 77/2017,  que estabelece a nova política de atenção primária no DF, sobre o Estratégia Saúde da Família (ESF). De acordo com a Pasta, as unidades reservam 50% das vagas para agendamentos e o restante à atendimentos espontâneos.

“A medida garante que os pacientes que precisem ser consultados no mesmo dia tenham acesso. Com isso, os pacientes que procurarem um hospital da rede pública de saúde em situações de baixa complexidade são orientados a buscar a unidade básica de saúde mais perto de casa.”, sugeriu.

A Secretaria explicou ainda que as regiões administrativas com três ou mais Unidades Básicas de Saúde (UBS), essas unidades mantém horários diferenciados de atendimentos.  “Diversas unidades estão abertas de segunda a sexta-feira das 7 às 19 horas e aos sábados até meio-dia.”.

Porém

A SES-DF parece ter ignorado, em relação a denúncia dos pacientes que aguardavam atendimento, chamaram a PM, na madrugada de quinta-feira, o que pode levantar mais um ‘furo’ no planejamento do secretário de Saúde do DF. Se um cidadão passar mal após as 19 horas, esse ficará sem atendimento nos hospitais? Ou será que essas pessoas vão ter que peregrinar por uma das seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do DF? Com a palavra, o secretário de Saúde, Humberto Fonseca.



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