Caso foi revelado pelo G1. Pelo menos 14 pessoas já procuraram a Polícia Civil.
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), comentou nesta quarta-feira (17) as denúncias de negligência e violência obstétrica contra médicos do Hospital Regional de Samambaia (HRSam). O caso foi revelado pelo G1 na segunda-feira (15).
“Nós já determinamos que seja feito acompanhamento. Vamos fornecer todos os dados para a polícia, para o Ministério Público e, se houver realmente irregularidades, nós vamos punir os responsáveis”, afirmou o governador.
O chefe do Executivo local disse que vai se reunir ainda nesta quarta-feira (17) com o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, para definir os próximos passos a serem tomados quanto às denúncias.
Ibaneis afirmou também que vai convocar o diretor do hospital para prestar esclarecimentos. “Por enquanto, não vi nenhum tipo de envolvimento dele ainda nesse sentido. Mas a obrigação de cuidar das coisas ali é de quem está na administração, na diretoria do hospital.”
Ocorrências policiais
A Polícia Civil já registrou pelo menos 11 ocorrências de pacientes que acusam médicos do HRSam de negligência, desde setembro do ano passado. O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) e o Conselho Regional de Medicina do DF (CRM-DF) também analisam as denúncias.
Os casos ocorreram no centro obstétrico da unidade. Segundo o delegado Guilherme Sousa Melo, da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia), mais três vítimas procuraram a delegacia nessa terça-feira (16).
Os registros abrangem vários tipos de conduta inadequada, desde gazes esquecidas dentro de pacientes até curetagens mal feitas.
Em um dos casos, uma paciente relatou que um médico quebrou a clavícula de um recém-nascido durante o parto. Apesar do ferimento, a criança sobreviveu. Uma imagem de raio-x, à qual o G1 teve acesso, mostra o osso da criança fraturado (veja acima).
A manicure Bruna Lima Santos, de 22 anos, também contou à reportagem que o médico responsável pelo procedimento foi “bruto” desde o momento da internação.
“Se eu fizesse qualquer barulho, ele mandava eu calar a boca. Dizia que na hora de fazer era bom, então agora eu tinha que aguentar”, disse a jovem.
Em um outro caso, uma paciente teve o útero perfurado após um procedimento de curetagem. A mulher procurou uma clínica particular depois de passar pelo HRSam. No local, foi aconselhada a retirar o útero, por conta dos danos causados pelo procedimento mal feito.
Só neste ano, oito mulheres procuraram a delegacia para relatar os casos. Pelos menos oito médicos estão sendo investigados.
Fonte: G1 DF