Nísia Trindade é a primeira mulher a assumir comando do Ministério da Saúde

Cientista e pesquisadora reconhecida internacionalmente, ela foi presidente da Fiocruz nos últimos cinco anos



A cientista e pesquisadora Nísia Trindade Lima assume, nesta segunda (2), o comando do Ministério da Saúde. Nomeada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ela é a primeira mulher a chefiar a Pasta. A ministra também foi a primeira mulher a presidir a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição histórica de ciência e tecnologia e referência internacional, entre 2017 e 2022.

Nísia é doutora em Sociologia (1997), mestre em Ciência Política (1989), pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj – atual Iesp) e graduada em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj, 1980), onde é docente.

A nova titular do Ministério da Saúde é pesquisadora de produtividade de nível superior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com reconhecimento por sua produção científica e ações para aprimorar o diálogo entre ciência e sociedade. Sua obra é referência na área do pensamento social brasileiro, história das ciências e saúde pública. É autora de artigos, livros e capítulos com reflexões sobre os dilemas da sociedade nacional, como sua tese de doutorado em Sociologia, com o título Um Sertão Chamado Brasil, que conquistou o prêmio de melhor tese pelo Iuperj (atual Iesp).

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Em sua trajetória na Fiocruz, onde é pesquisadora desde 1987, Nísia foi diretora da Casa de Oswaldo Cruz (1998 – 2005), unidade voltada para pesquisa e memória em ciências sociais, história e saúde. A ministra também participou da elaboração do Museu da Vida, museu referência em ciência da Fiocruz. Foi vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação (2011-2016), período em que coordenou as Semanas Nacionais de Ciência e Tecnologia e também a implantação de políticas de acesso aberto, com o objetivo de tornar disponível toda a produção científica da instituição.

A nova ministra também deixa o legado de acordos de cooperação internacional. Como presidente da Fiocruz, ela participou da proposta feita pelo Brasil à Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019 para declarar o dia 14 de abril como o Dia Mundial da Doença de Chagas, uma das principais doenças negligenciadas no mundo.

Durante seu mandato, Nísia trabalhou para a expansão do papel da Fiocruz na comunidade global de saúde. Ela coordenou a Rede Zika Ciências Sociais, que é parte da Zika Alliance Network (2018), um consórcio formado por 54 países no mundo. Também é membro dos grupos de trabalho do Plano de Ação Global da OMS, desde 2018, para otimizar e ampliar a pesquisa global para os sistemas de saúde, além da implementação da Agenda 2030 (2019).

Durante a maior crise sanitária da história mundial, ela liderou as ações da Fiocruz no enfrentamento da pandemia da Covid-19 no Brasil, reforçando a atuação da instituição como referência internacional em ciência e pesquisa. Coordenou todo o acordo de encomenda tecnológica na articulação com o Ministério da Saúde, a Universidade de Oxford, a farmacêutica AstraZeneca e as unidades de produção locais. Com a conclusão da transferência de tecnologia com o laboratório do Reino Unido, a Fiocruz tornou-se a primeira instituição do Brasil a produzir uma vacina contra a Covid-19 em território nacional.

Sob o comando de Nísia Trindade, a Fiocruz criou um novo Centro Hospitalar no campus de Manguinhos, no Rio de Janeiro (RJ); aumentou a capacidade nacional de produção de kits de diagnóstico e processamento de resultados de testagens; organizou ações emergenciais junto a populações vulneráveis; ofereceu cursos virtuais, para profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), de manejo clínico e atenção hospitalar para pacientes de Covid-19; lançou manual de biossegurança em escolas; e tornou-se laboratório de referência para a OMS em Covid-19 nas Américas.

A pesquisadora também criou o Observatório Covid-19, rede transdisciplinar que realiza pesquisas e sistematiza dados epidemiológicos; monitora e divulga informações, para subsidiar políticas públicas, sobre a circulação do novo coronavírus e os impactos sociais da doença em diferentes regiões no Brasil.

Ao lado de outros pesquisadores, especialistas e ex-ministros, Nísia Trindade integrou o Grupo Técnico da Saúde no governo de transição. A nova ministra também é membro do Comitê Diretivo do Colaborativo Regional de Produção de Vacinas (RVMC) e da Plataforma Regional da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) para avançar na produção de vacinas contra Covid-19 e outras tecnologias de saúde nas Américas.

Em dezembro de 2020, Nísia Trindade foi eleita membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) na categoria Ciências Sociais. Em 1º de janeiro de 2022, ela se tornou membro da Academia Mundial de Ciências (TWAS) para o avanço da ciência nos países em desenvolvimento. Foi também agraciada com o grau de Cavaleira da Ordem Nacional da Legião de Honra da França, oferecido pelo Governo da França, em reconhecimento ao seu trabalho nas áreas da ciência e da saúde e pelos serviços prestados à sociedade em resposta à pandemia de Covid -19.



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FONTEAgência Saúde
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