Novo laudo da PCDF aponta defeito em armas da Taurus



Perícia comprova denúncias do Sinpol-DF sobre os riscos que policiais civis correm diariamente ao manusear as pistolas

O Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) teve acesso a mais informações sobre um laudo do Instituto de Criminalística da Polícia Civil do DF (PCDF) indicando que as pistolas da Taurus adquiridas pela instituição apresentam falhas e podem disparar acidentalmente.

O armamento é amplamente utilizado pelos policiais civis, o que comprova as denúncias do Sinpol-DF sobre os riscos que eles correm diariamente ao manusear as pistolas.

Publicidade

O documento foi emitido em outubro do ano passado.

A perícia foi realizada em uma pistola do modelo PT 24/7 calibre ponto 40, que foi submetida a um exame de segurança a fim de verificar os supostos defeitos.

Os primeiros quatro testes ensaiaram a queda da arma em um piso de concreto. Em três deles a arma disparou e, no quarto, a espoleta da pistola ficou marcada – o que sugere, neste último caso, também um risco de disparo.

Em março, um outro laudo, também Instituto de Criminalística da PCDF, apontava defeito nas armas Taurus da instituição. O documento foi divulgado por um portal de notícias local e indicava que em um teste por amostragem utilizando 25 pistolas .40, dez apresentaram falhas de segurança e dispararam ao cair no chão.

As perícias corroboram a tese de que as pistolas Taurus do modelo PT 24/7 calibre .40 apresentam um grave defeito de projeto e podem disparar acidentalmente. A arma é amplamente utilizada por policiais civis, agentes penitenciários policiais militares do DF, além de integrantes de outras forças da Segurança Pública do país.

Inquérito Civil 

Há relatos de todas as partes do Brasil sobre acidentes – alguns fatais – ocasionados por disparos acidentais de armas da Taurus, empresa que detém o monopólio nacional.

Um dos diretores do Sinpol-DF, o agente de polícia Luciano Vieira, foi vítima: ele estava no apartamento onde mora quando a pistola caiu no chão. A queda acionou a arma, que o atingiu na região do tórax. A bala atravessou o corpo de Luciano e ficou alojada no ombro.

O Sinpol-DF tem denunciado o problema há mais de um e levou o caso ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) em maio do ano passado. Em junho, o órgão instaurou um inquérito civil para apurar os fatos por meio do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (NCAP).

Em outubro, uma ação civil pública também do MPDFT recomendou que a PCDF substituísse o armamento, mas, até o momento, o Sinpol-DF não tomou conhecimento ou foi informado sobre qual providência foi adotada pela instituição para atender à recomendação do Ministério Público.

“Os policiais civis estão temendo trabalhar com essa arma. Muitos gostariam de substituí-la, mas a Polícia Civil não possui outro tipo de armamento. Os policiais civis já trabalham com a ideia de fazer uma entrega coletiva dessas armas”, informa o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco “Gaúcho”.

O problema das armas Taurus em âmbito nacional deve ser investigado também na Câmara Federal: recentemente, um grupo de vítimas conseguiu quase 200 assinaturas para a criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que ainda não foi instalada.

Fonte: Ascom Sinpol



Política Distrital nas redes sociais? Curta e Siga em:
YouTube | Instagram | Facebook | Twitter










Artigo anteriorTribunal de Justiça do DF nega pedido de suspensão do reajuste das tarifas de ônibus e metrô
Próximo artigoInsegurança: Gestão de Rollemberg bate novo recorde em 2016