Por Fred Lima
Estou começando a desconfiar que o chefe da Casa Civil do Governo de Brasília, Hélio Doyle, não foi o vilão do governo, ao ter declarado que se fosse preciso haveria demissão de concursados. Doyle pode estar até sendo sacrificado no lugar do governador Rodrigo Rollemberg, uma tática que é muito usada por vários governantes que não querem se desgastar com a população. O interessante é que muitos, inclusive eu, estavam só mirando no chefe da Casa Civil, não se atentando às entrelinhas dos acontecimentos, onde toda medida impopular é anunciada por Doyle, não pelo governador. Estranho, não acham?
É óbvio que os defeitos do chefe da Casa Civil são notórios, como ser centralizador e de temperamento difícil, porém não justifica o governador transferir para seu auxiliar os anúncios de todas as medidas do governo, a não ser que queira se preservar perante o povo. Doyle se transformou no porta-voz oficial do governo – se pronuncia e aparece mais que o governador –, além de ser apelidado no meio político da capital de “governador Hélio Doyle”. Há muito poder concentrado sobre ele, mas o motivo pode ser exatamente outro, ou seja, um escudo para proteger Rollemberg de críticas e ataques.
Enquanto Doyle, com a expressão fria e técnica, anuncia um provável “filme de terror”, Rollemberg pedala de bicicleta e toma picolé no zoológico. É, faz sentido.
Fonte: Blog do Fred Lima