O papo é este: Impeachment não é golpe, então manifeste-se



Por Paulo Henrique Abreu

Durante o governo de FHC, o PT não deu trégua. Antes, o partido já havia liderado os movimentos “FORA COLLOR” e o “XÔ” SARNEY”.

Em 1999, ainda baqueado pela acachapante derrota no pleito eleitoral, o Partido dos Trabalhadores (PT) se arvorou em pedir o impeachment de Fernando Henrique Cardoso, tão logo este tomou posse de seu segundo mandato na presidência da República.

Durante o governo de FHC, o PT não deu trégua. Para isso, incitou a sua militância e os sindicatos, sob o seu domínio, a gritarem a palavra de ordem “FORA FHC”. O argumento estaria na suposta “compra” de votos de parlamentares, por parte do Palácio do Planalto, para que fosse aprovada a emenda da reeleição e nas privatizações das estatais.

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Antes, o partido já havia liderado os movimentos “FORA COLLOR” e o “XÔ” SARNEY”. Bastava uma manchete de jornal, contendo alguma denúncia, para que os líderes vermelhos e barbudos despejassem a massa de trabalhadores e de estudantes na Esplanada, em Brasília. …

Um centavo desviado era o suficiente para a “mobilização popular”. Hoje, tenho a absoluta certeza de que a intenção de Lula e de seu partido não se configurava na defesa do país e de suas instituições, mas na tática política de chegada ao poder.

No atual momento, indignada, parte da população está se movimentando, via redes sociais, e programando manifestações para o dia 15 de março próximo para exigir o impeachment de da presidente Dilma. Os motivos são vários, além do estelionato eleitoral, o que está no epicentro da fúria popular é o escândalo da Petrobras, que, pelo andar da carruagem, ainda terá muitos desdobramentos e que podem atingir as vidraças do gabinete presidencial. O movimento pró impeachment é legítimo e legal, afinal ainda não estamos sob o jugo do totalitarismo, embora boa parte da turma palaciana e do petismo em geral têm a pretensa intenção de seguir esse caminho.

O impeachment faz parte do ordenamento jurídico brasileiro. Ele está na Constituição. É a autodefesa de um povo contra o mau exercício do poder, impedindo que o governante continue a “seara delitiva” contra a Nação, sobretudo nos crimes de responsabilidade, previstos no art. 85 da Constituição. Portanto, como fez o PT em 1992 e 1999, que o avocou contra Collor e FHC, respectivamente, os que pedem o impedimento da presidente estão legitimados a exercer o direito constitucional da livre manifestação.

E só para desestimular a participação popular, o PT tenta a todo custo rotular esse espontâneo movimento como um “golpe da direita e da mídia conservadora” ou de um mero desejo da oposição em querer forçar o terceiro turno das eleições. É óbvio que o motivo da chiadeira petista está na possiblidade de derrota de seu projeto de poder e não é outra coisa. A Petrobras, como outras empresas e instituições brasileiras, tem sido utilizada nos últimos 12 anos para financiar esse projeto. O que estamos vendo, a cada lance da Operação Lava-Jato, é algo jamais visto na história deste país. Nunca se roubou tanto. Nunca tivemos um escândalo de tamanha proporção. O “Mensalão” passa a ser uma gota diante das profundezas do “Petrolão”. Para se ter uma ideia, até agora, indícios apontam que o PT, sozinho, levou do esquema cerca de meio bilhão de reais e que parte dessa grana em forma de “propina” foi parar na contabilidade eleitoral do partido e de seus candidatos.

Ao que parece e tudo indica que Aldmir Bendine, peça de engrenagem petista, ao assumir a presidência da Petrobras, foi nomeado com a exclusiva tarefa de apagar rastros e, assim, ajudar o governo Dilma e o PT a brecarem as vozes dissonantes das ruas. Graça Foster, ex-catadora de papel, funcionária das mais antigas da empresa, não conseguiu que a soma de dois mais dois desse quatro.

O papo é este!!!

Paulo Henrique Abreu
Advogado e jornalista



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