O que a neta da jornalista Valéria de Velasco e servidor que questionou inauguração de parede no HRT têm em comum?

O grito de socorro para cessar mortes evitáveis na gestão de Rollemberg

Por Kleber Karpov

Com as eleições batendo a porta e ávido para aumentar a popularidade, o governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), entre uma inauguração ou nota de pesar, se expõem ao  contrassenso e expõe a fragilidade da Saúde Pública e da gestão do Distrito Federal. Com isso, publicidades de Rollemberg se revertem em manifestações de pedidos de ajuda e de alertas à população para impedir a continuidade de mortes evitáveis no DF.

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Por ocasião do falecimento da jornalista do Correio Braziliense (CB), Valéria de Velasco, 73 anos, acometida de um aneurisma na aorta abdominal, Rollemberg publicou uma nota de pesar, da avó, na terça-feira (17/4). Nela, o chefe do Executivo lembrou que Valeria de Velasco era uma “mulher forte que enfrentou as agruras da vida com coragem e determinação”, e que se tornou “na adversidade da perda trágica de um filho, militante ativa contra a violência em Brasília.”.

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Porém, após tal postagem, Luisa Molina, neta de Valéria de Velasco, publicou um vídeo vídeo em repúdio a Rollemberg, a quem atribui a responsabilidade de destruir o PRÓ-VÍTIMA, programa criado e gerido pela jornalista, desde 2009, que atendia pessoas, vítimas de violência em todo DF, além da falta de médicos na rede pública de saúde.

“Repúdio à nota de pesar de Rodrigo Rollemberg pelo falecimento da minha avó, Valéria de Velasco. Depois de destruir o programa Pro-Vítima, que por tantos anos ajudou vítimas de violência em todo o DF, e de deixar a saúde pública às moscas (minha avó não pode ser atendida na rede pública por falta de médico), ele vem com essa, pra se promover. Ofende a memória da minha avó, como também ofende cotidianamente a população do DF.”.

Repúdio à nota de pesar de Rodrigo Rollemberg pelo falecimento da minha avó, Valéria de Velasco. Depois de destruir o programa Pro-Vítima, que por tantos anos ajudou vítimas de violência em todo o DF, e de deixar a saúde pública às moscas (minha avó não pode ser atendida na rede pública por falta de médico), ele vem com essa, pra se promover. Ofende a memória da minha avó, como também ofende cotidianamente a população do DF.

Posted by Luísa Molina on Wednesday, April 18, 2018

Servidor

Nesta sexta-feira (20/Abr), Rollemberg foi ‘emparedado’ durante a inauguração do Centro de Quimioterapia do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), sala onde são preparadas soluções de acordo com a prescrição de cada paciente daquele hospital. Na ocasião, Rollemberg foi questionado sobre o funcionamento dos tomógrafos e mamógrafos na rede.  Ação essa que os colegas, cientes de uma possível retaliação, classificaram como mais um “pedido de socorro”.

“Os tomógrafos também vão ser consertados governador? Os tomógrafos da rede vão ser consertados ou só as paredes?  Porque os mamógrafos também estão quebrados. Não adianta só inaugurar parede não, tem que trabalhar. Vamos lá no Pronto Socorro para ver quantos pacientes estão morrendo.”, disse ao ratificar “Tem gente morrendo lá no chão.”, concluiu.

Socorro!

Para uma colega do servidor do HRT, a manifestação foi um grito de socorro. “Esse rapaz pede socorro, entende? Há pediatrias fechadas, gente mordendo por falta de cuidados simples inércia do governador. Junta tudo isso…”, disse.

Pressão e Auto extermínio

Ao Política Distrital (PD) a servidora, sob sigilo de identidade, explicou que nas unidades de saúde, os equipamentos estão quebrados há meses e, com isso, são obrigados a negar atendimento à pessoas com suspeita de câncer. “Eu fui mandada para um setor em que os aparelhos estão todos quebrados há meses. Digo não para as pessoas que estão com suspeita de câncer. Aí você praticamente vai dizer: Podia ser eu ali precisando”.

Ainda de acordo com a servidora, os profissionais de saúde estão trabalhando em um nível de pressão acima do suportável. E, que a falta de estrutura os estão levando a um colapso, a ponto de colegas tentarem praticar o autoextermínio, dentro das unidades de saúde.

Mortes evitáveis

A mensagem de Luisa Molina, na condição de usuária, converge com a dos servidores. Embora em lados distintos, ambos convergem para um grito de socorro e o alerta os pacientes que estão morrendo nos hospitais, vítimas de mortes evitáveis. Em ambos os casos, a causa é exatamente a mesma. Reflexo da omissão, inércia ou incapacidade de Rollemberg, em relação a gestão da Saúde Pública do DF

O que diz a SES?

PD acionou a SES-DF para ver a posição quanto ao assunto. Aguarde mais informações.



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