Opinião: Rollemberg, Lira é Lira e Veras é Veras, Valle e PDT



Por Kleber Karpov

Após colocar os deputados distritais, da base do governo, em uma situação delicada na aprovação do Serviço Social Autônomo (SSA) Instituto Hospital de Base do DF (IHBDF), atualmente questionado na Justiça, na última semana, o governador do DF, o socialista, Rodrigo Rollemberg (PSB), resolveu repetir a dose ao propor mudanças no sistema previdenciário do funcionalismo público do DF ao apresentar o Projeto de Lei Complementar 122/2017, em regime de urgência na Câmara Legislativa do DF (CLDF).

Mas, dessa vez, ao propor mudanças no sistema previdenciário do GDF, entre elas, a fusão de dois fundos de pensões e, Rollemberg vai além dos cerca de 35 mil servidores da Saúde e atinge mais de 100 mil servidores públicos do DF da Saúde, Educação e Administração Direta.

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Mas o argumento de Rollemberg, de evitar o parcelamento de salários, a descontinuidade de pagamento de terceirizados e de fornecedores, para justificar a permissão de o governo utilizar mais de R$ 2 bilhões das aposentadorias dos servidores públicos, para custear gastos do governo, em período pré-eleitoral, foi insuficiente para que os distritais, da base do governo, corressem o risco.

Esse foi o caso do distrital, Reginal Veras (PDT), que ratificou a intenção de votar contrário à proposta do governo. Na última semana, Veras votou contra o PLC 122/2017, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na CLDF.

Reincidência

A resposta por parte de Rollemberg foi imediata ao tentar repetir a dose aplicada contra o distrital Lira (PHS) no início de 2016, quando o parlamentar apresentou requerimento para que se instaurasse uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde.

À época o governador exonerou o administrador de São Sebastião, além de alguns indicados e, rapidamente, o deputado recuou a ponto de Lira realizar uma relatoria pífia, sem um único pedido de indiciamento no Relatório final a CPI da Saúde, que só foi instaurado, em 2016, por pressão do deputado distrital, Bispo Renato Andrade (PR).

De volta ao PLC 122/2017, Rollemberg, o dono da caneta, deu início a uma série de exonerações de pessoas indicadas por Veras, que atuavam na Secretaria de Estado de Educação do DF (SEDF). Nessa semana, mais pessoas foram exoneradas e, à imprensa, Rollemberg foi enfático ao deixar claro que as exonerações são para intimidar os distritais da base do governo.

Aqui não!

Mas se por um minuto o chefe do executivo pensou em intimidar Veras, ao enquadrá-lo pela ‘infidelidade’ Rollemberg pode ter comprado uma briga com uma legenda inteira. Nessa terça-feira (12/Set), na tribuna da CLDF, Veras além de ratificar o voto contrário ao PLC 122/2017, também deixou claro que o ‘modo Rollemberguiano’ de governar, a base de retaliações, pode custar a retirada de apoio do Partido Democrático Trabalhista (PDT) ao governo.

Popularidade

Certamente o ‘fim da relação’ pode ter um impacto extremamente negativo para o chefe do Executivo, a julgar que o presidente da Câmara Legislativa também é pedetista. Vale observar que Rollemberg amarga uma popularidade abaixo de dois dígitos, o que deve piorar se PDT, da Educação, representado por Veras e do setor produtivo, de Joe Valle, optarem por devender a bandeira do partido de preservar os direitos dos trabalhadores.

A velha política, está mudando….

Ao contrário do que afirma Rollemberg, ao sugerir que os distritais defendam os interesses do governo, ou do governador, Reginaldo Veras se fortificou politicamente ao demonstrar discernimento ao priorizar os interesses da população do DF. Como o disse o parlamentar, contraposições que ocorrem desde 2015. O resultado será a reeleição de Veras, que fica mais clara nas diversas pesquisas eleitorais que vieram a público.

Lira por sua vez deve passar o último ano do mandato ao som do adeus à carreira política. Algo escrito nos anais políticos, ainda em 2015, quando o furação Agefis fez a primeira derrubada de casas em São Sebastião e, estranhamente, o parlamentar permaneceu o dia com o celular fora de área.



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