Os Distritais e a maldição das secretarias de governo



Uma das prerrogativas do governador eleito, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), assim como de governos passados é a indicação dos secretários do governo. No meio parlamentar tal indicação é uma boa oportunidade para que o distrital eleito para representar o povo na Câmara Legislativa possa ceder lugar para um suplente de sua legenda ou coligação partidária e até alocar apoiadores e aliados políticos em cargos comissionados.

Mas as eleições de 2014, talvez por reflexo da péssima gestão do governador Agnelo ou pela revolta do povo com o cenário político, transformou essa possibilidade em uma verdadeira maldição. Isso tem deixado os distritais reeleitos e os novos distritais com a pulga atrás da orelha e correndo das secretarias como o ‘diabo foge da cruz’.
Vale lembrar que nomes de peso da política do DF, que estiveram a frente de secretarias, a exemplo de Rafael Barbosa (PT), na Saúde, Sandro Avelar (PMDB), na Segurança, Rejane Pitanga (PT), na Criança e da Juventude e ainda Alírio Neto (PEN), na Justiça, perderam o bonde do Legislativo nessas eleições embora ainda lhes restem as suplências, que podem ser convertidas em um mandato futuro.
O próprio governador Agnelo que compôs cerca de 40 mil cargos comissionados viu o navio naufragar na disputa eleitoral à reeleição, ainda em primeiro turno. Embora em relação ao Governador ainda pesasse o estigma da segunda rejeição política do país e alguns investimentos equivocados na cidade.
Essa resposta da população talvez faça com que os imensos guarda-roupas com cabides de empregos para acondicionar amigos e parentes de apadrinhados políticos, não pareçam ser mais tão interessantes assim. Isso porque ao deixar a pasta e assumir uma secretaria, o parlamentar perde uma ótima oportunidade de cumprir seu verdadeiro papel, trabalhar para defender os interesses daqueles que o elegeram, fiscalizando o Executivo; criando e aprovando leis que melhorem a vida dos cidadãos.
Mas então me perguntam, não podem cumprir esse papel a frente de uma secretaria? Sim, claro, mas se o comandante da embarcação, no caso Rollemberg, não conseguir fazer uma boa gestão, isso pode representar um adeus ao cargo eletivo.
E como a população do DF deu aos parlamentares uma mensagem clara de ‘estamos de olho’, os parlamentares eleitos, que de japoneses não têm nada, abriram os olhos em relação às secretarias e estão ao som daquela música daquela famosa marcha de carnaval de Paquito e Romeu Gentil: “daqui não saio, daqui ninguém me tira”. Com isso a máxima dentro da Câmara Legislativa por enquanto é: “Fui eleito para representar o povo na Câmara Distrital e é isso que vou fazer.”.

 



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