Osnei Okumoto deixa Secretaria de Saúde e adjunto assume comando da pasta



Por Kleber Karpov

Na quinta-feira (26/Ago), o secretário de Estado de Saúde do DF (SES-DF), Osnei Okumoto, deixa a pasta, pela segunda vez e deve reassumir a gestão da Fundação Hemocentro de Brasília (HEMOCENTRO). O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), chegou a anunciar que assumiria a pasta, porém recuou, nesta segunda-feira (27/Ago), e nomeou o secretário-adjunto de Gestão em Saúde da SES-DF, Artur Felipe Siqueira de Brito, para coordenar a pasta, com acúmulo dos dois cargos.

Trajetória na Saúde do DF

Okumoto foi o primeiro secretário de Saúde da gestão de Rocha e foi exonerado em Março de 2020, foi nomeado diretor da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS) e, em menos de 48 para o HEMOCENTRO.

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À época, o secretário foi substituído por Francisco Araújo, então diretor-geral do IGESDF, que acumulou as duas funções e, acabou por deixar a pasta, após ser preso, em setembro de 2020, por suposto envolvimento em esquemas de corrupção, ocasião em Okumoto retornou à SES-DF.

Foco na Pandemia

A exoneração de Okumoto, ocorre em um momento de forte crítica dos parlamentares em relação a condução da Saúde do DF. Um dos argumentos predominantes foi o foco do gestor, basicamente, na gestão da pandemia do coronavírus (Covid-19).

Ao Metrópoles (Veja aqui), o presidente da Câmara Legislativa do DF (CLDF), Rafael Prudente (MDB), evitou comentar a exoneração, mas ponderou para o fato de receber “mais reclamações ultimamente do que o normal. A saúde pública sempre será o desafio para qualquer governante”, disse ao observar que ““Falou-se muito da Covid, mas nós temos problemas reais no tratamento do câncer, temos problemas reais em várias cirurgias que estão represadas”, afirmou Prudente.

Na avaliação do deputado distrital, Jorge Vianna (PODEMOS), ex-presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC), houve demora por parte do governo em mexer nas peças do tabuleiro da Saúde. “Eu vejo que a Secretaria de Saúde está paralisada na vacina. Não se fala das cirurgias e de outros problemas. Parou no tempo. Não vi muito emprenho do ex-secretário para essas outras áreas”, assinalou.

O deputado distrital, Leandro Grass (REDE), por sua vez se mostrou cético quanto as mudanças. “Não há perspectiva de mudança no atendimento. Os desafios são inúmeros. Os hospitais regionais estão com problemas gravíssimos, estruturais”, destacou.

Problemas durante a Pandemia

Em relação a pandemia, o GDF tem que lidar constantemente com problemas voltados a gestão dos hospitais de Campanha, atualmente sob a lupa dos órgãos de controle. Outro dilema que atinge a SES-DF é a distribuição de vagas para a vacinação contra a covid-19. Muito embora, o DF venha registrando recordes sucessivos de vacinação da população.

Calcanhar de Aquiles

Por outro lado, a gestão de Ibaneis, na saúde, tem que lidar com um tema sensível, sucessivos escândalos ligados ao Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IGESDF), responsável pela ‘gestão’ dos hospitais de Base do DF (HBDF), Regional de Santa Maria (HRSM), além das seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do DF e de outras sete em construção.

Dentre os principais, o constante suporte financeiro por parte da SES-DF ao IGESDF, a locação da nova sede administrativa do Instituto, a farra do auxílio de R$ 6 mil, aos diretores do Instituto em plena crise, recursos esses suspenso nessa semana, por parte do Tribunal de Contas do DF (TCDF), a falta de transparência e denúncias de esquemas de corrupção que envolvem o ex-secretário de Saúde e diretor-presidente do instituto, Francisco Araújo.

O caso abrange outro problema grave é a deflagração de Operação Medusa, investigação por parte do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) e da Polícia Civil do DF (PCDF). Ambos investigam em conjunto, esquemas de corrupção em contratos que envolvem a radiologia e imagem. Com a ressalva que tais investigações, se referem a atos praticados em 2018, sob a gestão do ex-governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), à época do antigo Instituto Hospital de Base do DF (IHBDF).

Gestão

Com pouco mais de um ano do final de mandato, ao anunciar a troca de secretário, Rocha, que tem um perfil imponente de gestão, se comparado as realizações no DF, desde 2019, com os governos anteriores, chegou a anunciar o acúmulo de cargo de governador com o de secretário de Saúde.

Porém, no dia seguinte, o chefe do Executivo recuou da missão e anunciou Brito para comandar a Casa. Ainda segundo Rocha, o governo deve compor uma força-tarefa, sob o comando do secretário de Governo, José Humberto Pires,  para identificar problemas e tentar dar respostas rápidas à população do DF.

Perfil do novo secretário

Farmacêutico Generalista pela Universidade Católica de Brasília (UCB), Artur Felipe Siqueira de Brito é servidor público da Carreira de Especialista em Saúde da SES-DF.  possui experiência em gestão pública, avaliação de tecnologia em saúde, farmacoeconomia, HEOR, farmácia clínica e hospitalar, biotecnologia e genética humana.

Brito atuou como diretor do Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde; presidente da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC); diretor Regional de Atenção Primária à Saúde da Região Central do DF, como diretor de Programação de Medicamentos e Insumos e como subsecretário de Logística da SES-DF e, além de chegar a acumular as funções de secretário-adjunto de Gestão em Saúde e secretário de Estado de Saúde da SESDF, substituto, da Pasta.

Atualização

Após reviravolta, Rocha nomeou o general do Exército Manoel Luiz Narvaz Pafiadache, para assumir a SES-DF em definitivo.

Atualizado em 27/08/2021 às 14h50



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