Tratamento de excelência. É assim que a família de Raquel Medeiros de Carvalho, 48 anos, define a assistência que ela recebeu na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional do Gama (HRG). Foram 28 dias internada nessa unidade devido às complicações da Covid-19 e, durante todo esse tempo, a família manteve comunicação com a equipe que assistiu Raquel, o que tornou essa espera menos angustiante.
“Nós sofremos muito em todo esse processo. Foi muito doloroso ver ela lutando para viver e sem termos a menor certeza de que daria certo. Porém, apesar de tanta dor tentamos manter a fé e a esperança de que ela venceria. O que nos ajudou muito nesse processo dolorido foi a comunicação e suporte que tivemos de toda a equipe multidisciplinar que esteve conosco”, relata a irmã de Raquel, Renata Medeiros de Carvalho Santos.
Renata destaca também o envolvimento e o cuidado especialmente da chefe médica da UTI, Cinara de Paula Guimarães, e da fisioterapeuta Barbara Sarmento Dias que, segundo a irmã, foram muito dedicadas com a paciente. “Todos (os profissionais) sempre muito atenciosos e de uma empatia admirável”, descreve Renata, agradecida pelo atendimento.
Cinara lembra da paciente e recorda que o tratamento de Raquel foi diferenciado. “A Raquel foi uma das pacientes que fez grande diferença na nossa unidade. Pois foi uma das primeiras, no perfil Covid-19, que teve como estratégia de ventilação a utilização de VNI (ventilação não invasiva) e como agradecimento pelo resultado obtido a família resolveu fazer uma doação de outras máscaras de VNI”, recorda a médica. “Ficamos muito felizes com a manifestação de carinho e reconhecimento desses que na verdade são a nossa prioridade no atendimento, o paciente. Renova nossas forças diárias para continuar salvando vidas”.
Agradecimento
Sobre essa doação, a irmã de Raquel relata que, diante do sucesso do tratamento acelerando a recuperação da paciente, familiares e amigos decidiram fazer uma vaquinha para comprar e doar “quantas máscaras conseguíssemos para que outras pessoas pudessem ter a oportunidade de também desfrutar desse benefício que nossa querida Raquel teve”, conta Renata.
Assim, foram doadas quatro máscaras ao todo para a UTI do HRG. “Para que mais famílias pudessem ter essa alegria que tivemos de ter a pessoa que amamos junto de nós”, resumiu a irmã da paciente.
Após receber alta da UTI, a paciente concluiu a recuperação na enfermaria do Hospital Regional de Samambaia. Ao todo, Raquel ficou internada durante 54 dias e voltou para casa no último dia 8 de setembro, quando pode reencontrar seus dois filhos e demais familiares. Infelizmente, uma semana antes de ser hospitalizada, o esposo de Raquel perdeu a luta para a Covid-19.
Máscara de VNI
A máscara é a interface para realizar a ventilação não invasiva (VNI), refere-se à aplicação de um suporte ventilatório sem recurso a métodos invasivos da via aérea (tubo orotraqueal e traqueostomia). O tipo de máscara utilizada em Raquel é a mais adequada para pacientes com coronavírus. “Com essa máscara o paciente não precisa estar intubado ou traqueostomizado. É uma máscara que oferta pressão positiva na tentativa de expandir o pulmão e, consequentemente, melhorar a respiração para que o paciente não precise chega a um tubo ou traqueostomia”, explica a fisioterapeuta Barbara. A máscara é conectada a um respirador mecânico para fornecer o oxigênio necessário ao paciente.
Leitos
O HRG tem 16 leitos de UTI destinados a pacientes com o novo coronavírus, dos quais 15 estão ocupados. Oito pacientes receberam alta desta UTI desde o dia 15 de julho, quando esses leitos foram destinados para o tratamento da Covid-19.