Pacientes com lesão encontram esperança na rede pública



Reabilitação do Hospital de Apoio foi reconhecida pelo Ministério da Saúde e receberá verba para reforma e ampliação

Quem vê Jumai Grimello, 54 anos, dando alguns passos e gesticulando com as mãos enquanto conversa, não imagina que há seis meses ele mexia somente o pescoço. A causa da tetraplegia foi uma lesão cervical após um escorregão no banheiro. A evolução, uma conquista dele somada ao trabalho oferecido pelo centro de reabilitação do Hospital de Apoio, onde está internado.

A unidade oferece o serviço de reabilitação para pessoas com lesões medulares que envolvem tetraplegia, paraplegia e lesões cerebrais, desde sua criação, há 22 anos. Mas somente há cerca de um mês foi habilitado pelo Ministério da Saúde como um Centro Especializado de Reabilitação II. No DF, somente o Hospital de Apoio e o Sarah Brasília oferecem o serviço na rede pública.

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“Com a habilitação, vamos receber recursos do Ministério da Saúde e poderemos fazer uma reforma e ampliação da ala de reabilitação e da piscina de hidroterapia. Já temos um projeto pronto. Com isso, poderemos atender um maior número de pessoas”, comemora a médica fisiatra do centro, Celi Alves.

Segundo a médica, dentro do projeto está construir um espaço que irá reproduzir a casa adaptada de um paciente, com sala, cozinha e banheiro. “O nosso objetivo durante o tratamento é explorar ao máximo a funcionalidade de cada paciente, torná-lo o mais independente possível, seja na cadeira de rodas, com andador ou bengala”, diz Celi.

O trabalho é feito por uma equipe multriprofissional, formada por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogos e psicólogos.

Atualmente, a ala de reabilitação do Hospital de Apoio conta com 30 leitos e a taxa de ocupação é de 93%. “Não tem regulação para entrar em tratamento. Basta entrar em contato com nossa unidade e agendar uma consulta para avaliação”, explica Celi Alves. Também tem atendimento ambulatorial.

Jumai Grimello é um dos internados nestes leitos. “Quem consegue o tratamento aqui é um privilegiado. Entrei mexendo somente o pescoço e hoje já estou voltando a andar. Isso não é um hospital, é um hotel”, elogia.

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Hidroterapia

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O tratamento dos pacientes conta com atividades com o terapeuta ocupacional, trabalho de musculatura com fisioterapeuta e, para pessoas que não têm escaras – lesões na pele – ainda atividades dentro da piscina.

“O Hospital de Apoio é o único da rede pública de saúde do DF que conta com uma piscina adequada e adaptada para pessoas com lesões”, destaca Celi Alves.

O caseiro Dijalma Rodrigo, paciente há cinco meses da unidade, após uma queda da própria altura ter lhe tirado os movimentos de braços e pernas, faz as atividades na piscina para acelerar a recuperação. Segundo a fisioterapeuta Mauriceia Vaz, a água ajuda no reforço da musculatura com mais facilidade.

“Já melhorei demais. Quando cheguei aqui, precisava que duas pessoas me pegassem para passar da maca para a cadeira e agora já precisa mais”, contou, enquanto praticava os exercícios de fisioterapia com pesinhos.

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Capacitação

Para manter os profissionais atualizados, o Hospital de Apoio iniciou o programa de capacitação Vivendo e Aprendendo. Os encontros acontecerão sempre na última sexta-feira do mês e é aberta para servidores da rede.

Fonte: SES-DF



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