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21 nov 2024 16:20


Pediatria: Um grande desafio à saúde do DF do governador Ibaneis

Pronto Atendimento Infantil do HRG deve ser reaberto

Por Kleber Karpov

Durante o período eleitoral, uma máxima em relação à saúde do DF foi consenso entre diversos personagens e especialistas ligados ao setor: Basta o próximo governador, desfazer boa parte dos atos da gestão do ex-governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB) que o governo começaria a colocar o segmento no rumo certo. Isso em decorrência de uma série de ações consideradas equivocadas. Se não pelo ato equivocado, pela forma de fazer.

Entre os exemplos, o fechamento da pediatria e do Pronto Atendimento Infantil (PAI) do Hospital Regional do Gama (HRG) e transferência da pediatria para o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), o Programa Estratégia Saúde da Família, Trabalho por Período Definido (TPD), a criação do Instituto Hospital de Base do DF (IHBDF), diversas portarias editadas, além de suspensão de benefícios de servidores.

O novo governador, Ibaneis Rocha (MDB), venceu as eleições, isso sob o discurso de resolver o problema da Saúde, pontuado como primeira prioridade da população do DF, entre todos os estados da federação que apontaram a Educação como politica pública prioritária.

Embora tenha vencido as eleições com tal promessa, após ser eleito, Ibaneis não só recuou em relação a acabar com o Instituto Hospital de Base do DF (IHBDF), como também conseguiu, com o aval Câmara Legislativa do DF (CLDF), ampliar o modelo de gestão ao Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), com a criação do Instituto de Gestão Estratégica da Saúde (IGESDF).

Ibaneis, por sua vez, defendeu instrumentos disponíveis pelo Serviço Social Autônomo IHBDF, atualmente, IGESDF, a exemplo da facilidade de contratações, aquisições, mas, sobretudo os instrumentos de gestão utilizados pelo Instituto.

Com o decreto de Estado de Emergência, Ibaneis passou a ter, também, a possibilidade de turbinar a aquisição de medicamentos, insumos, equipamentos, além da contratação de pessoal para suprir as demandas da saúde pública do DF.

Com esses instrumentos, ao criar o SOS Saúde, o governo tenta dar dinamismo e reduzir a demanda reprimida dos atendimentos médicos da capital da república. Reflexo dessas ações são as 43,6 mil ações atendimentos, anunciadas pela Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF). Porém, um dos principais gargalos a ser resolvido pela nova gestão da Saúde Pública do DF é a falta de pediatras.

Em 16 de março, PD divulgou documento em que a gestão da SES-DF apontou preocupação com a falta de aproximadamente 450 pediatras na rede. Isso porque, embora a pasta tenha nomeado 441 pediatras, entre os anos de 2015 e 2019, apenas 170 foram efetivamente empossados. Porém, do efetivo da rede, houve, no mesmo período, a perda de 170 profissionais, em decorrência de exonerações e vacâncias.

Nesse fim de semana, o HRSM protagonizou a revolta de pacientes, que aguardaram, alguns, por mais de 12 horas por um atendimento, mesmo com crianças com classificação amarela, devido a falta de médicos. Episódio esse que resultou em um servidor e um vigilante feridos e oito pessoas conduzidas à delegacia, além de depredação do patrimônio público, decorrente da revolta dos pais, que aguardavam atendimento, sem perspectiva de quando deveria acontecer.

O caso também chamou atenção, pela ação inusitada, mas coerente, do delegado Vander Braga, ao deixar de indiciar os envolvidos, mas abrir ocorrência de investigação do caso. Isso pela consciência de chegar ao cerne da questão. “Precisamos cobrar de quem pode ser cobrado. E falar do problema maior, que não é a confusão, mas a situação do hospital”, disse.

Vale observar que, embora o IGESDF passe a responder pela gestão do HRSM, legalmente, o Instituto ainda deve levar alguns meses para, efetivamente, começar a mostrar a que veio e tentar sanear o caos dos atendimentos do hospital de Santa Maria. Em especial a pediatria a quem compete atender, toda demanda proveniente dos moradores da Região Administrativa Gama.

Se de um lado o IGESDF se prepara para conseguir reduzir o déficit de pediatras para atender as demandas do HRSM, por outro o governo acerta ao anunciar a pretensão de retornar o atendimento pediátrico no HRG.

Ao menos foi essa a posição da SES-DF, ao PDF, quando questionada (16/Mar), sobre como deveria proceder em relação ao atendimento pediátrico dos hospitais de Santa Maria e do Gama. Ocasião em que a Pasta anunciou a reabertura do Pronto Atendimento Infantil no HRG.

‘A Secretaria trabalha na reorganização do Pronto Atendimento em Pediatria do Hospital Regional do Gama, para reabertura do serviço o mais rapidamente possível. Estão sendo feitos levantamentos das necessidades de equipamentos e recursos humanos.”, apontou a SES-DF.

Embora, ainda sem previsão de data, fica a expectativa quanto ao saneamento do déficit de pediatras no DF, além da reativação do PAI no HRG, o que deve desafogar o HRSM, e tornar o atendimento pediátrico mais próxima da população do Gama.

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