[ Pensar Saúde ] “Com gestão não se brinca”



#Pensar Saúde

Por Hulda Rode

O clima na saúde pública do Distrito Federal é tenso. Os problemas são muitos: faltam medicamentos, profissionais, insumos de limpeza, tempo de espera por atendimento em unidades de pronto-atendimento, surto de superbactérias e agora houve uma terceira baixa no primeiro escalão, com a saída de João Batista de Sousa. É notório que o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) enfrenta dificuldades para gerir a pasta da saúde.

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Para melhorar a imagem perante a sociedade, a base aliada e até com a oposição, Rodrigo indicou na última quinta (23) um novo secretário com um perfil técnico, Fábio Gondim. Ele não é médico, diferente dos antecessores, ocupou o cargo de consultor do Senado, especialista em Orçamento, já foi secretário de Gestão e Previdência do governo de Roseana Sarney (PMDB), de 2011 a abril de 2014, quando se desincompatibilizou para se candidatar a uma vaga de deputado federal pelo PT no Maranhão.

As palavras de ordem e de esperança do novo secretário são: Gestão. Gondim prometeu descentralizar o modelo de gestão, dando mais autonomia aos hospitais, e ampliação “de forma expressiva” do serviço de atenção primária; dar maior agilidade aos processos, como o de compra de medicamentos e assinatura de contratos, e tentar solucionar a herança deixada por Batista e pelo ex-governador Agnelo.

Um discurso que prioriza melhorias na Atenção Básica. Mas o setor de Alta Complexidade, que causa maior dispêndio no orçamento na saúde não foi colocado em pauta. Hoje, o Distrito Federal mal consegue cumprir as decisões judiciais, seja na garantia dos tratamentos, leitos em UTIs e realização de exames, alegando falta de dinheiro.

O que se denota não é apenas uma falha na questão orçamentária, e sim, de gestão e de precarização de equipe técnica. Por falar em gestão, outra problemática é a falta de transparência em relação aos gastos com saúde, no controle de dispensação de produtos hospitalares e também na Regulação, área responsável pelo controle das filas de espera de serviços de saúde. Quem tem acesso a essa lista? Como esse setor é gerenciado? Como o cidadão pode ter acesso e cobrar respostas do gestor de regulação? São perguntas decisivas e impactam diretamente entre morre ou vive na fila do SUS.

Colocar a saúde em dia pode até ser uma questão de prioridade, mas nesse caso, observa-se mais um momento para melhorar a imagem do atual governo. Não basta garantir o atendimento, se não houver preocupações com a qualidade dessa assistência, bem como se o cidadão, maior interessado, não for tratado com o respeito que lhe é devido. Dança das cadeiras pouco resolverá os problemas de saúde, se não houver vontade política para solucioná-los, pois para o cidadão, o que precisa mesmo é ter o funcionamento correto e apropriado dos serviços em saúde. Afinal, a parte que compete a eles já está sendo muito bem cobrada, com o recolhimento de impostos e tributos.

huldarode.jornalista.comunicacaoemsaude (3)
#Pensar Saúde

Por Hulda Rode
Brasiliense, cristã, jornalista por formação e blogueira.
Consultora de Comunicação em Saúde
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www.altacomplexidade.com

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