Perícia criminal em feminicídios é tema de livro de perita da PCDF

Obra, produzida por mulheres e a primeira no país a tratar especificamente sobre o valor jurídico da prova material, será lançada na próxima segunda-feira (28)



Perita criminal da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desde 2013 e atuando exclusivamente em locais de crime, a cirurgiã-dentista por formação (UnB) Beatriz Figueiredo lançará, na segunda-feira (28), o livro Perícia Criminal e o Valor Jurídico da Prova Material. O evento ocorrerá no Instituto de Criminalística (IC), localizado no Complexo da PCDF (ao lado do Parque da Cidade), e será fechado a convidados. O livro foi todo produzido por mulheres e é o primeiro no país a tratar especificamente da temática de inclusão da perspectiva de gênero durante o processamento local dos crimes praticados contra as mulheres. Ele poderá ser adquirido pelo site da editora.

“É muito simbólico este livro ser lançado neste mês, devido ao Agosto Lilás, que é marcado pela luta contra a violência de gênero, e, principalmente, por se tratar de uma autora que integra nossas forças de segurança e conhece a fundo os detalhes desse crime”Sandro Avelar, secretário de Segurança Pública

Cuidadosamente estruturada, a obra foi organizada em seções que tratam sobre patriarcado, gênero e desigualdade sexista ao longo da história, tipos de agressão contra a mulher e a evolução legislativa da proteção às vítimas de violência de gênero no Brasil. Os capítulos incluem análises detalhadas sobre a prova material, contemplando tanto o papel da perícia criminal no curso do inquérito policial e do processo penal, como a análise específica de todos os vestígios comumente encontrados em locais de crime de feminicídio, além dos respectivos valores forenses no contexto da violência de gênero.

“É muito simbólico este livro ser lançado neste mês, devido ao Agosto Lilás, que é marcado pela luta contra a violência de gênero, e, principalmente, por se tratar de uma autora que integra nossas forças de segurança e conhece a fundo os detalhes desse crime”, ressalta o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar.

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Especialista (Forp-USP) e mestra (Unicamp) em odontologia legal, com enfoque em gênero, Beatriz foi nomeada como diretora da Divisão de Perícias Externas, do Instituto de Criminalística em 2022, e tornou-se a primeira mulher a ocupar o cargo. Foi uma das autoras do curso Aspectos Procedimentais do Protocolo Nacional de Investigação e Perícia em Crimes de Feminicídio do MJSP e do Protocolo Operacional Padrão, da PCDF, para o atendimento de vítimas dos crimes contra a dignidade sexual, documentos que contribuíram para o aumento em mais de 150% no número de registros de casos de violência contra a mulher no DF.

“Identificar as mortes violentas de mulheres, quando em razão de gênero, como feminicídio, faz parte de um conjunto de estratégias destinadas a trazer visibilidade sobre a atribuição social de supremacia masculina, a fim de sensibilizar as instituições sobre a sua ocorrência e recorrência. A partir daí, torna-se objetivo precípuo promover e garantir os direitos das mulheres, estimulando, em paralelo, a adoção de políticas de prevenção à violência pautada na desigualdade sexista”, explica a autora, Beatriz Figueiredo.



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FONTEAgência Brasília
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