Pioneirismo: Vítimas de violência doméstica terão voucher em transporte por Uber

Benefício de R$ 40 será concedido a mulheres que forem a uma das delegacias especializadas para denunciar casos de violência ou buscar acolhimento. Desconto também pode ser adquirido online por meio do Projeto Ângela, realizado pela Uber e o Instituto Avon



O Governo do Distrito Federal (GDF) e a empresa de transporte por aplicativo Uber Brasil vão oferecer desconto de R$ 40 para mulheres vítimas de violência doméstica. O benefício será disponibilizado para aquelas que forem a uma das delegacias especializadas de atendimento à Mulher – Deams I e II – a fim de denunciar casos de violência ou buscar acolhimento e não tiverem condições de arcar com o retorno para casa. A medida passou a valer já nesta quarta-feira (8).

O GDF e a Uber Brasil assinaram parceria que garante desconto de R$ 40 para mulheres vítimas de violência doméstica. A medida já passou a valer a partir desta quarta-feira | Foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília

As duas delegacias terão, mensalmente, 35 códigos promocionais para distribuir entre as denunciantes. O valor será descontado da tarifa final da corrida entre a delegacia e a casa da mulher. Dessa forma, a depender da proximidade entre os locais, do horário de solicitação e de outros fatores que influenciam na tarifa, a corrida pode ser gratuita ou ser mais barata do que o convencional. O serviço será divulgado em cartazes em todas as delegacias do DF e em outros equipamentos públicos.

A parceria foi firmada entre a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) e a empresa privada nesta quarta-feira (8), no Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob). A cooperação terá a duração inicial de um ano. O acordo também prevê a divulgação de material educativo relacionado ao enfrentamento da violência de gênero para motoristas e usuários cadastrados no aplicativo de transporte. Haverá informações sobre os tipos de violência (física, psicológica, moral, sexual e patrimonial), os canais de denúncia, locais para acolhimento, e mais.

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Secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar: “É uma iniciativa que materializa o conceito de integralidade adotado pela Secretaria de Segurança Pública para se referir à necessidade de que todos, inclusive a sociedade civil, abracem as ações e projetos desenvolvidos aqui, chamando cada um a desempenhar o papel que lhe é devido”

A subsecretária de Prevenção à Criminalidade da SSP, Regilene Siqueira, afirmou que a parceria é uma forma de “incentivar e garantir o acesso efetivo das vítimas de violência doméstica ao sistema de justiça, além de contribuir com a logística do trabalho policial, garantindo maior agilidade e eficiência na prestação do serviço”. E completou: “É uma iniciativa que materializa o conceito de integralidade adotado pela Secretaria de Segurança Pública para se referir à necessidade de que todos, inclusive a sociedade civil, abracem as ações e projetos desenvolvidos aqui, chamando cada um a desempenhar o papel que lhe é devido”.

Para o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, toda a sociedade deve se mobilizar no enfrentamento da violência de gênero para a redução definitiva dos casos. “A violência doméstica demanda uma mudança cultural. É preciso que a gente eduque as nossas crianças, os nossos pequenos menininhos, para que respeitem as nossas pequenas menininhas e, crescendo juntos com esse tratamento respeitoso, nós vamos construir, realmente, uma mudança cultural onde vamos ter paz e menos violência doméstica”, avaliou.

Projeto Ângela

Outra forma de ter acesso ao código promocional no transporte de aplicativo é pelo Projeto Ângela, uma assistente virtual desenvolvida pela Uber Brasil em parceria com o Instituto Avon. A mulher precisa entrar em contato com o projeto pelo número (11) 9 4494-2415, por ligação – que é gratuita independente da localização – ou por mensagem de texto, via SMS ou Whatsapp. É possível ainda solicitar o auxílio pelo site. São solicitadas informações sobre o caso e, em seguida, é disponibilizado o código promocional, também no valor de R$ 40. O voucher é disponibilizado uma única vez.

A gerente de Relacionamentos Governamentais da Uber, Analu Cordeiro dos Santos reforçou: “Assim como enuncia nossa Constituição, segurança é dever do estado, mas direito e responsabilidade de todos. E é por isso que estamos aqui hoje. Esse é um debate do qual a Uber quer fazer parte”

O serviço é gratuito para todo o Brasil e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. Lançado em 2020, o Projeto Ângela também oferece informações sobre serviços de acolhimento e apoio a vítimas de violência doméstica, contato com psicólogos e apoio jurídico. As informações fornecidas durante o atendimento são confidenciais e servem apenas para registro dos casos e monitoramento.

Todos contra a violência de gênero

Ainda durante a assinatura da parceria, a Uber recebeu o selo Parceiro da Segurança, ação que simboliza a participação no projeto Empresa Responsável Comunidade + Segura, promovido pela SSP desde agosto deste ano. As empresas interessadas em receber o selo devem preencher um formulário e aguardar que as equipes da SSP entrem em contato.

“A violência é uma realidade presente nas cidades que infelizmente pode afetar a todos e que precisamos enfrentar, e é essencial que todos trabalhemos juntos para garantir um ambiente mais seguro”, afirmou a gerente de Relacionamentos Governamentais da Uber, Analu Cordeiro dos Santos. “Assim como enuncia nossa Constituição, segurança é dever do Estado, mas direito e responsabilidade de todos. E é por isso que estamos aqui hoje. Esse é um debate do qual a Uber quer fazer parte.”

Para o diretor-geral da PCDF, José Werick de Carvalho, a medida representa “um grito de solidariedade e um abraço acolhedor às vítimas de violência doméstica. Que as demais empresas sigam o exemplo. Nós estamos aqui para acolher e criar todos os instrumentos possíveis. Este é mais um passo no sentido de romper os ciclos de violência”

O diretor-geral da PCDF, José Werick de Carvalho, acrescentou que o projeto do GDF com a Uber simboliza “um grito de solidariedade e um abraço acolhedor às vítimas de violência doméstica. Que as demais empresas sigam o exemplo. Nós estamos aqui para acolher e criar todos os instrumentos possíveis. Este é mais um passo no sentido de romper os ciclos de violência”, completou.

Já a secretária da Mulher, Giselle Ferreira, afirmou que o benefício auxilia na proteção, sobretudo, das vítimas de classes mais baixas. “A violência está muito próxima e não escolhe classe social, mas a gente entende que, na classe social mais vulnerável, tem aumentado cada vez mais os casos de feminicídio. Então, é uma importante ferramenta que a Secretaria de Segurança, justamente com a Uber, vai disponibilizar para a proteção da mulher. Essa pauta não deve ser prioridade só do setor público, mas de toda a sociedade”, avaliou.

‌Como denunciar violência contra a mulher

⇒ Ligue 190 – PMDF: Em caso de emergência, a mulher ou alguém que esteja presenciando alguma situação de violência pode pedir ajuda por meio do telefone 190. Uma viatura da Polícia Militar é enviada imediatamente até o local para o atendimento. Disponível 24 horas por dia, todos os dias. A ligação é gratuita.

⇒ Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher: O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes, bem como reclamações, sugestões ou elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento. A denúncia pode ser feita de forma anônima, disponível 24 horas por dia, todos os dias. A ligação é gratuita.

⇒ Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam): Diante de qualquer situação que configure violência doméstica, a mulher deve registrar a ocorrência em uma delegacia de polícia, preferencialmente nas Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (Deam), que funcionam 24 horas por dia, todos os dias. Os canais de comunicação também podem ser os telefones de plantão – (61) 3207-6172/3207-6195 – e o e-mail [email protected].

⇒ Ligue 197 – Disque Denúncia: A Polícia Civil do Distrito Federal conta, ainda, com canais de denúncia nos quais são garantidos o sigilo. Além do Disque 197, a denúncia pode ser comunicada por e-mail: [email protected], por WhatsApp (61) 98626-1197, ou ainda registrada online neste site. Os canais estão disponíveis 24 horas por dia, todos os dias. A ligação é gratuita.

Veja aqui outros canais de denúncia de violência de gênero.

 



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FONTEAgência Brasília
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