Piso da Enfermagem: Governo garante recursos, muda estratégia e espera aprovação do Congresso na terça-feira (18)

Governo federal substitui Medida Provisória por Projeto de Lei do Congresso Nacional para acelerar 'derrubada' de ADI junto ao STF



Por Kleber Karpov

Após um mês de estagnação em relação a Medida Provisória (MP), governo federal anunciou em reunião no Palácio do Planalto, na quarta-feira (12/Abr), mudança de estratégia com a substituição de edição da MP, e deve encaminhar um Projeto de Lei no Congresso Nacional (PNL), para garantir o Piso Nacional da Enfermagem.

A reunião de definição das diretrizes orçamentárias contou com a participação de membros do Executivo, dos deputados federais Mauro Benevides Filho (PDT-CE) e Alice Portugal (PCdoB-BA), além dos representantes do Fórum Nacional da Enfermagem.  Na ocasião, os parlamentares apontaram haver acordo para aprovação do PNL, no Congresso, em sessão a ser realizada na terça-feira (18/Abr).

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A expectativa é que uma vez aprovada o PNL e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Supremo Tribunal Federal (STF) deve ‘derrubar’ a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), responsável por travar a implementação da Lei nº 14.434, de 4 de agosto de 2022, do piso salarial da categoria.

Regime de urgência

Na quinta-feira (13/Abr), Filho se reuniu com o secretário de Relações Institucionais e ex-ministro da saúde, Alexandre Padilha, ratificou a mobilização do governo federal para a realização, na próxima semana da sessão no Congresso.

“Prepare aí que estamos mobilizando sessão no Congresso para que a gente possa encaminhar, já na próxima semana, o que a gente chama de projeto de lei de remanejamento orçamentário.”, explicou Padilha.

Filho, autor da Emenda Constitucional (127), que garantiu fonte de recursos para os estados, municípios e o DF implementarem o piso da enfermagem, além da não incidência dos reajustes ao limite prudencial impostos da Lei Reponsabilidade Fiscal (LRF), completou a explicação do Padilha. Isso ao ponderar que se trata de um “projeto a ser apreciado em regime de urgência” para que sancionado por Lula, ainda em abril “para que em maio, o dinheiro já caia na conta de vocês”, concluiu.

Disponibilidade orçamentária

Quem também se manifestou nesse sentido foi a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), ao afirmar, também na quinta-feira, 13, durante evento da Prefeitura de Araraquara (SP), ter assinado nota técnica que abre espaço orçamentário de R$ 7,3 bilhões para o pagamento do piso da enfermagem não só pela União, mas também por estados e municípios.

De acordo com Simone Tebet, o documento foi encaminhado à Casa Civil e deve seguir para o Congresso, após assinatura do presidente Lula. “O que está indo para o Congresso Nacional é um espaço fiscal de R$ 7,3 bilhões para que a União ajude os estados e municípios a cobrirem a conta do piso dos enfermeiros”, disse, respondendo aos temores de gestores municipais que reclamam que não têm caixa para pagar o piso.

Questão de respeito

Para o conselheiro do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Daniel Menezes, a efetivação da lei do piso salarial da Enfermagem é uma questão de respeito com a categoria. “Nos manifestamos desde sempre neste sentido, respeitamos todos os poderes, mas exigimos que tenham respeito com a Enfermagem e encerrem a espera que já é de muito tempo. Temos certeza de vencer ao final”, declarou.

Reconhecimento

Na mesma linha, aponta o deputado distrital, Jorge Vianna (PSD), que avaliou como positivas as manifestações por parte do Executivo. O parlamentar lembrou que além da demonstração de respeito, que maio se comemora o mês da Enfermagem.

“Além de demonstrarem respeito com os profissionais de enfermagem, que durante esses três últimos anos deixaram claro que se trata de uma categoria imprescindível a manutenção do SUS, entrar o mês de maio não só com a garantira da efetivação da Lei do piso da enfermagem, mas já com o reajuste na conta do trabalhador, será extremamente simbólico. Torço para que o governo e o Congresso emplaquem esse projeto de lei e que o STF derrube de vez essa ADI que tentou jogar por terra um direito da categoria da enfermagem, de ter um piso salarial.”, disse Vianna.

 

 

 

 



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