Categoria aumenta a pressão sobre o GDF e pede a cabeça de secretária de Segurança. Rollemberg promete se encontrar com lideranças sindicais na segunda-feira (15/8). No dia seguinte, servidores vão discutir os rumos do movimento em nova assembleia. Dirigente sindical diz que diretor-geral da corporação, Eric Seba, prometeu entregar o cargo
Suzano Almeida
A Polícia Civil aumentou a pressão sobre o GDF. Na tarde desta quinta-feira (11/8), em assembleia, a categoria decidiu que não recolherá os corpos de mortes naturais. A medida já entrou em vigor. Se o GDF não apresentar nova proposta na próxima segunda (15) — quando Rodrigo Rollemberg (PSB) se reunirá com lideranças sindicais —, a situação se agravará. Os peritos criminais e delegados que têm cargos de chefia entregarão os cargos em ato na terça (16). As investigações criminais também serão suspensas. Uma nova greve não está descartada.
O Buriti está em um impasse: tenta evitar que a corporação decrete nova greve, mas diz que não tem recursos para bancar reajustes salariais que assegurem a isonomia com a Polícia Federal — principal reivindicação do movimento.
Após a assembleia desta tarde, a categoria fez uma passeata em direção à Secretaria de Segurança Pública. Eles pediram a destituição da titular da pasta, Márcia de Alencar, declarada “persona non grata” pelos policiais.
Cargo à disposição
Diretor do Sindicato dos Delegados de Polícia do DF (Sindepo), Rafael Sampaio disse que, na assembleia promovida hoje pela entidade, Eric Seba afirmou que vai colocar à disposição o cargo de diretor-geral da PCDF, caso o governo local não envie mensagem ao Congresso sobre o reajuste dos policiais civis. O Sindepo ainda protocolou um ofício no Palácio do Buriti pedindo a exoneração da secretária de Segurança. Eric Seba não retornou os contatos da reportagem para comentar o caso.
Mais cedo, enquanto o sindicato dos policiais civis (Sinpol-DF) reunia servidores em frente ao Palácio do Buriti para discutir os rumos do movimento, o governador recebia a cúpula da PCDF, incluindo o diretor-geral, Eric Seba. O secretário-chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, acompanhou a reunião. O GDF promoverá um novo encontro para debater o tema, na segunda-feira (15), desta vez, com lideranças sindicais.
“Queremos crer que a reunião (na segunda) seja sobre o envio da mensagem ao Congresso em relação à nossa paridade com a Polícia Federal. Eles estão preocupados com os números das finanças do governo, mas estão esquecendo dos números da segurança, que sofre com a falta de investimento e valorização dos seus servidores. Se, na segunda-feira (15), o GDF não apresentar a proposta, na terça (16) os cargos de chefia serão entregues”, disse o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco, o Gaúcho.
O deputado federal Laerte Bessa (PR-DF), ex-diretor geral da Polícia Civil e deputados distritais participaram da assembleia e prometeram apoio aos agentes.
Recursos
Na quarta-feira, Rollemberg argumentou que o DF não tem caixa para bancar o aumento. “Nós reconhecemos que a isonomia é justa, mas precisamos apresentar uma proposta concreta. Nós tivemos dois anos de recessão, de redução da arrecadação e é claro que isso cria dificuldade para qualquer tipo de aumento. Nós estamos examinando com a maior boa vontade, para ver qual a proposta que podemos fazer para a Polícia Civil. Não adianta de nada eu fazer uma promessa se não puder honrar esse compromisso”, declarou o governador ao Metrópoles.
Em reunião no último dia 2, o GDF ofereceu aumento escalonado: 7% em outubro de 2017; 10% em outubro de 2018; e 10% no mesmo mês de 2019. Já no fim da tarde do mesmo dia, durante um novo encontro, surgiram outras duas propostas.
A primeira estipulava 23% em agosto de 2017; 4,75% em janeiro de 2018 e 4,5% em janeiro 2019. Na outra sugestão, os percentuais são de 10% em janeiro de 2017; 13% em agosto de 2017; 4,75% em janeiro de 2018 e 4,50% em janeiro de 2019. As duas propostas foram rejeitadas.
Fonte: Metrópoles