Por Kleber Karpov
A Polícia Civil de Roraima (PCRR) realiza, nesta segunda-feira (30/Out), operação para prender o ex-senador Telmário Mota (sem partido). O político é suspeito de mandar matar Antônia Araújo de Sousa, que briga na Justiça por recebimento de pensão alimentícia. Mota sofre ainda acusação, por parte da filha de 17 anos de tentativa de estupro.
De acordo com informações, a Polícia Civil cumpre outros dois mandados de prisão, e um total de sete, de busca e apreensão, em endereços dos suspeitos sob investigação, no município de Caracaraí, em Boa Vista, cerca de 140 quilômetros da capital de Roraima e, em Brasília.
Assassinato
Informações da PCRR apontam que Antônia Araújo foi morta com um tiro na cabeça (29/Set), no bairro Senador Hélio Campos, zona oeste de Boa Vista. O crime foi praticado por dois homens que empreenderam fuga em uma moto. A vítima foi abordada ao sair de casa para o trabalho. Um dos assassinos chegou a perguntar o nome e, ao confirmar a identidade, efetuou o disparo.
Estupro
No Boletim de Ocorrência, na acusação de estupro, à PCRR, a filha relatou que Telmário a pegou para passarem juntos durante o Dia dos Pais, porém, dentro do carro, tentou beijar e tocar as partes íntimas da filha. À época, senador da República, Mota alegou que a filha passava por “grave distúrbio psicológico”, além de estar a ser instrumentalizada por adversários políticos.
Crime Ambiental?
Mota chegou a ser apontado, em dezembro de 2020, como um dos braços políticos, entre os articuladores que tentaram liberar cerca de 200 mil metros cúbicos de madeira, apreendidos na Operação Handroanthus, da Polícia Federal (PF), extraídas ilegalmente por organizações criminosas que atuam na Amazônia.
A denúncia foi realizada pelo então, superintendente da Polícia Federal do Amazonas, Alexandre Saraiva, que encaminhou notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF), contra o ministro do Meio Ambiente (MMA), Ricardo Salles, o presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim, e o senador Telmário Mota, à época do Pros-RR, por atrapalhar ações de fiscalização ambiental.
Saraiva pediu que Mota, Salles, e Fortunato Bim fossem investigados por crime de advocacia administrativa, obstrução de investigação ambiental e organização criminosa. O então superintendente da PF no Amazonas, foi exonerado do cargo e perseguido pelo ex-ministro do MMA.
Porém, em relação à denúncia, após apreciação por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR), responsável por endossar pedidos de investigação de pessoas com fôro privilegiado, a PGR endossou a abertura de inquérito apenas contra Salles (Jun/2021), encaminhamento esse determinado pela ministra do STF, Cármen Lúcia. Em relação à Mota, a PGR, determinou o arquivamento da denúncia.
Em Brasília
segundo informações, Mota está em Brasília, porém, não foi encontrado no endereço.