Polícia Federal prende Agnelo, Arruda e Fillipelli por suspeita de desvio de recursos das obras do Mané Garrincha



Prisões ocorrem em decorrência de suspeitas de superfaturamento de aproximadamente R$ 900 milhões nas obras do Mané Garrincha

Por Kleber Karpov

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (23/5), a Operação Panatenaico, com o objetivo de investigar uma organização criminosa que fraudou e desviou recursos das obras de reforma do Estádio Nacional Mané Garrincha para Copa do Mundo de Futebol de 2014. Cerca de 80 policiais federais cumprem 10 mandados de prisão temporária e três conduções coercitivas. Entre os envolvidos que devem ser presos nas próximas horas estão os vice-governadores do DF, José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT), além do ex-vice-governador, atual chefe da Casa Civil do Palácio do Planalto, Tadeu Fillipelli (PMDB).

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Orçadas inicialmente em R$ 600 milhões, as obras do Mané Garrincha, chegaram ao custo final, ao final de 2014, de mais de R$ 1,5 bilhões. A estimativa é que o superfaturamento do custo inicial,  pode ter chegado cerca de  R$ 900 milhões.

Entre os alvos das ações de hoje, que acontecem com determinação da 10a Vara da Justiça Federal no DF, estão agentes públicos e ex-agentes públicos, construtoras e operadores das propinas ao longo de três gestões do Governo do Distrito Federal.

Superfaturamento

A hipótese investigada pela Polícia Federal é que agentes públicos, com a intermediação de operadores de propinas, tenham realizado conluios e assim simulado procedimentos previstos em edital de licitação. A renovação do Estádio Mané Garrincha, ao contrário dos demais estádios da Copa do Mundo financiados com dinheiro público, não recebeu empréstimos do BNDES, mas sim da Terracap, mesmo sem que a estatal tivesse este tipo de operação financeira prevista no rol de suas atividades.

Em razão da obra do Mané Garrincha – a mais cara arena de toda Copa de 2014 – ter sido realizada sem prévios estudos de viabilidade econômica, a Terracap, companhia estatal do DF com 49% de participação da União, encontra-se em estado de iminente insolvência.

Panatenaico

O nome da operação é uma referência ao Stadium Panatenaico, sede dos jogos panatenaicos, competições realizadas na Grécia Antiga que foram anteriores aos jogos olímpicos. A história desta arena utilizada para a prática de esportes pelos helênicos, tida como uma das mais antigas do mundo, remonta à época clássica, quando estádio ainda tinha assentos de madeira. A construção foi toda remodelada em mármore, por Arconte Licurgo, no ano 329 a.C. e foi ampliado e renovado por Herodes Ático, no ano 140 d.C., com uma capacidade de 50 mil assentos. Os restos da antiga estrutura foram escavados e restaurados, com fundos proporcionados para o renascimento dos Jogos Olímpicos. O estádio foi renovado pela segunda vez em 1895 para os Jogos Olímpicos de 1896.

Com informações da Polícia Federal



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