Policiais do DF aprovam paralisação às vésperas de jogos da Olimpíada



Categoria pede paridade salarial com PF; G1 aguarda retorno do Buriti
Mané Garrincha tem rodada dupla e estreia da seleção brasileira nos Jogos

Por Mateus Rodrigues

Policiais civis do Distrito Federal aprovaram em assembleia, nesta quarta-feira (3), uma paralisação geral de 48 horas válida a partir das 8h desta quinta (4). O período inclui a estreia de Brasília como subsede da Olimpíada Rio 2016. Segundo o sindicato, o movimento tem adesão de delegados e agentes de investigação.

O estádio Mané Garrincha recebe dois jogos de futebol masculino na tarde desta quinta, na estreia da modalidade na competição. Às 13h, Iraque e Dinamarca se enfrentam em campo. Logo após, às 16h, a seleção brasileira joga com a África do Sul no Mané. O funcionamento de uma delegacia no interior do Mané Garrincha, sob a arquibancada, também deve ser suspenso.

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O G1 entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública, com a Procuradoria-Geral do DF e com o Palácio do Buriti para saber se o movimento será questionado na Justiça, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O sindicato diz que aguardava uma reunião com representantes do governo ainda nesta quarta, o que não ocorreu.

Em coletiva no último dia 28, a secretária de Segurança Pública, Márcia de Alencar, afirmou que não temia o “boicote” de policiais civis e militares, que chegou a ser sugerido pelo deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) em uma reunião com PMs no início de julho. Segundo ela, as tentativas já tinham sido afastadas.

“Os plantões estarão reforçados e garantidos independentemente das circunstâncias de adesão à greve. A operação [na Olimpíada] se dá principalmente no policiamento de rua e em operações de salvamento, feitos pela PM e pelos Bombeiros. A greve [dessas corporações] é um crime militar, a tentativa de alguns grupos já está distante”, disse à época.

Até momento, a Polícia Civil fazia apenas operações-padrão, com redução no número de horas extras e de diligências. Não havia ameaça de paralisação geral. No plano original da Segurança Pública, a Polícia Civil teria uma delegacia montada dentro do estádio Mané Garrincha, em atuação conjunta com o Juizado do Torcedor.
Reforços também eram previstos para 1ª DP (Asa Norte), 2ª DP (Asa Sul), na 5ª DP (área central), na Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) e na Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) – todas no Plano Piloto, a poucos quilômetros do Mané Garrincha.

Luta salarial
A assembleia começou às 14h e reuniu cerca de 2 mil policiais civil no Eixo Monumental, em frente ao Palácio do Buriti. Na convocação, o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) pedia que os agentes comparecessem de preto e já previa uma possível “entrega dos cargos” de confiança.

Por volta de 18h20, após as votações da assembleia, os policiais fecharam o Eixo no sentido Rodoviária-Rainha da Paz por cerca de dez minutos. De acordo com a Polícia Militar, a área foi liberada sem necessidade de intervenção.

Os policiais civis buscam equiparação com o reajuste proposto pelo Ministério do Planejamento às carreiras da Polícia Federal e encaminhado ao Congresso Nacional no último dia 21.

Segundo o Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (Sindpol), a categoria deve receber um aumento de 21% a partir de janeiro de 2017, parcelado em três anos. De acordo com levantamento da entidade, os vencimentos iniciais das carreiras federais, no ano de 2016, são de R$ 12.568,97 para agentes, papiloscopistas e escrivães e de R$ 19.177,07 delegados.”

Em carta divulgada no fim de julho, o governador Rodrigo Rollemberg diz que considera a equiparação salarial justa, mas a negociação salarial “deve levar em conta a situação de grave crise” do país.

Fonte: G1



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