Políticos e autoridades reagem a tentativa de assassinato de Trump

Manifestações de diversas vertentes políticas apontam necessidade de diálogo e defesa da democracia



Por Kleber Karpov

Neste domingo (14/Jul), o Federal Bureau of Investigation (FBI), Serviço Federal de Investigação confirmou que os disparos contra o ex-presidente dos Estados Unidos da América (EUA) e atual candidato as eleições presidenciais, Donald Trump, no sábado (13/Jul), se tratou de uma “tentativa de assassinato”. Muito embora o FBI anda precise apurar as razões que levaram o autor dos disparos Thomas Matthew Crooks, de 20 anos a tentar matar Trump, durante comício eleitoral em Butler, na Pensilvânia.

Crooks, embora tenha atingido Trump de raspão, em uma das orelhas, acabou por levar ao óbito um dos eleitores presentes no comício, além de deixar outros dois gravemente feridos, segundo informações do Serviço Secreto dos EUA.

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Na manhã deste domingo, o presidente dos EUA, Joe Biden, e a vice-presidente, Kamala Harris realizaram reunião com autoridades das forças de segurança para se informarem sobre o atentado contra Trump. Biden, chegou a se manifestar publicamente, por três ocasiões, para abordar o caso, além de condenar as ações e pedir pacificação e união.

“Não há lugar para esse tipo de violência nos Estados Unidos, ou qualquer tipo de violência”, disse Biden. “Tentativa de assassinato é o contrário de tudo por que lutamos enquanto nação, tudo. […] Não podemos permitir que isso aconteça. União é o objetivo mais elusivo que existe, mas não há nada mais importante do que isso.”, ao que Biden havia classificado anteriormente como “doentio”, o nível da polaridade política nos EUA.

Repercussões

A manifestação de Biden, se unem milhares de vozes, ao redor do planeta, por meio das redes sociais e em telefonemas a Trump. O ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pedi comprometimento com a civilidade e o respeito à política. “Embora ainda não saibamos exatamente o que aconteceu, todos deveríamos estar aliviados pelo fato de o ex-presidente Trump não ter sido gravemente ferido e aproveitar este momento para nos comprometermos novamente com a civilidade e o respeito na nossa política. Michelle e eu desejamos a ele uma rápida recuperação”.

No Reino Unido, o primeiro-ministro Keir Starmer condenou o atentado. “Estou consternado com as cenas chocantes no comício do Presidente Trump e enviamos os nossos melhores votos a ele e à sua família”, publicou na rede social X (antigo Twitter) Starmer.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, enviou “votos de rápidas melhoras” a Trump. Ainda segundo o porta-voz, Stéphane Dujarric, afirmou em comunicado que Guterres “condena de forma inequívoca este ato de violência política”.

O presidente francês, Emmanuel Macron, se solidarizou com Trump, classificou o ato como uma tragédia às democracias. “Os meus pensamentos estão com o Presidente Donald Trump, vítima de uma tentativa de assassinato. Envio-lhe os meus votos de uma rápida recuperação. Um espectador morreu, vários ficaram feridos. É uma tragédia para as nossas democracias. A França partilha o choque e a indignação do povo americano.”, escreveu.

Na mesma linha, o Chanceler da República Federal da Alemanha Olaf Scholz, também falou sobre o risco do enfraquecimento da Democracia ao condenar o ataque. “O ataque ao candidato presidencial dos EUA, Donald Trump, é desprezível. Desejo-lhe uma rápida recuperação. Meus pensamentos estão também com as pessoas que foram afetadas pelo ataque. Tais actos de violência ameaçam a democracia.”, publicou Scholz.

O presidente da China, Xi Jinping condenou a tentativa de assassinato de Trump e expressou expressou simpatia a Trump.

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, condenou a ação e apontou estar profundamente preocupado com “o ataque ao meu amigo”. Ainda segundo publicação de Modi no X, “A violência não tem lugar na política e nas democracias”.

Para o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, “A violência política nunca é aceitável”, publicou no X.

Em nome do presidente da Russia, Vladimir Putin, o porta-voz Dmitry Peskov, disse: “A Rússia sempre denunciou e denuncia categoricamente qualquer demonstração de força em uma batalha política. Expressamos condolências à família do falecido e desejamos uma rápida recuperação aos feridos”.

O Primeiro-Ministro de Portugal, Luís Montenegro condenou o atentado contra Trump ao ponderar que “A violência política é completamente intolerável e as democracias têm de a combater sistematicamente.”. 

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida foi categórico ao afirmar que “Devemos permanecer firmes contra qualquer forma de violência que desafie a democracia.”.

O presidente da Itália, Sergio Mattarella, que chegou em visita oficial ao Brasil, neste domingo, apontou a existência de um “sintoma desconcertante da deterioração do tecido civil e da perigosa recusa do confronto, do diálogo e do respeito pela vida democrática.”. A primeira-ministra, Giorgia Meloni, por sua vez, desejou uma rápida recuperação a Trump.

No Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conclamou a todos os defensores da democracia repudiarem o atentado contra Trump. “O que vimos hoje é inaceitável”.
Sem mencionar nomes, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, ressaltou o diálogo no meio político para instrumento nome das atividades humanas, em contraponto a violência. “A política, exercida com integridade e idealismo, é uma das mais nobres atividades humanas. A violência, independente da motivação, é sempre uma derrota do espírito. A vida civilizada é feita de ideias e não de agressões.”.

O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), alertou para os sucessivos “atos extremistas que vêm se repetindo mundo afora” e pediu “reflexão urgente sobre esse estado permanente de ódio”.

“Atos extremistas e violentos vêm se repetindo mundo afora, não só na esfera política, e uma reflexão urgente sobre esse estado permanente de ódio se impõe. Ou ampliamos a busca pela convivência pacífica e democrática, ou veremos outras tragédias acontecerem”, afirmou Pacheco.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressista-AL), por sua vez ponderou que divergências políticas se resolvem no voto e na maioria da vontade do povo. “A Camara dos Deputados, Casa do povo e da democracia, repudia com veemência qualquer ato violento como o que atentou contra o candidato à presidência dos EUA, Donald Trump. As divergências se resolvem no voto da maioria e na vontade do povo.”.
A vice-governadora do DF, Celina Leão (Progressista-DF), que já se encontrou pessoalmente com Trump, nos EUA, alertou para a “intolerância fora do controle” e ressaltou a necessidade de se debater, na política, no campo das ideias.


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