Por falta de algodão, pacientes deixam hospital público no DF sem curativo



Secretaria de Saúde diz que vai investigar; problema foi em Santa Maria
Equipe da TV Globo foi a outras unidades e encontrou mais problemas

Pacientes da rede pública do Distrito Federal tiveram de deixar o Hospital Regional de Santa Maria sem curativo na noite desta segunda-feira (11) por falta de algodão. A secretária Tais de Sousa conta que o marido, que sofreu acidente de moto, não pôde ter a perna engessada. O desempregado Jonathan Davi conta que o tio, Elias, passou por problema semelhante. A Secretaria de Saúde afirmou à TV Globo que investiga o ocorrido.

“Eles estão falando que o hospital tá sem algodão e sem tala e o que eles podem fazer eles estão fazendo”, contou Davi. “No caso do meu tio eles pediram pra colocar gelo, deram atestado de cinco dias e passaram medicação.”

Uma equipe da TV Globo visitou outras unidades de saúde e encontrou mais problemas. Em Taguatinga, a emergência estava lotada. Pacientes disseram que a escala apontava quatro médicos, mas não havia ninguém atendendo na clínica-médica. Em Ceilândia, a situação era parecida.

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“Só tem um médico, foi o que me falaram na triagem, só tem um médico”, disse a dona de casa Luzia Alves da Costa.
O trabalhador rural Cláudio da Silva levou uma picada de cobra, mas não conseguiu atendimento no Hospital Regional de Brazlândia. “Falaram que lá não tinha como eu ser atendido porque não tinha medico disponível. Aí eu tinha que vir rapidamente par o hospital de Taguatinga ou então da Ceilândia ou Base. Como eu estava sem recurso, eu vim para o de Ceilândia, que a passagem é mais barata.”

Entre as apostas para evitar a sobrecarga em hospitais está a reabertura de postos de saúde e a construção de novos centros. A Secretaria de Saúde disse que problemas orçamentários atrasaram a entrega de obras. Segundo a pasta, a unidade número 5 do Lago Sul vai estar funcionando até outubro, por exemplo.  Ela está fechada desde 2013, com reforça estimada em R$ 1,2 milhão.

“A gente teve um atraso no cronograma, tendo em vista o problema orçamentário que o governo enfrentou no início do ano de 2015”, disse o subsecretário de Logística e Infraestrutura, Marcello Nóbrega. “[As obras] Elas foram contratadas ainda no governo anterior, e nesse governo nós priorizamos para que sejam finalizadas.

Na Expansão do Setor O, o centro de saúde nº 11 está fechado para reforma há dois anos. O GDF diz que a obra deve ser entregue no fim de setembro, e a previsão é que a unidade comece a funcionar em dezembro, depois de receber móveis e equipamentos. Faltam R$ 600 mil para concluir as intervenções.

“O povo está sofrendo com isso, andando quase dois quilômetros, três quilômetros, até o posto número 7 para ser atendido e muitas vezes não é atendido porque a demanda lá está muito grande”, disse o vendedor Jackson de Souza.

Fonte: G1



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