“Pornográfico”: Taxa de juros mantida pelo Banco Central, de 13,75% ao ano, ‘mata’ o brasileiro



Por Kleber Karpov

Um cidadão, André Sousa, fez e publicou no microblog Twitter, uma simulação, no mínimo peculiar, mas que chama atenção do impacto que classificou de “pornográfico”, da taxa básica de juros, mantida pelo presidente do Banco Central do Brasil (BC), Roberto Campos Neto, de 13,75% ao ano, mantida por parte do Banco Central do Brasil. Isso, por meio de uma simulação de empréstimo bancário, simulado no Banco Santander Brasil.

Na simulação em questão, Sousa utilizou o valor de empréstimo de R$ 9.000, a ser pago em 72 parcelas, consequentemente, a ser paga em seis anos, com a atual taxa de juros praticada pelo BC. Nela, um hipotético correntista pagaria parcelas de R$ 405,47 com um valor total a pagar de R$ 29.193,94.

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Vamos apimentar a simulação

Política Distrital (PD), fez outras duas simulações, também no Santander, de Portugal. Importante mencionar que se trata de instituições bancárias subsidiárias do banco espanhol Banco Santander, seja no Brasil, ou em terras portuguesas e que os valores apresentados, não são relacionados ao banco em sim, mas à aplicação da taxa de juros estabelecida pelo BC, pelas instituições financeiras.

A primeira simulação, em Euros (€), moeda utilizada por Portugal, enquanto país membro da União Europeia. Para o exemplo, foi utilizado o valor literal do exemplo, ou seja, 9.000, pelo mesmo período. Porém, sem levar em consideração a moeda e a variação de câmbio, ou seja, eventuais diferenças cambiais de valorização ou desvalorização entre o Euro e Real.

Nesse contexto, em um empréstimo de 9.000 €, a ser pago em 72 meses, o cidadão português, pagaria uma mensalidade de 166,19 €, o que ao longo dos seis anos, daria um total de 11.965,68 €. O empréstimo em questão tem aplicação de juros pela Taxa Anual Nominal (TAN) de 9,5%. No contexto os 13,3% equivalente a Taxa Anual Efectiva Global (TAEG), por sua vez, se refer ao valor com inclusão de outros custos, além da própria TAN, a exemplo de impostos, seguros obrigatórios, comissões e outros encargos.

Mas não moro na Europa

Na segunda simulação, PD, faz um confronto da realidade, ou seja, a conversão do valor do Real, para o Euro, na simulação, além de mostrar, o caminho inverso, de modo que se perceba, quanto seria cobrado pelo valor solicitado.

No contexto, os R$ 9.000,00 pelo câmbio desta sexta-feira (12/Mai) em que 1€ equivale a R$ 5,37, o valor a ser emprestado, em euros é 1.676,00 €, a ser pago em 72 meses. Logo, a parcela do empréstimo será de 30,95 €, convertido, equivale a R$ 166,20. Ao longo dos  seis anos, o montante pago passaria a 2.228,40 €, o que equivaleria um total de R$ 11.966,32.

Mas, e no Brasil

Com o empréstimo em questão, efetuado no Brasil, o cidadão pagaria, a mais, aproximadamente R$ 17.200, somente a título de juros, equivalente a 132%, para se obter o empréstimo dos mesmos, R$ 9.000.

Nesse contexto, Sousa que faz uma provocação à chamada classe média, que defende, ou simplesmente aceita, a manutenção da taxa de juros a 13,75% ao ano, mantida pelo BC. Além de convidar as pessoas a fazerem simulações em outros bancos brasileiros, para demonstrar que a taxa praticada pelo Banco Central, estrangula o cidadão.

O convite de Sousa

O convite de Sousa, permite se perceber, com facilidade, o impacto “pornográfico”, ou nefasto que a atual política econômica imposta pelo BC, impõe ao povo brasileiro, por dissecar, em especial a classe média brasileira, que compreende cerca 100 milhões de brasileiros, quase metade da população economicamente ativa, em especial por movimentar o setor produtivo.

Conforme ponderou o presidente luiz Inácio Lula da Silva (PT), na última semana, a manutenção da taxa de juros a 13,75%, quando especialistas defendem ser excessiva, reverbera na ‘trava’ da economia brasileira.

“A sociedade brasileira, os varejistas brasileiros, os empresários brasileiros, os trabalhadores brasileiros não suportam mais a taxa de juro. O desemprego está começando a mostrar a sua cara no setor de comércio, muitas lojas estão quebrando, estão fechando. Então, se a gente quiser gerar emprego no país, nós vamos ter que ter crédito para o trabalhador, consignado, para o pequeno e médio empreendedor individual, nós vamos ter que ter crédito para as grandes empresas, senão o país não cresce”, disse.

Lula ponderou ainda para iniciativas por parte do governo federal que devem estimular o consumo e a rotatividade de dinheiro, porém, para que isso aconteça, a revisão da taxas de juros por parte do BC, é imprescindível para que a economia, volte a girar.

“A economia vai crescer porque nós estamos colocando dinheiro na veia do trabalhador, estamos retomando todas as políticas públicas que deram resultado. E se o dinheiro não estiver rodando no bolso do trabalhador, não tem emprego, não tem melhoria da qualidade de vida nem no Brasil, nem lugar nenhum do mundo”, reforçou Lula.

 

Depositphotos Parceiro Política Distrital

 



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