Os impactos da pandemia de covid-19 são sentidos em várias frentes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez alerta sobre os efeitos que a crise sanitária terá na saúde mental. E mais, indica que esse impacto será prolongado. Esse cenário aponta a necessidade dos cuidados em saúde mental e ressalta a importância do autocuidado.
As práticas integrativas em saúde (PIS) são importantes aliadas no quesito autocuidado e objetivam promover, manter e recuperar a saúde. Atualmente, são oferecidas 17 práticas integrativas na rede pública de saúde do DF, como acupuntura, arteterapia, homeopatia e meditação. As PIS são ofertadas nas unidades básicas de saúde, nos centros de atenção psicossocial, nas policlínicas, hospitais e em outras unidades de saúde.
Segundo o gerente de Práticas Integrativas em Saúde, Cristian Silva, as PIS enfatizam a escuta acolhedora e o autocuidado ao abordar o indivíduo em sua multidimensionalidade – física, emocional, mental, social e espiritual.
A acupuntura e homeopatia são práticas agendadas a partir de uma unidade básica de saúde (UBS). Assim, é preciso primeiro passar pela UBS, onde será feita uma avaliação pela equipe de saúde e, caso ocorra o encaminhamento, a pessoa será agendada com um especialista
“As práticas integrativas reequilibram o funcionamento metabólico do corpo e atuam no equilíbrio das forças mentais, propondo uma lógica que chamamos de salutogênica, que vai muito além de tratarmos a doença. A ideia é assimilarmos modos de vida saudáveis, passando pelos mais elementares, como o cuidado com a alimentação, hidratação, sono, até uma prática corporal e mental de reconhecer nossas potencialidades e as nossas limitações para que possamos lidar com elas da forma mais serena possível”, indica Cristian.
A Política Distrital de Práticas Integrativas em Saúde (PDPIS), instituída em 2014, regulamenta a oferta das PIS no âmbito da SES-DF. As práticas são abertas à comunidade, geralmente sem requisitos, e conduzidas por profissionais de saúde e voluntários cadastrados devidamente habilitados por meio de cursos de capacitação ou formação específica.
Como participar
O gerente informa que elas são acessíveis a toda população. Para participar, basta conferir a lista das atividades oferecidas e realizar o agendamento diretamente nas unidades. Cristian alerta que, devido à pandemia, muitas foram suspensas e estão sendo retomadas aos poucos. Por isso, pede que quem tenha interesse verifique na localidade de sua preferência se a prática está sendo oferecida e como realizar o agendamento.
“O afastamento social – necessário para o controle da pandemia – impacta as relações sociais e o que chamamos de saúde social. E nesse ponto, refiro-me à rede de convivência e apoio que temos como o círculo social, familiar e de nossas práticas cotidianas. Nesse sentido, as práticas integrativas podem ser espaço para recuperar e recompor essa perda do contato social”, explica o gerente.
A acupuntura e homeopatia são práticas agendadas a partir de uma unidade básica de saúde (UBS). Assim, é preciso primeiro passar pela UBS, onde será feita uma avaliação pela equipe de saúde e, caso ocorra o encaminhamento para acupuntura e/ou homeopatia, a pessoa será agendada com um especialista.
Atividades on-line
Para trazer mais comodidade para a população, algumas práticas estão disponíveis on-line. A técnica de redução de estresse (TRE), a laya yoga, a terapia comunitária integrativa, a meditação e a utomassagem são algumas que são oferecidas de forma remota. Acesse o site e saiba como participar.
Além disso, a Gerência de Práticas Interativas em Saúde (Gerpis) da Secretaria de Saúde preparou uma série de vídeoshttps://www.saude.df.gov.br/praticas-integrativas-em-saude/, a #PratiqueSaúdeEmCasa abordando diferentes práticas para serem realizadas de onde a pessoa estiver. Escalda-pés, shantala, automassagem e tai chi chuan são algumas das PIS oferecidas na série.
UBS 5 Taguatinga
A Unidade Básica de Saúde 5 de Taguatinga oferece diversas práticas integrativas. A população conta com técnica de redução de estresse (TRE), auriculoterapia, shantala, automassagem, meditação, tai chi chuan e lian gong. As práticas são abertas à comunidade.
Toda sexta-feira, das 8h às 9h, a técnica de redução de estresse é oferecida em grupo, na área externa da Igreja São Pedro, localizada ao lado da UBS. Cerca de 25 pessoas participam da atividade, que tem sido oferecida ao ar livre, seguindo todas as medidas de segurança como uso de máscara, distanciamento e higienização constante das mãos.
Segundo a fisioterapeuta da unidade, que também é instrutora de TRE e conduz o grupo, Ana Paula Formiga, a técnica consiste em uma sequência de exercícios, alongamentos e posturas que provocam tremores no corpo. “São tremores fisiológicos e por meio deles, o corpo reduz o estresse, promove a regulação das nossas emoções e faz com que seja descarregada essa ativação do sistema nervoso central”, explica.
Com a prática regular da atividade, ela conta que os pacientes relatam melhora na qualidade do sono e das dores musculares, além da diminuição do estresse e da ansiedade. É o caso da dona de casa Helena Alves Moreira, de 66 anos, que há cinco anos participa das práticas na UBS. A moradora de Taguatinga participa do grupo de TRE e diz que ajuda muito nas dores que sente. “As práticas são ótimas para a saúde”, destaca.