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22 nov 2024 05:49


Presidente do SindMédico-DF critica governador por deixar de utilizar recursos para combate à dengue

O Distrito Federal viverá uma nova epidemia de dengue nos próximos meses. Após a confirmação da primeira morte causada pela febre chikungunya no DF, as previsões não são nada otimistas. Pelo contrário. A cada ano, o Governo do Distrito Federal (GDF) diminui a aplicação de recursos destinados à prevenção, controle e combate ao mosquito Aedes aegypti. Colocando, mais uma vez, a população em risco.

Neste ano, dos R$ 14,3 milhões autorizados para o desenvolvimento de ações, somente R$ 3,4 milhões foram gastos. Ou seja, 24% do total. Os números foram levantados pela Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC) da Câmara Legislativa. Em 2015, o investimento também foi pífio. Segundo demonstrativo da utilização de recursos da própria Secretaria de Saúde (SES-DF), dos R$ 20,4 milhões destinados à área, apenas R$ 5,7 milhões foram empenhados: 28%.

Para o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), Gutemberg Fialho, a inexecução orçamentária, que se repete, demonstra o descaso do GDF com a população. “O governo não está preocupado, como mostram os números, em combater o Aedes aegypti. E o resultado dessa falta de gestão vai, mais uma vez, prejudicar os moradores do DF, que enfrentarão outra epidemia das doenças causadas pelo mosquito”.

E os dados da própria Secretaria de Saúde revelam que os moradores do DF já sofrem, novamente, com o avanço no número de casos prováveis e confirmados de dengue, febre chicungunya e zika: um total de 17.787 de janeiro até novembro deste ano. No mesmo período de 2015, eram 9.510. Ou seja, a incidência das doenças, ao todo, aumentou 87%.

Na avaliação da presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal (SI-DF), Valeria Paes, o aumento do número de casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti é preocupante e exige a intensificação de ações. “O que requer a alocação de recursos humanos e financeiros suficientes para a execução de tais ações”, destaca. Caso contrário, aponta, “o risco de epidemia se mantém, com prejuízo à população.”

De acordo com o último informativo epidemiológico de dengue, chikungunya e zika, houve ainda uma antecipação do período de maior ocorrência dos casos de dengue nos meses de fevereiro e março se comparado a 2015, quando o mesmo cenário só foi registrado em abril e maio.

Os casos de zika, também segundo o informativo, saltaram 4275%, passando de quatro confirmados em 2015 para 175 este ano. E os registros da febre chikungunya também colocam o DF em estado de alerta. A incidência da doença aumentou 920% comparada ao mesmo período do ano passado, saindo de 15 para 153.

Até novembro deste ano, 17.612 casos prováveis de dengue foram registrados no DF. Em 2015, eles somavam 9.491. Ou seja, uma diferença de 85%. Em relação à dengue grave e óbitos por conta da doença, o número passou de 29 no ano passado para 41: um aumento de 41%.

Neste cenário, alerta ainda a presidente da Sociedade de Infectologia do DF, a rede pública de saúde do DF precisa estar preparada para atender os pacientes diagnosticados com doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.  “É preocupante a deterioração da capacidade da rede de atenção à saúde do DF para acolher uma demanda cada vez maior de pessoas e que sofrerá esse impacto negativo”, afirma Valeria Paes.

Por isso, enfatiza a presidente da Sociedade de Infectologia do DF, “a organização adequada dos serviços públicos, com a devida garantia de recursos, é crucial para o enfrentamento apropriado das doenças transmitidas pelo mosquito”.

Fonte: SindMédico-DF

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