Primeiro trimestre de 2015 contabiliza 54% das mortes de ciclistas ocorridas em todo ano de 2014, alerta ONG



O Alerta é da ONG Rodas da Paz

Levantamento da Organização não Governamental, Rodas da Paz, baseado em matérias publicadas ou veiculadas pela imprensa, aponta que 12 ciclistas foram mortos no trânsito do Distrito Federal nos três primeiros meses do ano. Os dados não são oficiais, pois o Departamento de Transito do DF (Detran-DF) ainda não divulgou o levantamento do primeiro trimestre de 2015. Se comparado com 2014 em que ocorreram 22 mortes, o sinal de alerta se acende.

O caso chama a atenção após a morte do vigilante, Fabrício Torres da Costa, 35 anos, atingido, na avenida L4 norte, próximo ao Iate Clube, por um carro dirigido por um motorista embriagado, na manhã de sexta-feira (3/Abr), de acordo com o Departamento de Estrada de Rodagem (DER).

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A secretária institucional da ONG, Renata Florentino, alerta: “A gente não pode aceitar que isso seja corriqueiro. A sociedade precisa se alarmar com estatísticas como essa. Cobrar respeito com o ciclista. O medo dos motoristas não pode ser o de pagar multas, mas o de destruir a vida de uma pessoa”, desabafa Florentino ao observar o perigo da combinação álcool e direção, durante uma manifestação realizada em solidariedade a família de Costa: “Este ato foi chamado por amigos do Fabrício, mas serve para mostrar nossa indignação com todos os casos. Uma pessoa não pode dirigir bêbada e ficar impune”, disse Renata. O ciclista chegou a ser socorrido, mas não resistiu.”, complementou.

O condutor do veículo,  Rafael de Melo Balaniuk, 25 anos, foi detido e posteriormente colocado em liberdade provisória, de acordo com a Polícia Civil e deve responder por embriaguez ao volante e homicídio culposo, quando não há intenção de matar, embora no decorrer da investigação seja verificado a existência de dolo. À família restou pedir Justiça.

Álcool e Direção

No site a ONG chama a atenção para a associação de Álcool e Direção: “Segundo pesquisa do Ministério da Saúde realizada em 71 hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) para atendimentos de urgência e emergência em 2011, 22,3% dos condutores envolvidos em ocorrências de trânsito, como atropelamentos e colisões, aparentavam embriaguez ou atestavam o consumo de álcool. A bebida alcoólica esteve associada a 21% dos chamados ‘acidentes’ no trânsito, que em realidade não deveriam, em sua maior parte, ser chamados de acidentes”.

Expansão das ciclovias

Durante o governo de Agnelo Queiroz (PT), as malhas cicloviárias foram ampliadas de 40Km, para cerca de 500km, de acordo com o ex-gerente de planejamento e gestão da Casa Civil do GDF e coordenador do Fórum de Mobilidade por Bicicleta no DF,  Paulo Alexandre Passo, durante a realização do  Evento (19/Nov/14). “Hoje o DF tem cerca de 500 km de malha cicloviária, além das vagas para bicicletas em estacionamentos e nos vagões do Metrô”.

No plano de governo de Rodrigo Rollemberg (PSB), melhorias e ampliações das malhas cicloviárias estão previstas, entre as propostas de mobilidade urbana estão: Revisão e ampliação do plano cicloviário (inclusive com a implantação de ciclovias e ciclofaixas entre as cidades), integração com sistema de transporte coletivo e campanhas educativas para promoção do uso intensivo da bicicleta e a melhoria das condições de segurança e iluminação pública, expansão e qualificação da malha de calçadas e ciclovias, inclusive entre as cidades, e campanhas educativas para promoção do uso intensivo da bicicleta.

Contam como fatores positivos às implementações de mobilidade voltada as ciclovias, a figura do vice-governador, Renato Santana, e do deputado federal, Rogério Rosso, ambos do PSD, um dos partidos de coligação ao PSB, que garantiram a vitória a Rollemberg. Ambos são conhecidos não só pela atuação politica mas por adotar o ciclismo como filosofia de vida. Rosso anda de bicicleta diariamente nas vias do DF. Até mesmo para ir ao trabalho na Câmara Federal, a bicicleta é o meio de transporte preferido “sempre que possível”.

Rogério Rosso se pronuncia

Mas de acordo com o Deputado, apenas ciclovias não resolve o problema. Segundo Rosso: “O DF reúne excelentes  condições geográficas e climáticas para a prática do ciclismo , seja como meio de transporte, esporte ou lazer. É só verificar nas ruas a crescente quantidade de bicicletas circulando que podemos concluir que muitos brasilienses  já incorporaram as vantagens da ‘bike’ em seu cotidiano. Por outro lado circulam diariamente nas estradas do DF quase 2 milhões de veículos automotores.  É evidente, infelizmente, a falta de consciência por parte de alguns condutores de veículos a respeito das regras básicas de convívio entre carro e bicicleta. Não basta apenas a construção ou implantação  de ciclovias ou a preparação de faixas ‘exclusivas’ para bicicletas nas avenidas do Distrito Federal. É preciso também que o Governo desenvolva  campanhas permanentes de alerta, conscientização e respeito para com os ciclistas. Os acidentes estão cada vez mais frequentes e o sinal de alerta já está ligado há muito tempo. É fundamental que o GDF promova junto às lojas , oficinas e segmentos afins parcerias para que os ciclistas também possam receber material didático e informativos a respeito das regras e normas para circulação de bicicletas , equipamentos de segurança , além de informações sobre ciclovias, ciclofaixas, pontos de parada e apoio, zonas de risco e acidentes  e outras informações relevantes visando a segurança e proteção do Ciclista no DF. É alarmante a frequência de acidentes graves ocorridos com ciclistas na capital.”, observa Rosso.

Itens de segurança são imprescindíveis

Mesmo com afinidade com a ‘bike’, Rosso também não escapou de um acidente (7/Abr) e fez outro alerta: “Ontem  mesmo sofri um acidente de ‘bike’, mas felizmente sem muita gravidade. E não fosse pelos equipamentos de segurança a história poderia ter sido outra!”.

Questionado sobre a causa do acidente, se havia  cometido erro ou foi vítima de algum motorista o Parlamentar explicou que a causa foi uma saliência na pista: “Mas demonstra a importância do uso de capacete, luvas e roupas apropriadas.”, afirmou.

Segundo Detran, já foi pior

Embora a ONG Roda da Paz acenda o sinal vermelho para o perigo da mistura de álcool e direção, o Detran-DF por sua vez observa que apesar do número assustador, as mortes de ciclistas têm diminuído. Em 2.000, por exemplo, foram registradas 52 mortes, contra apenas 13 em 2013.

Com informações de Roda da Paz, GDF, Agência Brasil



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