Por Bruno Laganá
O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) está desenvolvendo os projetos da tão esperada Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Guará. O projeto já está em análise na Diretoria de Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde do DF (DIVISA). Em paralelo, já estão sendo desenvolvidos os desenhos de instalações complementares (estruturas e fundações, instalações elétricas, mecânicas e hidrossanitárias), para posterior elaboração das planilhas orçamentárias e demais documentos técnicos para a licitação.
Prevista para ser construída na QI 23 do Guará II, a unidade será equipada com 80 novos leitos e proporcionará maior quantidade de atendimentos. “Essa UPA vai poder receber pacientes adultos e pediátricos, desde o acolhimento à alta”, explica o superintendente de Engenharia do IgesDF, Rubens de Oliveira Pimentel.
A unidade contará com enfermarias e consultórios exclusivos, separados entre adultos e pediátricos, garantindo a devida privacidade, conforto e segurança, o que proporcionará uma assistência adequada e humanizada a todos os beneficiários.
“A UPA do Guará será um marco na prestação dos serviços de pronto atendimento do Distrito Federal. O projeto foi concebido para proporcionar maior número de leitos (adultos e pediátricos), visando atender a demanda existente na Rede de Urgência e Emergência do DF, desafogando demais unidades. Serão 2.500 m² de área construída, distribuídos de forma setorizada e otimizada, que trará mais conforto, agilidade e segurança na prestação dos serviços à população”, explica o arquiteto Igor Mendes, responsável pelo projeto da nova unidade.
Dos 80 leitos previstos, 12 serão reservados para emergência, para atender pacientes em classificação de risco vermelha, que são aqueles que precisam de atendimento imediato, pois correm risco de morte. O restante dos leitos serão destinados a pacientes com necessidade de atendimento de urgência, com 18 separados para reidratação e aplicação de medicamentos, 2 para isolamento e os 48 restantes para atendimentos em que o paciente precisa ficar em observação. Todos esses leitos são divididos em atendimento adulto e pediátrico.
Essa será a primeira Unidade de Pronto Atendimento 100% preparada, desde sua concepção, para receber pacientes pediátricos. “As UPAs, quando foram criadas, não contemplavam atendimento para a pediatria. Com o tempo e a demanda, tivemos que ir nos adaptando. Agora, o projeto já está sendo elaborado com a inclusão de leitos exclusivos para a pediatria”, explica a Gerente de Projetos do IgesDF, Tatiana Tostes.
Utilizando a metodologia BIM
O projeto da UPA do Guará é o primeiro a ser desenvolvido pela equipe de Engenharia do IgesDF utilizando a metodologia BIM (Building Information Modelling), ou a Modelagem da Informação da Construção, em tradução livre. “Ela abrange um conjunto de tecnologias, processos e políticas que possibilitam a colaboração virtual entre diversos interessados em um empreendimento, permitindo o projeto, construção e operação de uma obra de maneira colaborativa”, explica o superintendente Rubens.
A metodologia BIM possibilita que os profissionais envolvidos, tanto no projeto quanto na futura obra, colaborem em um ambiente 3D, viabilizando uma representação digital das características físicas e funcionais de um edifício ou infraestrutura.
“A utilização dessa metodologia reformula por completo o processo de projeto e pode ser considerada como inovadora e disruptiva, incorporando aos projetos grandes melhorias para a gestão de construções, desde a fase de desenho até a fase de operação, proporcionando, inclusive, aumento da vida útil, redução nos custos de manutenção, além de elementos mais precisos para o monitoramento das estruturas e instalações”, finaliza Tatiana.
Toda a padronização de documentos que viabilizaram o início da implantação do BIM foi desenvolvido em conjunto pelos profissionais do Núcleo de Projetos de Arquitetura (NUARQ): Lucas Feijão, Luana Lucchini, Igor Mendes, Beatriz Facchin, Anaíle Braga e Eloá Elena.
“O uso do BIM vai além da elaboração de projetos, podendo ser considerado uma metodologia organizacional de processos, trazendo melhorias em várias áreas como na redução de erros e conflitos durante a construção, aperfeiçoamento na comunicação entre as partes interessadas e, consequentemente, redução do custo de uma construção”, explica o superintendente Rubens.
“A Gerência de Projetos tem como um de seus objetivos, aprimorar o uso do BIM e expandir sua aplicação para todos os demais projetos a serem desenvolvidos”, explica o superintendente Rubens.
O uso da metodologia BIM é motivada principalmente pela nova Lei de Licitações, Lei nº 14.133, que afirma que, “nas licitações de obras e serviços de engenharia e arquitetura, sempre que adequada ao objeto da licitação, será preferencialmente adotada a Modelagem da Informação da Construção (Building Information Modelling – BIM) ou tecnologias e processos integrados similares ou mais avançados que venham a substituí-la.”