O universitário Mateus Vinícius Moraes não vivencia saudades da adolescência. “Eu me sentia estranho, tinha muitas dúvidas sobre o futuro e me sentia angustiado o tempo todo”, conta. O diagnóstico de transtorno de ansiedade generalizada foi dado por um psiquiatra, mas a compreensão da angústia, lembra ele, veio por meio da terapia: “Falar me ajudou a entender que eu não precisava resolver tudo naquele momento e aprendi estratégias para lidar com a ansiedade”.
Para oferecer atendimento psicológico gratuito a crianças e adolescentes do Riacho Fundo II, foi criado o projeto Psicologia Amiga, uma parceria entre a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) e o Instituto de Popularização do Direito (Ipod). A iniciativa conta com psicólogos, assistentes sociais e advogados.
“O projeto oferece o acesso à saúde mental, que é um direito humano fundamental”, afirma a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani. “Meninos e meninas vulneráveis enfrentam desafios únicos que podem impactar significativamente o desenvolvimento socioemocional. Então, oferecer suporte psicológico especializado é essencial para ajudá-los a superar essas adversidades e alcançar seu pleno potencial. É investir na construção de uma população mais resiliente e inclusiva.”
Dinâmica familiar
O psicólogo Angelo Faleiro reforça: “A busca pela ajuda profissional é relevante porque há uma escuta ativa que ajuda a criança quanto a algum desconforto emocional e possibilita ao adolescente o autoconhecimento e mais qualidade de vida. Dessa forma, compreender as queixas e a dinâmica familiar são os primeiros passos para o enfrentamento de problemas psicológicos”.
O atendimento, disponível até maio, também se estende à família, para promover o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes. Todos terão acesso a palestras sobre cuidados com a saúde mental na família, comunicação efetiva, administração de conflitos, autoestima, limites, disciplina positiva e manejo do estresse familiar.