Desenvolvidos pelo professor Luis Muehlmann, da UnB, trabalhos contaram também com a colaboração de universidades da China e da Alemanha
Com apoio da FAPDF e parcerias internacionais, Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) em Nanobiotecnologia da Universidade de Brasília (UnB) desenvolve pesquisas para melhorar tratamento de câncer.
São dois estudos recentes, como o da terapia fotodinâmica (TFD) realizada em parceria com a Universidade de Jinan, na China, e a nanotecnologia aplicada à quimioterapia para câncer, que contou com a colaboração da Universidade de Leipzig, na Alemanha.
Ambas foram coordenadas pelo professor da Faculdade de Ceilândia (FCE) Luis Alexandre Muehlmann, que também atua no Programa de Pós-Graduação em Nanociência e Nanobiotecnologia (PPGNano) do Instituto de Ciências Biológicas da UnB.
Quimioterapia
Publicado na revista Journal of Materials Chemistry B, da Sociedade Real de Química do Reino Unido, o estudo utilizou um quimioterápico clássico usado no tratamento de câncer, a doxorrubicina.
Embora já exista no mercado medicamento à base de nanotecnologia – o Doxil –, o custo é muito alto e inacessível para grande parte da população.
Além de buscar alternativas mais econômicas, a pesquisa também conseguiu direcionar a estrutura nanotecnológica – intitulada de RCM-Dox – para a mitocôndria e não mais para o núcleo da célula.
A parceria com a universidade alemã de Leipzig foi fundamental para realizar os testes com a nanoestrutura, que foi totalmente desenvolvida na UnB.
“O acelerador de partículas só existe na Alemanha, e graças ao projeto europeu e ao financiamento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) foi possível desenvolver a pesquisa in vitro”, contou o professor.
“Houve também colaboração do Inmetro, que possibilitou caracterizar em detalhes a estrutura das nanocápsulas”, salienta o coordenador.
Terapia fotodinâmica
Em parceria com a universidade chinesa de Jinan, a pesquisa desenvolveu nova nanomolécula (DHX1) com propriedades anticâncer ao ser ativada pela luz. Utilizando a terapia fotodinâmica (conhecida pela sigla TFD), foram feitos testes com células de câncer de mama in vitro.
Divulgada na revista internacional Molecules, a pesquisa demonstrou que é possível melhorar o controle dos efeitos tóxicos do tratamento de câncer, com uma ação mais direta no tumor.
“A TFD pode tornar as células cancerosas visíveis ao sistema imunitário, que irá reconhecer esse tipo de células e combater o câncer”, esclarece. Isso é viável por conta dos fotossensibilizantes, substâncias fototóxicas ativadas na presença de luz.
“Para fazer uma analogia, podemos citar o suco de limão que queima a pele caso exposto ao sol”, exemplifica Muehlmann.
* Com informações da FAPDF
Fonte: Agência Brasília