Quais os reais planos de Rollemberg para a Saúde Pública do DF? Se é que existem.



Por Lauro Ferreira

Três anos se passaram e ainda não se sabe o que Rollemberg tem em mente. Brasília inteira já percebeu que de gestão ele não entende nada, e, para o desespero da população do DF, nem seus assessores sabem o que essa palavra significa. E ano a após ano temos sentido na pele que o rumo dado a Brasília pode até ser certeiro, mas certeiro pro desmonte.

Especificamente na área da saúde, vimos 3 secretários deixarem a Pasta, sendo que o primeiro não chegou nem a assumir o cargo. E, considerando as estratégias do atual “gestor” e sua equipe, pensamos que esses que saíram provavelmente o fizeram por se recusar a deixar o barco ao sabor do vento.

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Conhecer a realidade da saúde pública do DF é doloroso para qualquer um que dependa dela ou tenha compaixão pelo próximo. Falta de medicamentos e materiais, estruturas físicas das unidades carentes de manutenção, falta de pessoal qualificado e equipamentos com defeito sem previsão de conserto, são apenas exemplos de problemas encontrados diariamente nas unidades de saúde da SES-DF pelos servidores e pela população. Em todos esses casos, não se vislumbra solução em curto prazo, ou até mesmo em longo prazo. A falta de planejamento e compromisso da atual gestão está estampada não só nas capas dos jornais, mas principalmente no rosto sofrido de cada um dos usuários do SUS que se amontoam nos corredores dos serviços de saúde à espera de tratamento.

Recentemente a mídia divulgou um alarmante número de pessoas que perderam suas vidas à espera de leitos de UTI no Distrito Federal. Muitas delas já tinham, inclusive, ordem judicial aguardando atendimento. Mas a omissão e o descaso falaram mais alto: 1.261 vítimas dessa gestão vergonhosa.

Um relatório produzido por servidores da própria SES mostram que o número de leitos de UTI bloqueados tem reduzido nos últimos anos. Entretanto, com o grande aumento da população do DF, a necessidade é da abertura de muito mais leitos, em plena operação. E o problema das UTIs do DF passa por diversas áreas: a falta de infraestrutura predial, equipamentos essenciais sem manutenção, carência de recursos humanos, falta de leitos de retaguarda e a necessidade de adequação do transporte sanitário, são algumas delas. E todas elas estão comprometidas por falta de gestão em algum nível.

No tocante a gestão de pessoas, alguns trabalhos voltados ao dimensionamento da necessidade dos serviços foram iniciados, um deles, inclusive, vencedor de prêmios do Ministério da Saúde. Mas a falta de incentivo à essas iniciativas e o descarte das boas ideias contribui a cada dia mais para que servidores e população questionem as reais intenções da gestão da SES e do Sr. Governador.

No início de 2016 a SES-DF editou portaria determinando a utilização do Manual de Dimensionamento da Força de Trabalho elaborado pela Subsecretaria de Gestão de Pessoas. O documento foi publicado no site da Secretaria e trazia os quantitativos mínimos de pessoal necessários em cada serviço de saúde. Desse mesmo trabalho iniciou-se o desenvolvimento de um software que avaliaria a situação de déficit de cada unidade da SES. Chegou-se a discutir, à época, a possibilidade de remanejamento de pessoal entre as unidades a fim de restabelecer diversos serviços, também as contratações seriam norteadas pelo déficit identificado. Mas, no frigir dos ovos, as mentes por trás do trabalho foram colocadas pra escanteio. E o manual e o sistema foram descartados.

Não podemos negar que muitas contratações foram feitas. Mas sem a lotação desses novos profissionais em pontos estratégicos não se vê, na prática, nenhum resultado. Pelos números disponíveis no Portal da Transparência verifica-se que, entre 2015 e 2017, o GDF admitiu 3.568 novos servidores na SES-DF, todas amplamente alardeadas por Rollemberg, e mesmo assim ainda temos notícias de que diversos leitos de UTI permanecem bloqueados, em alguns casos por falta de recursos humanos. Sem falar nas UPAs que constantemente estão de portas fechadas por falta de médico, ou emergências hospitalares sem atendimento pela mesma razão.

Diante desse cenário, inevitável levantar questionar: Quais os reais planos de Rollemberg para a Saúde Pública do DF? Se é que existem.



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