“Quero ficar até o fim”, afirma Secretário de Saúde do DF



Secretário de saúde faz um balanço dos primeiros três meses de gestão

Às vésperas de completar três meses no cargo, o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, foi à Câmara Legislativa fazer um balanço de seu início de gestão. Leia alguns trechos de seu pronunciamento na Câmara.

Falta de apoio do servidor
Nossa gestão precisa ser transparente e ter sempre diálogo. Mas preciso fazer um desagravo à gestão do Distrito Federal. Sou médico de família, fiz medicina aqui, na Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), fiz residência em Sobradinho e no Hospital de Apoio, sou médico da Secretaria de Saúde, sou servidor público há 16 anos, então eu sou colega dos servidores da saúde. Quando eu ouço críticas à gestão, que são genéricas, como se estivéssemos fazendo algo para prejudicar a população, como se não tivéssemos dando o nosso máximo para dar saúde de qualidade à população, isso me indigna. Nós trabalhamos dia e noite, sábados e domingos, não tem ninguém nessa gestão que não está fora de sua zona de conforto, trabalhando com angústia em relação à saúde do DF e procurando acertar, e acertando na maioria das coisas. Os serviços têm funcionado.

Gestão
Temos diversos problemas, trabalhamos com muita dificuldade, sim. Não adianta falar que falta gestão, que tem recurso, que tem gente. Não tem. Estamos trabalhando com o que há. Estamos procurando fazer o melhor com o que há e isso não é fácil. Na hora em que fecham uma pediatria e eu publico uma portaria mandando os pediatras que estão nos centros de saúde para os hospitais, vem resistência de todos os tipos e de todos os lados. Fazer gestão é difícil porque precisamos mobilizar as pessoas, esperar que todos se engajem. O servidor é engajado, quer o melhor, e precisa de estrutura. Mas, para isso, precisamos de apoio. Precisamos que usuários, conselhos de saúde, Câmara Legislativa e sindicatos entendam que são parte da solução. Essa gestão está moralizando o funcionamento da Secretaria de Saúde. Estamos fazendo as licitações, os contratos onde antes não havia, tenho visitado regularmente os órgãos de controle, como o Tribunal de Contas e o Ministério Público. Tenho contado com a parceria dessas instituições para fazer direito. Fazer gestão requer coragem, inteligência, participação, mas também apoio. Temos boas ideias e queremos implementá-las. Não se corrige 20 anos de erros em dois ou três meses. Temos que ter uma política que parta da melhoria da gestão, mas que não necessite de investimento (dinheiro). Temos dificuldades e vamos enfrentá-las com altivez, coragem e honestidade.

Licitações
Fizemos uma licitação que não era feita há 13 anos, que é a nossa maior contratação: a de alimentação. Queremos obter valores melhores para os nossos contratos porque não temos orçamento para desperdiçar. Estamos fazendo os contratos e contrariando muitos interesses políticos e econômicos que mandavam na saúde antes. Temos conseguido fazer os contratos de manutenção (dos equipamentos). Quando assumimos a gestão, 100 medicamentos estavam em falta, hoje são cerca de 30 e as dificuldades são dos fornecedores de entregar. Fiz vários contratos de manutenção preventiva. Consertamos o tomógrafo do Hospital de Base. Fizemos o contrato dos ventiladores das UTIs para que não fique nenhum leito fechado por falta de ventilação. Temos conseguido avanços.

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Organizações sociais
Não há nenhuma intenção em terceirizar a saúde. Isso ainda será discutido. As pessoas confundem terceirização e privatização. Queremos um SUS (Sistema Único de Saúde) 100% público, sim. Mas precisamos de novas ferramentas de gestão. Não há condições de fazer mais do mesmo. Precisamos de novos mecanismos para dar saúde à população.

Médicos
A saúde é muito centrada na figura do médico e isso não é bom. Há escassez de todos os profissionais, mas a do médico é grande. Há uma série de resistências à descentralização da competência desse profissional. Queremos que a equipe inteira trabalhe e avance na estratégia de Saúde da Família. Nosso desejo é que cada pessoa saiba quem é seu médico, seu enfermeiro, onde pode ser atendido e que quando ele precisar de atendimento naquele dia, ele vá lá e consiga. Com isso, vamos conseguir esvaziar as emergências.

Fonte: Correio Braziliense



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