Conversando recentemente com um coordenador de campanha de um candidato sobre uma consultoria que prestaria ao candidato, ele me fez a seguinte colocação ‘mas você sabe que as pessoas não vão ficar acessando a página na internet’. De fato, foi uma colocação pertinente se observada pela ótica de que nunca se ouviu falar que um eleitor se desse ao trabalho de deslocar até o comitê de um candidato para saber quais eram suas propostas de governo.
Nas eleições de 2006, o então presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello afirmava que a internet seria o grande veículo de campanha durante o período eleitoral daquele ano, quando no auge da crise entre mensalões, dossiês e pizzas, houve a aprovação da a Lei nº 11.300/06, que instituiu uma mini-reforma na Lei Eleitoral com uma série de mudanças no processo eletivo que tinha como principal objetivo promover o equilíbrio e a transparência no processo eletivo, tanto para àqueles que disputam as eleições quanto para os eleitores, o que foi recebido pelos políticos e pretendentes como um verdadeiro banho de água fria uma vez que artifícios como distribuição de brindes, presentes, cestas básicas, realização de showmícios,etc, foram proibidos e com isso aqueles candidados com mais recursos teriam que repensar suas estratégias de ação e seus planos de marketing, mas como consolo eles ganharam o uso da internet e as eleições de 2006 foi uma verdadeira batalha virtual pela conquista de votos.
Hoje, passados quatro anos, o TSE faz novas definições para o processo eleitoral de 2010 e novamente a internet será o grande filão das campanhas, uma vez embora tenha sido proibida a veiculação de publicidade paga nos provedores de acesso e serviços de internet, em contra partida permitiu-se o uso das redes sociais. Como no mundo da tecnologia da informação, um ano equivale a um século de inovações, muitas, mas muitas coisas mudaram na internet. Com a ascensão da web 2, tanto em termos de tecnologia quanto em termos de conceito a internet que utilizamos hoje não se parece nem de longe da internet de quatro anos atrás. Os preços dos computadores despencaram os preços dos provedores também caíram e as velocidades aumentaram, os recursos melhoraram significativamente, a própria internet quebrou a barreira das transmissões de dados que aconteciam quase que exclusivamente de computadores e foram para os celulares, os consoles de jogos, TVs, geladeiras, GPSs e por aí vai. Mas o grande marco de mudanças aconteceu nas redes sociais.
Orkut, Facebook, Twitter, YouTube, Blogs, Flirk, Google, MSN, Skype, MySpace, Linkedin e outras centenas de são empresas, ou melhor portais que fazem parte do nosso dia-a-dia, são ferramentas que se tornaram indispensáveis no nosso dia-a-dia, pois nos permitem interagir com a família, colegas de trabalho, escola, faculdade, amigos e até pessoas que não conhecemos, uma rede que nos alimenta com suas promoções, lojas, sonhos, soluções, enfim, um lugar onde podemos encontrar quase tudo e todos.
E por quê a internet será o grande filão das campanhas virtuais? Porque nosso amigo coordenador tem toda razão, os eleitores definitivamente não perderão tempo digitando o famoso www para acessar os sites de seus candidatos, mas talvez ele não tenha idéia de que os candidatos apartir das redes sociais não terão o menor trabalho para fazer com que suas propostas e projetos cheguem alí, na telinha de seus futuros eleitores, seja do computador, notebook ou celular, e se forem convincentes, esses futuros eleitores providenciarão para que outros futuros eleitores também recebam as propostas daquele candidato. É o efeito pirâmide cumprindo seu papel e o melhor, sem despesas com espaços para comitês e mais comitês físicos, impressões de santinhos, cartazes, folders, melecas, filipetas, tudo as custas dessa maezona chamada Rede Social.
Agora aqui entre nós, pode confessar que não @twitarei para ninguém, nem postarei no meu blog, você não vai para cama sem acessar sua rede preferida né? Viu como o TSE não é tão ruim assim!
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