Por Mino Pedrosa
Poderia ter sido mais difícil se não fosse deixado documentos para provar a inabilidade administrativa do governo de Rodrigo Rollemberg. O caso esta sendo investigado em inquérito aberto pela Polícia Civil do Distrito Federal, subordinada ao governador e vice.
O servidor, José Menezes Neto, lotado na EMBRATUR (órgão do governo federal) e registrado no Siap com a matrícula 678561 foi nomeado pelo governador Rodrigo Rollemberg em 29 de janeiro de 2015 para exercer o cargo comissionado de Subsecretário da Unidade de Administração Geral/SES-CNE 02, após ter sido exonerado do governo de Agnelo Queiroz onde estava à frente do Fundo de Saúde do DF no cargo de diretor.
O Secretário de Saúde do DF, João Batista Sousa encaminhou ofício número 154 para o Chefe da Casa Civil, Hélio Doyle, que mandou publicar no Diário Oficial no dia 29 de janeiro de 2015 a contratação de Menezes. Acontece que o pedido de solicitação de cessão do servidor encaminhado para o órgão do governo federal, EMBRATUR, aconteceu no dia 30 de Janeiro, após José Menezes ter sido nomeado por Rodrigo Rollemberg.
No entanto, saiu publicado no Diário Oficial antes mesmo de ter sido enviado ao órgão federal o pedido de requisição do servidor, o que caracteriza dupla nomeação como servidor público. José Menezes já ocupando o cargo de subsecretário da Unidade de Administração Geral tinha como sua responsabilidade comprar e pagar medicamentos da Secretaria de Saúde.
Segundo fontes da Polícia Civil do DF foram realizadas três operações na Secretaria de Saúde do DF com busca a apreensões de documentos e computadores, sendo que uma delas, José Menezes Neto foi conduzindo coercitivamente até a delegacia de polícia. A denúncia teria partido de um empresário fornecedor de medicamento que gravou diálogos onde Menezes comprometia o governo do Distrito Federal.
Fontes afirmam que o empresário fez chegar às mãos do governador Rodrigo Rollemberg e da Polícia Civil do DF, a tal gravação que deu início ao inquérito policial. Na tentativa de abafar o escândalo o governador pediu que Menezes deixasse o cargo. Agora, o inquérito corre em segredo de Justiça e pode ser o estopim para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara Distrital (CPI).
Os documentos relacionados à baixo comprovam com a data a inexperiência administrativa e o apadrinhamento de Menezes. Porque nomear servidor que estava lotado em órgão do governo federal caracteriza improbidade administrativa aos responsáveis pela nomeação. Menezes foi indicado pelo então senador Rodrigo Rollemberg para a diretoria do Fundo de Saúde no governo de Agnelo Queiroz, a relação entre Menezes, Rodrigo Rollemberg e a primeira dama, Márcia Rollemberg, é anterior à eleição de 2014.
Vale lembrar que os servidores estavam apreensivos com a presença de Menezes porque em seu currículo figura o registro de participação no escândalo da “Máfia dos Sanguessugas”. Há fortes comentários que a continuidade de Menezes na equipe de governo poderia comprometer a imagem de Rollemberg, já ofuscada por todos os percalços de gestão, uma vez que o nome de Menezes está vinculado a irregularidades na aquisição de ambulâncias quando o mesmo era Diretor do Fundo Nacional de Saúde (FNS) no período compreendido entre 2005 a 2007, constando o lamentável episódio nos relatórios policiais como a “Máfia das Sanguessugas”, sendo o mesmo multado em 2011 pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF).
O absurdo foi publicado no Diário Oficial do DF página 10 na terça-feira dia 17 de março, a exoneração a pedido de Menezes, quando na verdade, o servidor deveria ter sido exonerado pelo governador Rodrigo Rollemberg a bem do serviço público. Afinal Menezes passou grande parte do governo de Agnelo Queiroz nomeado a pedido da primeira-dama, Márcia Rollemberg, que trabalhou com ele no Ministério da Saúde.
Vejo abaixo todo trâmite burocrático do apadrinhamento de Menezes, por parte de Rodrigo Rollemberg.
Diário Oficial do DF com as exonerações de Menezes no governo Agnelo Queiroz e Rodrigo Rollemberg
Fonte: QuidNovi