1995 e 2015, dois anos muito parecidos para a política do Distrito Federal. Há vinte anos, o então governador do PT, Cristovam Buarque, era avaliado como o pior governador do país por uma matéria da revista Veja, intitulada “Vitrine Espatifada” (abaixo), com a foto do governador sorrindo, sentado em sua cadeira numa posição confortável. Cristovam obtinha na época um saldo negativo de 19 pontos. Sua gestão era carimbada de lenta, ineficiente e burocrática. Por coincidência, o secretário de Governo de Cristovam era Hélio Doyle, o chefe da Casa Civil do governador Rodrigo Rollemberg. Assim como hoje, muitas críticas se faziam a Doyle, alegando que o secretário de Governo era burocrata demais, um técnico de visão muito limitada.
Lembro-me que durante a eleição de 1994, eu e duas tias professoras íamos fazer campanha para Cristovam na Comercial Sul e Norte de Taguatinga/DF, cantando que “Cristovam Buarque é a nossa solução”. Foi neste ano que comecei a me interessar bastante por política, tanto a nacional quanto a local. Eu só tinha 13 anos, mas já acompanhava de perto o desenrolar da política. Lá para o meio do ano seguinte, a insatisfação tomou conta da população. Até minhas tias, petistas convictas, questionavam o governo Cristovam, mas usavam como desculpa toda a lentidão e falta de rumo por causa do “abacaxi que Roriz deixou”. Parece que a prática de jogar toda a culpa nas costas do antecessor vem desde aquela época. Rollemberg era o secretário de Turismo.