Rollemberg lamentou desabamento de viaduto mas vetou Projeto de Lei que obrigava manutenções anuais



Tribunal de Contas apontou ao GDF outros viadutos além de pontes que correm riscos semelhantes

Por Kleber Karpov

Na manhã desta terça-feira (6/Fev), o desabamento de parte do viaduto, no início do Eixão Sul, zona central de Brasília acendeu o alerta vermelho para a omissão da gestão do governo Rodrigo Rollemberg (PSB). Antes mesmo do ‘acidente’ entidades começaram a anunciar possíveis tragédias provenientes de quedas em estruturas viárias, na capital federal. Entre esses, o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (SINDUSCON-DF) e o Tribunal de Contas do DF (TCDF).

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O ‘gatilho’ do alerta pode estar em outro desabamento que ocorreu, no domingo (3/Fev), parte da garagem do Bloco C na SQN 2010 despencou sobre diversos carros estacionados no edifício.

Com tempo de vida útil, em média 50 anos, as estruturas de concreto distribuídas na Capital do pais, atualmente com 58 anos de idade começam a preocupar, sobretudo pela omissão por parte de Rollemberg em prover manutenção preventiva e corretiva em áreas viárias do DF.

Nesse contexto, na segunda-feira (5/Fev) o presidente do SINDUSCOM, Luiz Carlos Botelho, em entrevista ao CB Poder, do Correio Braziliense, foi categórico ao afirmar que uma das áreas de risco é a barragem do Lago Paranoá. “Ela foi feita para conter e formar o lago; não é uma estrada para circularem as cargas verticais da mobilidade urbana. Há questões estruturais fortes”, destacou.

TCDF

Nesta terça, foi a vez do TCDF publicitou o relatório de uma Auditoria do Tribunal de Contas do DF sobre a Conservação e Manutenção de Bens Públicos, concluída em julho de 2012. O Tribunal  avaliou três pontos da DF 002 (Processo 5687/2011) e o viaduto que desabou nessa manhã estava entre eles.

Além do Viaduto DF 002, que desmoronou, entre pontes e viadutos com necessidades de manutenções/reparos urgentes, estão a Ponte Bragueto, os viadutos do Eixo L, entre as quadras 203/204 Sul e 2015/2016 Sul, o da N2 ao lado do Conjunto Nacional e o estacionamento do Conjunto Nacional de Brasília.

Também estão entre as obras as serem reparadas, a passarela de pedestres os viadutos entre as quadras 215/216 Norte e 115/116 Norte, a Ponte Costa e Silva e a Ponte das Garças.

Veja o relatório do TCDF na íntegra

Reação

Após o acidente, embora a presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Distrito Federal  (CREA-DF), a engenheira Civil Maria de Fátima Ribeiro Có tenha alertado para a necessidade de aguardar a realização de perícia. “Mas o que fica claro a falta de manutenção, de recuperação”, disse ao observar que o CREA-DF tem pontuados, locais com falta de manutenção e recuperação.

No Senado, o senador Hélio José (PROS-DF), em entrevista à TV Senado afirmou que o desmoronamento do viaduto foi ocasionado por “falta de manutenção e de gestão pública”.

 

A deputada distrital Celina Leão (PPS) também se manifestou sobre o acidente e lembrou que dezenas de obras no DF estão em situação de abandono, o que considerou um absurdo se presenciar um acidente nessa natureza, na área central de Brasília. “Por sorte, não houve vítimas, mas houveram prejuízos e muitos, por falta de gestão do atual Governo. É inadmissível uma tragédia anunciada como essa, ter ocorrido na nossa cidade.  Não é de hoje que as condições de precariedade nas vias públicas do Distrito Federal, tem sido noticiada pela imprensa. Onde estão as perícias e a manutenções que o Governo deveria ter feito durante todo o ano e não fez? O que mais falta acontecer para o Governo fazer o papel dele enquanto governador? Um acidente nessa extensão poderia ter matado e ferido várias pessoas. A nossa população não pode mais conviver em situações de risco”.

Celina Leão lembrou que outras obras em Brasília encontram-se em situação de abandono e oferece risco de desmoronar, como por exemplo a Ponte do Bragueto. São dezenas de obras e monumentos precisando de perícia, manutenção, fiscalização e restauração. “O Governo precisa trabalhar para que acidentes como este, ou com maior gravidade, não voltem a acontecer. São diversas obras em situação de risco durante anos, por todo o Distrito Federal”.

O que diz o GDF

Sobre o assunto, Rollemberg justificou o acidente ao lembrar que: “São viadutos antigos. Desde o começo do governo, fizemos manutenção em oito viadutos, e, infelizmente, este ainda não tinha recebido”, disse em matéria publicada por Agência Brasília.

Omissão?

Mas, para reforçar a ausência de ação do Estado, anunciadas por SINDUSCON, CREA-DF  e TCDF, em 2017, o blog DF em Foco (Veja Aqui) apontou que Rollemberg chegou a vetar o Projeto de Lei (PL) 271/2015, de autoria do deputado distrital, Cristiano Araujo (PSD) que obrigava o GDF a realização de perícias técnicas em todas as pontes e viadutos do DF integrantes do sistema viário do DF. No entanto, em abril do ano passado, a Câmara Legislativa do DF (CLDF) derrubou o veto do chefe do Executivo, que deu origem a Lei 5.825/2016.



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