Rollemberg rompe com governo Temer mas, ‘come pelas beiradas’?

Desde o furacão da delação premiada de Joesley Batista, um dos diretores da JBS Friboi, em delação premiada junto à Procuradoria-Geral da República (PGR), que atingiu em cheio o presidente Michel Temer (PMDB), o Partido Socialista Brasileiro (PSB) decidiu romper com o Temer. No Distrito Federal, o governador, Rodrigo Rollemberg, seguiu a diretriz da Executiva Nacional. Porém, sempre que pode, dá um jeitinho para garantir as benesses do governo federal.

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Um exemplo aconteceu na quarta-feira (5/Jul), após o diretor-adjunto do Jardim Zoológico de Brasília, Erico Grassi Cademartori, soltou um “fora Temer” no início de uma entrevista à TV Globo. Ao tomar conhecimento, Rollemberg anunciou a exoneração de Erico Cademartori.

Em nota o governador reprovou a conduta de Cademartori, por ter se posicionado pessoalmente contra Michel Temer, quando deveria se pronunciar apenas, institucionalmente enquanto gestor, durante a entrevista.

Recursos federais

Porém, um fato curioso chamou atenção nas redes sociais. O então, ex-diretor adjunto do Jardim Botânico recorreu ao Facebook para afirmar que Rollemberg mentiu na nota emitida.

Segundo Cademartori recebeu, após a entrevista, uma ligação de Rollemberg, que criticou o posicionamento do diretor-adjunto do Jardim Botânico, mas porque o GDF tem recursos para receber do governo federal.

“Eu vou ter que desmentir o governador aqui para vocês. Ele falou para mim, no primeiro telefonema de manhã e no telefonema da tarde, que a preocupação dele era em função com recursos, não tem nada haver com institucional porque eu já vi muita gente no governo fazendo coisa pior, e ele não exonerar, então não é por causa disso, mas gente estou muito tranquilo.”, esclareceu Cademartori.

SPU

Outro caso que deve cair na conta de Rollemberg além de estar virando um imbróglio que pode dar dor de cabeça ao deputado federal, Izalci Lucas (PSDB-DF) é a indicação, por parte do parlamentar, de nomeação da ex-diretora da Companhia de Desenvolvimento do DF (TERRACAP), Fabiana Torquato, para a Superintendência do Patrimônio da União no DF (SPU-DF), em substituição a Nilo Gonsalves.

Gonsalves foi exonerado na última semana por ordem de Michel Temer, após o senador Hélio José (PMDB-DF) se posicionar contrário aprovação do Projeto da Reforma Trabalhista, na Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal, da forma em que foi aprovada na Câmara dos Deputados, sem apreciação dos senadores.

Izalci Lucas protagonizou com Hélio José as demandas da regularização fundiária no âmbito do DF na Medida Provisória 759/2016 editada por Michel Temer. E com isso ficou com a responsabilidade de indicação de um nome.

O dilema é que Izalci Lucas optou por indicar Fabiana Torquato, dos quadros do PSB e dirigente do Movimento Popular Socialista (MPS). Em 22 de abril, por exemplo, a ex-diretora da TERRACAP compôs a mesa durante o encontro do Encontro Distrital de Bases do MPS/DF onde ocorreu o ato político de filiação de aproximadamente 300 lideranças de movimentos sociais: sindical, comunitário, ambiental, estudantil, cultural, feminista, dentre outros segmentos populares.

Na ocasião em que a ex-diretora da TERRACAP foi lembrada pelo Subsecretário de Movimentos Sociais e Participação Popular e Coordenador Nacional de Relações Internacionais MPS, Acilino José Ribeiro de Almeida, de acordo com várias publicações em blogs políticos.

“Outra que mereceu bastante elogios de Acilino Ribeiro e que lhe ajudou a trazer muitas lideranças comunitárias e de sem terras e sem tetos foi a ex-diretora da Terracap, Fabiana Torquato, presente ao evento, compondo a mesa dos trabalhos e dirigente do MPS no DF.”, mencionam diversos blogs em matérias replicadas. (Veja Aqui; Ou aqui)

O grande problema foi a reação de pessoas conhecedoras e ligadas à questão da fundiária, por saber que Fabiana Torquato pode favorecer Rollemberg no processo de regularização fundiária; ou ainda por não admitir a indicação compreender a Izalci Lucas pela oposição declarada à Rollemberg.

O caso conta ainda com outro cenário possível é apontado pelo portal Radar DF, que sugeriu (5/Jun) em que aponta a suposta subserviência de Izalci Lucas em relação a um acordo originado no PSDB Nacional. Hipoteticamente o prefeito de São Paulo João Dória que tem pretensões eleitorais com a ex-esposa de Eduardo Campos (PSB), Renata Campos, para uma futura composição como vice, em uma disputa presidencial.

Enquanto isso

A pergunta que não quer calar é: Rollemberg, mesmo ‘brigado’ com Temer, vai ‘mamando nas tetas’ federais?

Com a palavra, o governador do DF.