Rollemberg se reúne com Mesa Diretora da Câmara Legislativa do DF para tratar de projetos do Executivo



Nova aproximação com o PSDB é considerada essencial

Por Guilherme Pera

Após mais de um ano à frente do Buriti, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) ainda não conseguiu se entender com a Câmara Legislativa. A distribuição desigual de cargos e a falta de diálogo com parlamentares, entre outros problemas, são fatores apontados para não haver uma base governista consolidada. Para não perder o controle de vez, o socialista quer constituir um núcleo de apoio formado por PDT, Rede, PV, além do próprio PSB — um total de seis distritais —, e busca uma aproximação com o PSDB. Ontem, o chefe do Executivo se encontrou com os integrantes da Mesa Diretora e citou alguns dos projetos prioritários.

No início de 2015, Rollemberg esperava ter o PSDB na base. Deu cargos a Raimundo Ribeiro (PSDB), escolheu o distrital como líder do governo e acatou a indicação do tucano para ter João Carlos Souto como secretário de Justiça e Cidadania. Com a perda de espaço do deputado no partido e o pouco apoio nas votações de propostas do GDF — Ribeiro disse sim a 59 dos 95 projetos enviados pelo Executivo, quantidade menor que a de 20 deputados —, a relação esfriou. O socialista negocia diretamente com a Executiva local da sigla, presidida pelo deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF). “Há duas semanas, o Rollemberg me procurou e disse que precisa do PSDB ao lado dele. Primeiro, ele tem de definir quem é da base, dar apoio e voz, e depois discutir o resto”, continua.

Enquanto mantém negociações com outros partidos, quatro legendas devem constituir um núcleo de apoio. Por ora, Rollemberg conversou com integrantes do PDT — o distrital Reginaldo Veras, o secretário de Trabalho, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Joe Valle, e até o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, estiveram em um almoço. Também deve manter contato com a Rede — o governador se reuniu com a bancada do partido na noite de ontem — e com o PV. Nesse grupo articulado pelo governo, estariam ainda Luzia de Paula (Rede), Chico Leite (Rede), Cláudio Abrantes (Rede) e Israel Batista (PV). “Seria uma forma de fortalecer a base em torno de um grupo”, avalia Veras. “É uma medida necessária para a cidade, e os distritais devem entender isso”, opina Israel.

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O líder do governo, Julio Cesar (PRB), não está no grupo. Há possibilidade de ele deixar o cargo, mas o problema para Rollemberg é que ninguém se mostrou interessado em substituí-lo. O preferido seria Agaciel Maia (PTC), mas a escolha poderia manchar a imagem do GDF — afinal, Agaciel foi o pivô do escândalo dos atos secretos do Senado Federal, quando era o diretor-geral daquela Casa. Agaciel, que pode vir a ser o próximo presidente da Casa, é tido como o principal aliado do Executivo.

Propostas
Em reunião com os deputados integrantes da Mesa Diretora — Celina Leão (PPS), presidente; Raimundo Ribeiro (PSDB), 1º secretário; Julio Cesar (PRB), 2º secretário; e Bispo Renato, 3º secretário, além do corregedor da Casa, Rafael Prudente (PMDB) e Wellington Luiz (PMDB) — na tarde de ontem, Rollemberg citou algumas matérias a serem enviadas para a Câmara. Entre as propostas, estão o projeto que abriria espaço para organizações sociais (OSs) de outros estados poderem assumir o controle da Saúde no DF, a alienação de imóveis para compensar o uso do superavit do Iprev para pagar salários de aposentados no ano passado e o Código de Obras e Edificações (COE).

Celina define como “harmônica” a relação entre os poderes. Mais uma vez, porém, cita a “independência” da Câmara como ponto-chave. “O governador deve redefinir a base, mas a reunião de hoje (ontem) foi institucional. Manteremos uma relação conjunta, harmônica e de independência entre os poderes”, disse. Na segunda-feira, o socialista deve promover encontro com os 24 deputados. A reunião vai servir como termômetro na relação entre Executivo e Legislativo locais e da dificuldade que ele deve ter na aprovação das matérias.

Fonte: Correio Braziliense



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