A partir de agora, o Ministério da Saúde irá ampliar a oferta do projeto TelePSI para os profissionais que atuam em serviços considerados essenciais, entre eles profissionais da educação e segurança, bombeiros, motoristas, cobradores e profissionais da limpeza pública. Inicialmente, o projeto, que presta suporte psicológico e psiquiátrico, foi direcionado aos profissionais de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) que estão na linha de frente do combate à Covid-19 em todo o país.
Até o momento, foram realizados 718 atendimentos. Deste total, 415 participantes seguem em acompanhamento. Os estados que mais registraram atendimento foram São Paulo (17,9%), seguido de Minas Gerais (16,8%) e Bahia (8,3%). Do total de profissionais de saúde atendidos até o momento, a maioria é da área de enfermagem (48,4%). Os dados revelam, ainda, que 58% apresentam sintomas de ansiedade grave, 20% sintomas de irritabilidade grave e 12% sintomas depressivos graves. Além disso, 38,2% são profissionais que trabalham na Atenção Primária à Saúde e 25,3% em hospitais com área dedicada à Covid-19.
“Nosso objetivo é que ninguém fique sem atendimento. Aquele que buscar ajuda será prontamente atendido. Além dos profissionais da saúde, há aqueles que estão mantendo os seus trabalhos em função das nossas necessidades, como os da segurança, que cuidam da proteção das nossas cidades. Ou seja, também estão na linha de frente, e passam pelo medo do adoecimento. Têm também os professores, que rapidamente tiveram que se adaptar diante da pandemia”, explica a diretora substituta do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas da Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Maria Dilma Teodoro.
O projeto TelePSI, desenvolvido pelo Ministério da Saúde e Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), presta serviços de teleconsulta psicológica e psiquiátrica por meio de uma central de atendimento que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, pelo 0800 644 6543 (opção 4). A plataforma virtual do TelePSI também estará disponível, até setembro, embora a ampliação do período possa ser viabilizada a depender da procura do serviço.
“Queremos, com essa iniciativa, mostrar que os profissionais não estão sozinhos nesta missão. É um reconhecimento da necessidade de apoio a eles que, além dos riscos de contaminação elevados, também podem ter sintomas de sofrimento psíquico como ansiedade, depressão, irritabilidade, transtorno de estresse agudo, dentre outros”, reforça Maria Dilma Teodoro.
Como funciona
Após o primeiro contato com a central do TelePSI, o participante recebe um formulário digital. Depois ele é incluído em estratégias de prevenção ou tratamento psicoterápico breve (Telepsicoeducação, Telepsicoterapia Cognitivo-comportamental ou Telepsicoterapia Interpessoal) e poderá seguir em acompanhamento, caso seja avaliado como necessário, com até quatro sessões em formato de videochamada. Pelo site, é possível preencher o formulário para a inscrição. A partir dele, o interessado será chamado para inclusão na estratégia mais adequada ao seu caso.
O projeto do TelePSI também conta com uma plataforma com vários materiais sobre Telepsicoterapia e Telepsicoeducação produzidos. Oferece um programa completo de formação em teleintervenções durante a pandemia, com manuais especializados, vídeos de treinamento e provas de certificação. No total, 548 profissionais já foram certificados, qualificando terapeutas para atendimento remoto na pandemia baseados em evidências científicas.
Para Carolina Blaya Dreher, psiquiatra e coordenadora adjunta do TelePSI, o projeto foi planejado para otimizar os recursos humanos, aplicando a intervenção mais intensa para quem mais precisa. Dessa forma, ela explica que “a expectativa é beneficiar o maior número de participantes”. Outro aspecto importante é o treinamento que os terapeutas atuantes no projeto receberam para se capacitar, “incluindo leitura de manual estratégico, videoaulas, sessões de exemplo e prova”, informa Dreher.
Fonte: Ministério da Saúde