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24 nov 2024 08:53


Saúde fecha 2023 com mais de 8 milhões de atendimentos registrados no DF

Por Humberto Leite

Soluções avançadas de gestão, investimentos, convocação de servidores, parcerias e tecnologia. Foi com a soma desses esforços que a Secretaria de Saúde (SES-DF) ampliou o atendimento à população ao longo de 2023. Somente na rede de Unidades Básicas de Saúde (UBSs), o número de assistência oferecida superou os 2,7 milhões. Ao mesmo tempo, em hospitais e unidades especializadas, foram 5,3 milhões de consultas, atendimentos, avaliações e acompanhamentos de janeiro a outubro, praticamente o mesmo índice registrado ao longo de 2022 inteiro. Já as cirurgias somaram 120 mil nos dez meses. Considerando todos os níveis de atenção, 2023 deve ser encerrado com mais de 8 milhões de atendimentos.

Ao longo do ano, equipes de saúde também aplicaram mais de três milhões de vacinas, cerca de 850 mil só de covid-19, incluindo a bivalente. Resultados também se ampliam em outros setores, como as quase 500 mil pessoas beneficiadas com a entrega de 24,6 milhões de medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (Ceaf), popularmente chamado de “remédios de alto custo”.

Balanço 2023 – Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Arte: Agência Saúde-DF.

Para os gestores da área, mais que comemorar os resultados ao longo dos últimos 12 meses, é importante ressaltar medidas que trarão melhorias à população por muitos outros anos. “Trabalhamos para a ampliação da oferta de serviços por meio da construção de novas unidades, revitalização das atuais, aquisição de equipamentos e chamamento de servidores. Além disso, adotamos medidas para que todo o investimento feito pelo Governo do Distrito Federal traga um atendimento de mais qualidade às pessoas e a quem está na ponta”, destaca a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio.

Um exemplo é na Atenção Primária, responsável pela maioria dos atendimentos, seja pela rede de UBSs ou pelo trabalho itinerante das equipes de Saúde da Família (eSF). Atualmente, a rede conta com 623 eSF – 25 a mais que no ano anterior e 251 a mais que em 2019. Todas elas agora estão completas, com todos os profissionais previstos: um médico, um enfermeiro, um técnico em enfermagem e agentes comunitários de saúde.

Convocação de servidores

Equipes mais completas são reflexo do que foi 2023: um ano de convocações de servidores. Foram 747 profissionais de medicina e 241 de enfermagem, além de 565 especialistas em saúde, que desempenham funções de gestão e assistência , com destaque para 197 farmacêuticos bioquímicos. Houve ainda concurso em setembro de Agentes Comunitários em Saúde, com 102 vagas imediatas e 500 de cadastro de reserva. Esses profissionais atuam como um elo entre as comunidades e os serviços de saúde, fazendo desde ações educativas até o acompanhamento de pacientes crônicos, crianças, idosos e gestantes.

Também em setembro, a pasta realizou o concurso para Agente de Vigilância Ambiental (Ava), com 17 vagas imediatas e 400 de cadastro de reserva. Os Avas se destacam no combate ao mosquito transmissor da dengue Aedes aegypti, e são acionados em atividades educativas e práticas contra escorpiões, ratos, pombos e outros eventuais vetores de doenças, além de ações de controle de qualidade da água e do ar.

Gestão ágil e parcerias

Em 2023, a SES-DF conseguiu praticamente zerar a lista de espera por mamografias. No início do ano, havia mais de 14 mil mulheres aguardando, um quantitativo que subiu por conta da demanda represada durante a pandemia. Hoje, é possível realizar o exame poucos dias após a inclusão da solicitação no sistema. Foto: Kamila Rodrigues/Agência Saúde-DF.

A articulação entre os diversos níveis de assistência não ficou de fora das ações deste ano, envolvendo UBSs, policlínicas, ambulatórios e organizações contratadas como o Hospital da Criança de Brasília (HCB) e o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF). “Um legado que a Secretaria de Saúde tem conseguido enveredar é o diálogo dentro da rede e tudo o que é necessário para ela funcionar bem”, assegura a gestora da pasta. Ilustrando a afirmação, 2023 se encerra com todas as unidades de saúde pactuadas em acordos de gestão local, que estabelecem indicadores de desempenho e metas claras de produtividade.

Seja por meio de articulações ou de atividades específicas, na prática, o resultado que se espera é entregar mais aos cidadãos. Em 2023, por exemplo, a SES-DF conseguiu praticamente zerar a lista de espera por mamografias. No início do ano, havia mais de 14 mil mulheres aguardando, um quantitativo que subiu por conta da demanda represada durante a pandemia. Hoje, é possível realizar o exame poucos dias após a inclusão da solicitação no sistema. Outra amostra foi a força-tarefa do fim de julho, quando houve a homologação de mais de 3,2 mil laudos para a concessão de Passe Livre Especial a pessoas com deficiência, uma parceria com a Secretaria da Pessoa com Deficiência. Já com a Secretaria de Educação, o Programa Saúde na Escola chegou a mais de 290 mil estudantes de 505 instituições de ensino, além de ter registrado a aplicação de mais de 95 mil doses de vacinas em 723 instituições de ensino públicas e privadas.

Ao longo do ano, equipes de saúde aplicaram mais de três milhões de vacinas, cerca de 850 mil só de covid-19, incluindo a bivalente.  O Programa Saúde na Escola chegou a mais de 290 mil estudantes de 505 instituições de ensino. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF. 

A atuação em conjunto também é destacada no relacionamento com a rede complementar de saúde. A partir de recursos do governo do Distrito Federal (GDF), do governo federal e de emendas parlamentares, a SES-DF iniciou, ainda em 2022, um programa de contratação de procedimentos que poderá chegar a 25 mil procedimentos. Somente em 2023, foram lançados seis editais para a realização de quase sete mil cirurgias eletivas, em áreas como oftalmologia, otorrinolaringologia, urologia, varizes, coloproctologia e cirurgia de cabeça e pescoço. No total, 15 contratos foram assinados, com prazo de realização de 12 meses.

A secretária de saúde também destaca o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), uma parceria do Ministério da Saúde com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). “Por meio do Proadi-SUS, fizemos melhorias na gestão, desde os níveis mais centrais à rotina de trabalho nas unidades de saúde. Passamos a fazer o uso mais eficiente de recursos e reforçamos o tratamento humanizado para os pacientes”, explica a secretária de saúde. Para isso, unidades da SES-DF receberam consultores do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), Beneficência Portuguesa (BP), Hcor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês.

Ainda no campo da gestão, outras medidas foram tomadas para ampliar a eficiência da aplicação de recursos. Em 2023, à estrutura da pasta foi incorporado o “Núcleo de Conciliação e Desjudicialização”, focado na busca de resolução de conflitos pela via administrativa, de forma a evitar gastos não planejados provocados por decisões judiciais. Com este objetivo, a equipe da Assessoria Jurídico-Legislativa (AJL) da SES-DF fez aproximações de órgãos como o Conselho Nacional de Justiça e a Defensoria Pública para ampliar o diálogo.

“Trabalhamos para a ampliação da oferta de serviços por meio da construção de novas unidades, revitalização das atuais, aquisição de equipamentos e chamamento de servidores”, afirma a secretária de Saúde. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF.

Melhorias estruturais e novas unidades

Os números representam maior eficiência na atuação dos servidores. E para que isso seja possível, é preciso também adequar a infraestrutura. É o que sustenta o secretário-adjunto de Assistência à Saúde, Luciano Agrizzi. Responsável pelo trabalho dos profissionais na linha de frente do atendimento à população, ele conta ter sido perceptível o efeito positivo dos mais de R$74 milhões investidos ao longo do ano em contratos de manutenção predial, assinados desde 2022. “Quando proporcionamos um ambiente melhor de trabalho aos servidores e pacientes, fazemos com que todos se sintam mais acolhidos. No caso do trabalhador, tira preocupações que atrapalham o serviço e estressam, tornando-o capaz de oferecer uma assistência de mais qualidade”, argumenta.

Em alguns casos, os serviços de readequação deram uma nova dinâmica ao atendimento. Como no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), onde a internação da oncologia recebeu uma revitalização. No Hospital Materno-Infantil de Brasília (Hmib), as melhorias se destacaram no centro obstétrico. Nas unidades localizadas em Planaltina (HRPl), em Samambaia (HRSam) e no Paranoá, as cozinhas foram melhoradas. No Hospital da Região Leste houve ainda reorganização de uma ala, dando mais espaço aos serviços de saúde funcional e de atenção materno-infantil. Já no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), os serviços se concentraram no pronto-socorro e no centro cirúrgico, algo visto também no Hospital Regional do Gama (HRG), que viu seu centro de radiologia passar por melhorias.

Mais de R$74 milhões foram investidos ao longo do ano em contratos de manutenção predial. O centro cirúrgico do Hran, por exemplo, foi revitalizado. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF.

Alguns casos exigiram reformas profundas. Foi o que aconteceu com a UBS 7 do Gama, reinaugurada em dezembro e atualmente a maior unidade básica do DF, com área de 1,8 mil metro quadrado. No mesmo mês, foi entregue a segunda sede da UBS 6 de Santa Maria. Outras seis UBSs estão em processos licitatórios, a fim de beneficiar as comunidades da Ponte Alta do Gama, Incra 8 e Chapadinha (Brazlândia), Arniqueiras, Santa Maria e Estrutural.

Obra de destaque, e já em estágio avançado, é a construção de um novo bloco no HRPl. No espaço, haverá 30 leitos de internação para adultos e 13 pediátricos, além de nove na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e na de diálise. A área irá abrigar ainda setores especializados, como é o caso da fisioterapia. A Companhia de Urbanização da Nova Capital (Novacap) fez a construção de uma nova subestação elétrica, o que também permitiu melhorias no setor de radiologia e na maternidade. A parceria com a Novacap vai se repetir no Hospital Regional de Brazlândia (HRBz), onde haverá ampliação do pronto-socorro, com 60 novos leitos, incluindo um ambulatório pediátrico.

A SES-DF também avança para a construção do Hospital Oncológico de Brasília, do Hospital Clínico Ortopédico do Guará, do Hospital Regional do Recanto das Emas e do Hospital Regional de São Sebastião. O primeiro está no início das obras e os demais estão em fase de licitação.

Equipamentos e tecnologia

O trabalho dos profissionais de saúde também foi facilitado com a aquisição de novos equipamentos. Foram cerca de R$50 milhões investidos – 40% por meio de emendas de senadores, deputados federais e distritais. Entre os principais destaques estão 59 incubadoras, 38 aparelhos de raio-X móveis, 64 carrinhos de anestesia, 59 bisturis elétricos, um tomógrafo odontológico, 2,6 mil itens de proteção a servidores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e 83 equipamentos para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-DF).

Em parceria com 26 instituições de ensino privadas, conveniadas à SES-DF para a realização de estágios, a pasta investiu mais de R$300 mil na compra de oito focos cirúrgicos. Também houve a compra de equipamentos para cirurgias complexas na área de urologia e de coluna. Na lista, soma-se ainda as 26 novas motolâncias recebidas pelo Samu e a adaptação de um veículo para atuar como Consultório na Rua e Carro da Vacina.

Do ponto de vista mais tecnológico, 2023 viu o atendimento mediado por computador fazer parte da rotina de diversas unidades de saúde. Em junho, foi iniciado o projeto de telemedicina que conecta 15 UBSs do DF a médicos do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Em maio, o HRL, localizado no Paranoá, em parceria com o HCB, passou a realizar chamadas de vídeo entre médicos intensivistas de sua UTI pediátrica e os profissionais de plantão na emergência e no pronto-socorro.

As inovações digitais também vão ganhar importância no auxílio às decisões. Em novembro, foi lançado o Centro de Inteligência Estratégica para a Gestão do Sistema Único de Saúde (Cieges-DF). Trata-se de um sistema que permite o acompanhamento de dados atualizados e unificados de diversos indicadores da gestão, como tempo de espera nos serviços de urgência e emergência, número de servidores em atividade no momento, detalhes de contratos e produção cirúrgica, dentre outros.

Para a secretária-adjunta de Gestão em Saúde, Nelma Louzeiro, o trabalho realizado em 2023 permite cultivar expectativas positivas para o próximo ano. “Esses avanços trazem resultados. O que esperamos para 2024 é conseguir ampliar cada vez mais, avançar na contratação de médicos e na compra de equipamentos. Caminhamos em passos largos para alcançar a saúde que o DF merece”, concluiu.

Somente em 2023, foram lançados seis editais para a realização de quase sete mil cirurgias eletivas, em áreas como oftalmologia, otorrinolaringologia, urologia, varizes, coloproctologia e cirurgia de cabeça e pescoço. Foto: Illa Balzi/Agência Saúde-DF.

 

 

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