Por Ian Ferraz
A governadora em exercício Celina Leão reuniu gestores da saúde para ouvir e propor melhorias no controle dos estoques, na informatização, nas condições de trabalho e no acesso a recursos para compra de insumos e equipamentos.
O encontro desta terça-feira (28) reuniu os superintendentes das sete regiões de saúde e também os diretores de hospitais da rede pública, além da presidente do Iges-DF, Mariela Souza de Jesus, e dos secretários de Saúde, Lucilene Florêncio; de Governo, José Humberto Pires de Araújo, e da Casa Civil, Gustavo Rocha.
“Saúde não melhora do dia para noite, mas podemos chegar lá com comprometimento e união”Mariela Souza de Jesus, presidente do Iges-DF
“Temos problemas na ponta, como a falta de insumos, o absenteísmo [faltas e atrasos de servidores], a escassez de anestesiologistas e de algumas especialidades, mas estamos trabalhando para que vocês tenham um sistema melhor, uma retaguarda melhor”, disse a governadora em exercício. “É uma gratidão recebê-los aqui para tratar desses assuntos.”
Cada um dos gestores teve espaço para falar sobre demandas e também apontar soluções. Os principais temas abordados foram unificação de sistemas, pedido por anestesiologistas, maior atenção com a área rural e melhoria na retaguarda. “Só conseguiremos chegar a outro ponto se reconhecermos que precisamos melhorar”, resumiu Lucilene Florêncio.
“Saúde não melhora do dia para noite, mas podemos chegar lá com comprometimento e união”, acrescentou Mariela Souza de Jesus. “Temos reduzido a dívida do Iges-DF, hoje nosso débito está em menos de R$ 100 milhões, a falta de medicamentos foi reduzida e também estamos pensando na rede, com duas UPAs [unidades de pronto atendimento] prestes a serem construídas, uma na Estrutural e outra no Guará.”
Agilidade nas compras
Programa de Descentralização Progressiva de Ações de Saúde é considerado essencial para ações emergenciais
Entre os focos da reunião, estiveram a melhoria do sistema de compras de materiais, medicamentos, pequenos reparos e contratação de serviços. Atualmente, esses itens são processados pelo Programa de Descentralização Progressiva de Ações de Saúde (Pdpas), e o GDF vai modernizar esse sistema com o auxílio do BRB e do Sebrae-DF.
“A ideia da governadora em exercício é simplificar o uso desses recursos e o acesso aos aportes de emendas parlamentares”, ressaltou Gustavo Rocha. “A minuta foi feita pela Secretaria de Saúde, a Casa Civil cuidará da segurança jurídica e então teremos um cartão do BRB para os gestores utilizarem, adequado à nova Lei de Licitações.”
O Pdpas é utilizado principalmente nas compras de farmácia, almoxarifado e consertos de equipamentos não previstos em contratos de manutenção. O valor, que era de R$ 17 mil por código – não equivale a um item –, passou para R$ 50 mil durante a pandemia e será reajustado para R$ 57 mil.
Contando com prestação de contas bimestral por parte dos gestores, o Pdpas é considerado essencial para situações emergenciais. Nesse novo decreto, além do BRB, o Sebrae-DF está sendo envolvido na captação de microempreendedores cadastrados para o fornecimento dos produtos e serviços.
Edital das cirurgias eletivas
Outro ponto tratado na reunião foi a fila das cirurgias. Para a próxima semana, é esperada a publicação do edital que prevê a realização de 25 mil cirurgias eletivas na rede pública.
Esses procedimentos se tornam possíveis após o governo costurar com os deputados distritais a destinação de R$ 24 milhões, por meio de emendas parlamentares, e mais R$ 10 milhões destinados pelo governo federal. Serão feitas cirurgias de oftalmologia, hérnia e vesícula, além de procedimentos de histerectomia, ortopedia e otorrinolaringologia.
Hospital de retaguarda
A governadora em exercício também comunicou aos gestores a construção de um hospital de retaguarda e o trabalho do GDF pela unificação da informatização da saúde, o que permite a um médico da atenção primária acessar um exame feito no Hospital de Base.
Governo trabalha na construção de quatro hospitais
O hospital de retaguarda terá 200 leitos e funcionará no formato “porta fechada”, em que os pacientes são encaminhados após passarem pelas demais unidades de saúde. O objetivo é ampliar o número de atendimentos na atenção secundária e hospitalar. O acolhimento será feito por clínicos e uma equipe multidisciplinar.
Segundo José Humberto Pires de Araújo, a unidade será construída próximo ao Estádio do Serejão, em Taguatinga, e a expectativa é que a licitação ocorra em março. “Vamos limpar o lote nos próximos dias enquanto trabalhamos no termo de referência do hospital”, detalhou.
O gestor ainda falou das obras em andamento no Hospital de Base: “Estamos atendendo a emergência do Hospital de Base, com a reforma da cozinha, e também vamos reformar os andares. Estamos fazendo justamente esse levantamento”.
O GDF também trabalha na construção de quatro hospitais. O Hospital do Câncer Doutor Jofran Frejat está em andamento, e serão tiradas do papel unidades em São Sebastião, Recanto das Emas e Guará. Há ainda o projeto de uma unidade no Gama e um hospital no Entorno, em Valparaíso de Goiás – a ser construído em parceria com o governo goiano.