Saúde registra 1,8 mil acidentes com animais peçonhentos em 2020 no DF

Saiba como prevenir e onde buscar ajuda em caso de ataque



Por Jurana Lopes

Os acidentes com animais peçonhentos são mais frequentes do que se imagina. No entanto, há maneiras de preveni-los e, caso ocorram, a rede pública de saúde do DF está preparada para prestar atendimento. De janeiro a setembro de 2020, a Vigilância Epidemiológica registrou 1.818 acidentes com animais peçonhentos. O animal com maior número de ocorrências é o escorpião, que resultou em 1.375 acidentes.

O segundo maior causador são as serpentes, que ocasionaram 114 acidentes ao longo do ano. Os acidentes com aranhas foram 102 casos; com abelhas, 83; e 72 com lagartas. Do total de ocorrências, 72 casos não foram especificados na notificação.

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O profissional de saúde que recebe um paciente vítima de acidente com animal peçonhento deve informar à Vigilância Epidemiológica, que monitora os números e comunica ao Ministério da Saúde. A partir dos dados é possível prever o estoque necessário de soros contra os diferentes venenos para assegurar a reposição ao longo do ano nas unidades de saúde da rede.

Cuidados

De acordo com Israel Martins, biólogo da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival), para evitar esse tipo de acidentes é importante: vedar soleiras de portas com rolos de areia ou rodos de borracha; reparar rodapés soltos e colocar telas nas janelas; telar as aberturas dos ralos, pias ou tanques; telar aberturas de ventilação de porões e manter assoalhos tapados; manter todos os pontos de energia e telefone devidamente vedados e; manter limpos quintais e jardins.

“O contato com os escorpiões pode ser aumentado por conta das condições ambientais e das moradias humanas. Por isso, é importante ter certos cuidados. Eliminar fontes de alimentos para os escorpiões como baratas, aranhas, grilos e outros pequenos animais invertebrados. Além disso, evitar queimadas em terrenos baldios, pois desalojam os escorpiões”, explica o biólogo.

Israel alerta que em áreas rurais, a preparação do solo para plantio pode promover o desalojamento de escorpiões de seu habitat natural (barranco, cupinzeiros, troncos de árvores abandonadas por longos períodos). Preservar os inimigos naturais dos escorpiões, especialmente aves de hábitos noturnos (corujas, por exemplo) pequenos macacos, quatis, lagartos, sapos e gansos, pode evitar o surgimento dos escorpiões.

Ele desmente ainda a lenda de que galinha ajuda a combater os escorpiões. “As galinhas não são agentes controladores eficazes dos escorpiões, pois possuem hábitos diurnos enquanto os escorpiões, noturnos”, afirma.

Onde buscar ajuda?

Em caso de acidentes com escorpião, aranha, lagarta e lacraia os números para contato com a Vigilância Ambiental são o 160 e 2017-1344 ou pelo e-mail [email protected] para agendamento da inspeção. Após o agendamento, uma equipe é enviada à residência e faz a coleta dos animais existentes, com busca em caixas de esgoto, entulhos e outros locais. “Verificamos as condições que existem na casa ou apartamento que favorecem a entrada desses animais ou abrigo deles. A gente acaba orientando a população a adotar algumas medidas preventivas e de controle”, esclarece Martins.

Além do trabalho de monitoramento, a Secretaria de Saúde também realiza a captura dos animais que causaram os acidentes. Nesse caso, a Vigilância Ambiental em Saúde é a área responsável pela captura e identificação do animal. No entanto, nas ocorrências com abelhas é o Corpo de Bombeiros quem deve ser acionado, pelo telefone 193, e no caso de serpentes o Batalhão de Polícia Ambiental (190). Em relação a esses dois animais, cabe à Vigilância Ambiental a orientação e a educação da população sobre os cuidados de prevenção para evitar os acidentes.

Atendimentos no DF

O paciente deve procurar o mais rápido possível a emergência do hospital mais próximo para o atendimento e, se necessário, receber o soro compatível. Apenas os hospitais referência para a Covid-19 tiveram esse tipo de atendimento suspenso, assim, os pacientes que buscariam atendimento no Hospital Regional da Asa Norte devem procurar o Hospital Regional do Guará ou outro nas proximidades.

Na ocorrência de acidentes, a Secretaria de Saúde conta também com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) do Samu, referência no atendimento aos pacientes picados que funciona 24 horas por dia. O Ciatox possui equipe multidisciplinar de médicos, enfermeiros e farmacêuticos que prestam orientação à população. Em caso de ocorrência, disque 0800-644-6774.



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FONTEAgência Saúde DF
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