Saúde vai melhorar atendimento a pacientes do DF que tiveram complicações com Essure

O contraceptivo permanente foi disponibilizado na rede pública de 2012 a 2014



A Secretaria de Saúde vai atender, a partir do dia 26 de outubro, no Centro Especializado de Saúde da Mulher (Cesmu), mulheres que tiveram alguma complicação após colocar o contraceptivo permanente Essure. Para atender a esta demanda, a pasta está organizando um novo fluxo de atendimento multiprofissional no Cesmu.

O novo espaço de atendimento deverá priorizar a assistência a 156 mulheres que reivindicaram a retirada do dispositivo por meio do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Como cerca de 2,2 mil mulheres fizeram a colocação do Essure, a Secretaria de Saúde também dispõe de atendimento especializado em ambulatórios de sete hospitais da rede, conforme prevê nota técnica publicada em 27 de julho de 2020.

A orientação é para que as mulheres que tiverem algum sintoma ou complicação devido ao uso do dispositivo busquem o atendimento na unidade básica de saúde mais próxima de suas residências para o encaminhamento à consulta ginecológica.

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Reunião na Saúde

O secretário de Saúde, Osnei Okumoto, recebeu duas pacientes representantes das mulheres que colocaram o dispositivo, o secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal, Vitor Paulo, e a deputada federal Erika Kokay no gabinete da Secretaria a fim de definir estratégias para o atendimento às pacientes. Os detalhes do fluxo de atendimento devem ser tratados ainda nesta semana com o MPDFT.

Okumoto ouviu os relatos das representantes das pacientes e se sensibilizou com a luta das mulheres. “A gente tem como comprometimento buscar o tratamento integral e o acompanhamento multidisciplinar dessas pacientes”, destacou o gestor. Na oportunidade, o secretário adjunto de Assistência à Saúde, Petrus Sanchez, informou também que a pasta, por meio do MPDFT, está em tratativas com a fabricante do Essure, a multinacional Bayer, a exemplo do que fizeram outros países.

Já as pacientes enfatizaram a necessidade de retirada do dispositivo de mulheres que sofrem com fortes dores, sangramentos, entre outras complicações, desde a colocação do Essure, procedimento realizado por algumas das usuárias há cerca de 8 anos. Entre os procedimentos reivindicados está a retirada total do útero. A médica Responsável Técnica Distrital de Ginecologia, Marta de Betânia, explicou que não é possível generalizar os casos e que cada paciente deve ser avaliada e tratada individualmente.

O Essure

O dispositivo era fabricado pela farmacêutica alemã Bayer e distribuído no Brasil desde 2009 pela Commed Produtos Hospitalares, sendo proibida a importação do produto pela Anvisa em 2017 devido às diversas complicações apresentadas pelas pacientes no Brasil. Trata-se de um pequeno dispositivo de metal que é inserido pelo médico em cada um das trompas da mulher, para que ela fique estéril. Quando lançado, o Essure era descrito como uma alternativa prática e indolor às mulheres que queriam se tornar inférteis sem precisar recorrer à cirurgia de laqueadura.

O Cesmu

O Centro Especializado em Saúde da Mulher fará parte da Atenção Secundária da Secretaria de Saúde. É um ambulatório criado para prestar assistência integral à saúde da mulher incluindo serviço de apoio à vulnerabilidade e às mulheres vítimas de violência. Vai oferecer atendimento de ginecologia e obstetrícia; mastologia; dermatologia; psicologia; assistência social; nutrição; enfermagem; acupuntura; homeopatia e exames da mulher em geral.

A clínica da mulher vai atender pacientes de todo o DF. O acesso à unidade será pela Atenção Primária, nas unidades básicas de saúde, onde os profissionais das equipes de Estratégia de Saúde da Família direcionarão as pacientes para atendimento especializado no Cesmu.



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FONTEAgência Saúde DF
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