Secretaria de saúde alerta para cuidados com picadas de animais peçonhentos

Em 2022, 1.178 ocorrências já foram registradas. Em caso de acidente, o primeiro passo é procurar a emergência mais próxima



Aranhas, escorpiões, abelhas, lagartas, serpentes… O que esses animais têm em comum? Todos produzem veneno, e injetam essa substância em outro animal, incluindo o ser humano, por meio de presas ou ferrões. E o mais preocupante: podem morar na sua casa. Somente neste ano, já foram 1.178 ocorrências com animais peçonhentos em todo o Distrito Federal, a maioria de escorpiões – 886 casos.

“Evite o uso de medicamentos e outras substâncias no local da picada, assim como deve-se evitar fazer torniquetes, sucções ou incisões no local da picada de serpentes”Israel Moreira, biólogo da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival)

A Secretaria de Saúde conta com o Centro de Informações e Assistência Toxicológica (Ciatox), que presta auxílio em casos de picadas por animais peçonhentos, com orientações para os primeiros cuidados e indicando onde há disponibilidade de antídotos para o veneno de escorpiões, aranhas e serpentes. Qualquer pessoa pode entrar em contato nos números 0800 644 6774 ou 0800 722 6001.

Em 2021, do total de 2.640 acidentes envolvendo animais peçonhentos, 2.065 foram picadas de escorpião. Em 2022, a maioria dos casos foram registrados nas regiões de Saúde Norte e Sudoeste, com 175 e 164 ocorrências, respectivamente, seguidas da Região de Saúde Oeste, que acumula 120 casos de picadas do animal.

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Se as picadas de escorpião são as mais frequentes, as de serpente inspiram mais atenção por serem as mais perigosas. Neste ano, já foram registrados 60 acidentes do tipo no DF. Em 2021, foram 162 ocorrências. Quando se fala de ataques de cobras, a região Norte lidera o número de casos: foram 32 em 2021 e, até agora, 20 em 2022.

Em 2021, do total de 2.640 acidentes envolvendo animais peçonhentos, 2.065 foram picadas de escorpião | Foto: Humberto Leite / Agência Saúde DF

Biólogo da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival), Israel Moreira vem observando, desde 2012, um aumento de ocorrências ao longo dos anos. “Por isso é importante que a população saiba como se proteger”, enfatiza o servidor.

Onde se escondem?

Geralmente, animais peçonhentos habitam ambientes com acúmulo de lixo e entulho. “Por isso, não é aconselhável armazenar material de construção por muito tempo, por exemplo, e deve-se manter o quintal sempre limpo e com vegetação aparada”, explica Israel Moreira.

Locais com muitas frestas, vãos e rachaduras, caixas de esgoto, eletricidade ou gordura destampadas ou danificadas também criam condições perfeitas para abrigá-los, principalmente escorpiões, lacraias e aranhas. Da mesma forma, aberturas no telhado favorecem o acesso de aranhas, escorpiões e a instalação de enxames (veja quadro).

E engana-se quem pensa que só precisa se preocupar quem mora em casa. “Existe um verdadeiro mundo paralelo nos prédios. Tubulações de energia e telefone e fossos de elevador, por exemplo, abrigam escorpiões”, explica Israel. Assim, é fundamental manter tomadas, interruptores e canoplas de luminárias bem vedadas, além de ralos fechados ou protegidos com tela.

Após o acompanhamento médico da vítima, é necessário solicitar visita da Vigilância Ambiental, por meio do telefone 2017-1344 ou 160, para vistoria do imóvel

O que fazer após um acidente com animal peçonhento?

O primeiro passo é procurar o pronto-socorro mais próximo para uma avaliação médica. “Evite o uso de medicamentos e outras substâncias no local da picada, assim como deve-se evitar fazer torniquetes, sucções ou incisões no local da picada de serpentes”, orienta Israel. “Inclusive, tirar uma foto do animal para mostrar ao profissional de saúde auxilia na escolha da conduta para o tratamento”, completa.

Após o acompanhamento médico da vítima, é necessário solicitar visita da Vigilância Ambiental, por meio do telefone 2017-1344 ou 160, para vistoria do imóvel e identificação de condições que permitem a presença desses animais.

Escorpiões, aranhas e lacraias podem ser eliminados desde que haja o cuidado para proteger pés e as mãos. Já as serpentes não devem ser capturadas. Em casos envolvendo cobras, o Batalhão de Polícia Ambiental deve ser acionado para o recolhimento do animal. Em caso de abelhas, é o Corpo de Bombeiros que atua.

Arte: Agência Saúde DF


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FONTEAgência Brasília
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