Por Kleber Karpov
Na segunda-feira (25/Abr), um servidor do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) procurou Política Distrital para questionar uma prática comum no governo Rollemberg. Para suprir a demanda de profissionais de enfermagem de um setor da unidade, a gestão transferiu profissionais de outra área, deixando-a desfalcada. Um dos profissionais de saúde, revoltado, dos deslocamentos que deixam os pacientes desassistidos “por estratégias ‘dúbias’ da chefia” do HRAN.
De acordo com o servidor, profissionais de enfermagem do sexto andar do HRAN foram deslocados para atender na classificação de risco do Pronto Socorro, e com isso uma enfermeira do sétimo daria cobertura à enfermaria do andar debaixo. A informação pode ser constatada no livro de ocorrências daquela unidade.
“25/04/2016 Enfermeira escalada no setor (Marcela) comunicou nossa equipe que foi convocada para ir atender na classificação de risco no PS assim ficamos sem supervisão de enfermagem no andar (6º) até as 00h. Horas estas em que fomos orientadas pela enfermeira Marcela que a enfermeira do 7º andar ficaria responsável em supervisionar também o 6º andar já que a classificação de risco do PS não poderia ficar descoberta. Deixo aqui este registro onde “faz se um buraco para tapar outro” pois a classificação de risco foi alvo de denuncia.(SIC)”.
Secretaria responde
Política Distrital questionou a Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF) sobre o problema. Por meio da Assessoria de Comunicação (Ascom) a SES-DF mencionou a tentativa de a Secretaria tentar distribuir os servidores nos diversos setores para tentar equalizar a falta de servidores.
A direção do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) informa que busca redistribuir o número de servidores, nos diversos setores, de forma a garantir a continuidade de todos os atendimentos, priorizando as urgências e emergências e o volume de demanda.
A Secretaria de Saúde esclarece que desde o início desta gestão o Governo de Brasília vem adotando medidas para solucionar o problema da falta de recursos humanos em toda rede pública. Em março, foram nomeados 44 enfermeiros.
A Pasta informa ainda que está sendo feito um estudo com a finalidade de solicitar ao governo autorização para novas nomeações e ampliação de jornada. Todas as categorias que realizam horas extras serão contempladas.
Operação ‘tapa buraco’
Desde que assumiu o governo o remanejamento de profissionais de saúde se tornou uma regra na gestão de Rollemberg. O primeiro caso ocorreu ainda na gestão do ex-secretário de Saúde, João Batista de Sousa que transferiu os pediatras das Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs) para hospitais a exemplo do Hospital Materno Infantil (HMIB) e o Hospital Regional da Asa Norte.
A UPA de Núcleo Bandeirante também foi alvo de críticas após a coordenação da Regional daquela Região Administrativa transferir profissionais de Radiologia para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT), ocasião em que o serviço foi suspenso na UPA, isso sob gestão do ex-secretário de Saúde, Fábio Gondim.
Ainda sob comando de Gondim e no início da gestão do atual secretário de Saúde, novos deslocamentos de servidores foram amplamente criticados, a exemplo dos profissionais da maternidade dos hospitais regionais do Gama (HRG) para Santa Maria (HRSM).
Déficit de servidores
A SES-DF tenta equalizar a falta de servidores e fazer reposição de quadros, mas outros fatores, a exemplo dos médicos que reduziram drasticamente a adesão às horas extras. A Secretaria não consegue equalizar o déficit de servidores ocasionados por fatores, a exemplo da redução da carga horária de 40 horas, o fim dos contratos temporários ou ainda a incidência de profissionais que se aposentam.
A pergunta que fica é, se há entendimento do Tribunal de Contas do DF (TCDF) que a SES-DF pode fazer nomeações para cobrir as vagas em vacância, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) realmente justifica a Secretaria tentar fazer nomeações não proporcionais a quantidade de vagas liberadas na Secretaria?