Paciente com respiração por ajuda de aparelho enquanto esperava leito de UTI, menino de três anos, corre risco de morte. Mas à imprensa, SES-DF afirma que criança está em boa recuperação
Por Kleber Karpov
Internado há sete dias, no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), com uma pneumonia grave e respirando com ajuda de aparelhos, o caso do pequeno Carlos Daniel, de três anos, chama atenção para o descaso do secretário da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), Humberto Lucena Pereira da Fonseca, e do governo do socialista, Rodrigo Rollemberg (PSB) para com a imprensa e a população do DF.
Com necessidade de um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e respirando com ajuda de aparelhos, a SES-DF, foi acionada pela TV Globo, para reportagem do Bom Dia DF, veiculado em 5 de janeiro (Veja Aqui).
“Em nota a secretaria de saúde que o menino está no box de emergência do HRT que tem equipamentos semelhantes aos de uma uti e que o quadro de saúde dele é estável e que o paciente está evoluindo bem ao tratamento.”, afirmou o repórter, ao observar que a criança teria prioridade para transferência, tão logo surgisse vaga em leito de UTI.
Porém, o caso causou a revolta do médico que assiste o pequeno Carlos Daniel e foi denunciado, após veiculação da reportagem, ao Política Distrital (PD), na manhã de sábado (6/Jan), por uma servidora que explicou, sob sigilo de identidade. O profissional de saúde, que acompanha o caso da criança, ao tomar conhecimento da reportagem, refutou a explicação da SES-DF, sobre o caso, à imprensa.
“Na reportagem disseram que o paciente era estável e que ele estava se recuperando, mas o doutor que acompanha o menino, ficou revoltado com a reportagem pois a Secretaria de Saúde mentiu sobre a gravidade do caso. Ele parece que alertou a mãe da criança sobre a gravidade de problema e o real risco de morte se a criança não for transferida para um leito de UTI.”, explicou a servidora.
Na manhã desse domingo (7/Jan), PD teve acesso, por meio de uma fonte, a um recorte de documento que atesta a gravidade do caso da criança e atesta o parecer do médico em relação a posição da SES-DF, em reportagem veiculada pela TV Globo, também repercutidas em alguns sites de notícia.
Prática Recorrente
Ao que tudo indica, o caso do pequeno Carlos Daniel não é o primeiro caso de mentira ou de omissão por parte da SES-DF. Em 18 de dezembro, PD publicou matéria sobre o caso do um aposentado, Domingos Arruda de Sá, 62 anos, com câncer de medula que teve que recorrer à Justiça, por intermédio da Defensoria Pública do DF (DPDF), para ter acesso a duas doses de Mozobil, com custo estimado em R$ 52 mil, medicamento necessário para a realização de um transplante.
Na ocasião, a SES-DF foi categórica ao informar que “iniciou o processo para compra emergencial do medicamento, da forma mais célere possível, para atender a demanda judicial do referido paciente.”. Porém, o processo em andamento junto ao TJDFT demonstrava que a SES-DF, havia das decisões para tentar impedir a aquisição do medicamento.
Domingos teve direito ao acesso a medicação, apenas após o TJDFT sequestrar o recurso necessário para a compra do medicamento.
A outra parte
PD fez contato com a SES-DF sobre a veridicidade das informações repassadas à imprensa. De acordo com a Pasta, “A Secretaria de Saúde esclarece que todas as informações repassadas aos veículos de comunicação são verídicas. A Assessoria de Comunicação é pautada pela transparência, com uma equipe de jornalistas íntegros e que seguem o código de ética da profissão, assim sendo, jamais divulgaram informações falsas.”.
Em tempo
A fonte de PD, informou que o pequeno Carlos Daniel foi transferido para um leito de UTI de outra unidade (6/Jan). “Vão alegar que a criança está na UTI, mas fica a interrogação. E se não tivesse saído a vaga de UTI? Passaram informações falsas?”, questionou.
Atualização: 7/1/17 às 16h07