Secretaria de Saúde faz ‘devassa’ na vida de servidores?



Denunciante afirma que vida funcional de quadros da SES-DF e de ex-secretário de Saúde do DF estão sob levantamento

Por Kleber Karpov

Após as divulgações dos áudios dos áudios gravados pela presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde do DF (SindSaúde-DF), Marli Rodrigues, que envolveu o vice-governador do DF, Renato Santana (PSD), o então ouvidor do GDF, Valdecir Medeiros e o ex-secretário de Estado de Saúde do DF (SES-DF), Fábio Gondim (15/Jul), Política Distrital recebeu denúncia (22/Jul) que a SES-DF está fazendo uma ‘devassa’ na vida de alguns servidores da saúde.

De acordo com o denunciante, que pede para não ser identificado, a SES-DF está juntando dados e fatos da vida funcional de alguns servidores e até mesmo de Fábio Gondim, que não faz parte dos quadros da Secretaria.

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“São cópias de folhas de ponto, escala de serviço, quantidade de faltas e atestados médicos, entre outros dados, que, através da SUGEP [Subsecretaria de Gestão de Pessoas] estão sendo juntados.“, afirmou.

O caso seria compreensível, se as pessoas supostamente investigadas fossem, exclusivamente, servidores envolvidos nos áudios gravados por Marli Rodrigues, além da própria sindicalista. Porém, chama atenção que outros nomes aparecem na condição de servidores, sob possível, investigação da SES-DF.

Mas, segundo o denunciante, além de Marli Rodrigues, que tem dois Processos Administrativos Disciplinares (PADs) sobrestados, durante a gestão do ex-governador Agnelo Queiroz (PT), as vidas funcionais de outros servidores também estão sendo levantadas.

“O que chama atenção é o fato desses dados serem de pessoas específicas: Marli – Presidente do Sindsaude, Gutemberg [Fialho]- Presidente do SindMédico, Sirlene [Almeida]- servidora ligada ao SindSaúde, Fábio Gondim – ex-secretário, e Flávia Gondim, ex-SUGEP. Curioso observar que Marli e Gutemberg estão afastados para exercerem seus mandatos nos respectivos sindicatos, o ex-secretário Fábio Gondim não é servidor do GDF, e a servidora Flávia Gondim esteve cedida entre fevereiro de 2012 à outubro de 2015, quando retornou à SES assumindo o CNE [Cargo de Natureza Especial] na Subsecretária de Gestão de Pessoas. Ela [Flávia Gondim], por exemplo, era dispensada do registro de ponto eletrônico.”.

O que diz a SES-DF?

Política Distrital questionou sobre a suposta ‘devassa’ na vida dos servidores da SES-DF. Por meio da Assessoria de Comunicação (Ascom), a resposta foi seca: “A informação não procede.”.

Investigando o quê?

Embora a SES-DF negue o evento, mas ao supor que possa ocorrer, isso traz uma série de perguntas. Qual a finalidade desse levantamento? Por que pessoas sem envolvimentos com os áudios também estão, supostamente, sob investigação? Tais investigações ocorrem apenas em decorrência dos áudios ou a lei da mordaça volta à cena? Há servidor sob investigação por postagens em redes sociais?

Até Flávia Gondim?

Em tempo, um nome mencionado chama atenção, o da ex-Sugep Flávia Gondim. Isso porque após Política Distrital, publicar matéria intitulada ‘Redução das 40 mil horas extras pode evitar OSS, permitir 1.166 nomeações e concessão de 40 horas à 1.966 servidores, sem aumentar custo da Saúde’ (18/Jun), algumas pessoas ligadas à Saúde do DF, inclusive gestores, questionaram a este articulista, a fonte da informação. À época alguns questionaram a possibilidade de ser a atual, ou,  a ex-SUGEP, Flávia Gondim, com quem Política Distrital teve contato na CLDF há alguns meses, ocasião em que concedeu uma entrevista ao Blog.

Mas tais questionamentos chamaram atenção porque, embora o Blog esteja impedido de revelar a fonte, o blog pode afirmar não haver procedência em nenhuma das duas indicações. Será que Flávia Gondim está na lista por esse episódio, uma vez que não apareceu o áudio? Parece que os leitores não se atentaram, na matéria, à menção “gestora da cúpula”. Às vezes o pecado mora ao lado.



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