Secretaria de Saúde institui comissão inédita de promoção do método canguru no DF

Iniciativa é pioneira entre as unidades da Federação e visa estimular a prática nos leitos de neonatologia do DF



Lorena Santana

O Distrito Federal é a primeira unidade da Federação a instituir uma comissão para estimular o uso do método canguru em recém-nascidos. A iniciativa foi oficializada pela Secretaria de Saúde (SES-DF) no mês da campanha Novembro Roxo, que conscientiza sobre a prevenção e os cuidados na prematuridade.

A criação da Comissão Distrital do Método Canguru (CDMC) consta na Portaria 446/2023, publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) de quinta-feira (9). O objetivo é normatizar, monitorar e subsidiar as políticas e os programas de apoio ao método canguru.

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Atualmente, a SES-DF possui 48 tutores ativos de diversas áreas que compõem a comissão. Os profissionais monitoram e promovem a política do método dentro dos 250 leitos de unidades de neonatologia do DF.

A coordenadora da Política de Aleitamento Materno, Mariane Borges, explica a importância da técnica. “É um modelo de assistência humanizada ao recém-nascido de baixo peso que envolve ativamente a família no cuidado.”

O método canguru ajuda no desenvolvimento cerebral do bebê e no aleitamento materno, além de promover o vínculo com os pais. Foto: Breno Esaki/Arquivo/Agência Saúde-DF

Ainda de acordo com a profissional, o método ajuda a quebrar o paradigma de que o bebê prematuro precisa ficar isolado. “São medidas que ajudam no desenvolvimento cerebral do bebê, favorecem o aleitamento materno, promovem vínculo com os pais e ainda apresentam a vantagem de ser de baixo custo para a unidade de saúde”, completa.

O método canguru é dividido em três etapas. A primeira começa no pré-natal, com a identificação da gestação de risco e a internação hospitalar, com o recém-nascido assistido na Unidade de Terapia Intensiva (Utin) e/ou na Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional (UcinCO).

“Nesta etapa, os pais têm livre acesso ao bebê e são orientados e estimulados a participarem dos cuidados. As mães participam ativamente no toque e diálogo, além de realizarem a extração manual do leite a ser ofertado”, explica a fonoaudióloga e tutora do método canguru no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), Caroline Ribeiro.

Dividido em três etapas, o método canguru derruba a crença de que o bebê prematuro precisa ficar isolado. Foto: Breno Esaki/Arquivo/Agência Saúde-DF

Depois que alguns critérios específicos são alcançados, mãe e bebê são transferidos para a segunda etapa que corresponde à Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (UCINCA). Nela, permanecem juntos 24 horas por dia, o que faz com que os laços familiares se fortaleçam e a mãe passe a adquirir segurança em relação aos cuidados, o que permite a alta para casa.

Já a terceira etapa é iniciada em até dois dias após a alta, nas consultas a nível ambulatorial. O acompanhamento ocorre em parceria com a Atenção Básica até o bebê completar 40 semanas de idade gestacional e 2.500 gramas. O HRT é referência na técnica e possui 24 leitos que compõem a unidade de neonatologia.

Novembro Roxo

Em 2023, a campanha global do Novembro Roxo tem o tema “Pequenas ações, grande impacto: contato pele a pele imediato para todos os bebês, em todos os lugares.” A cor roxa simboliza a sensibilidade e a individualidade, que são características típicas dos bebês prematuros.

Para celebrar o mês, diversas unidades da rede do DF planejam ações com as famílias e os bebês. Além de ensaios fotográficos, a programação possui palestras, bingo, artesanato, cinema, rodas de conversas e música.



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FONTEAgência Saúde DF
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