Secretaria mente, não tem controle ou omite contaminação e morte por H1N1 no DF?



Dois dias após afirmar não haver casos de mortes por H1N1, no DF, SES-DF convoca coletiva para anunciar morte ocorrida em 30 de março

Por Kleber Karpov

A Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF) convocou uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (11/Abr), para anunciar a morte de uma pessoa por ação de gripe do proveniente do vírus Influenza H1N1. O caso ocorre dois dias após a SES-DF afirmar, à imprensa do DF e, no dia seguinte ao Política Distrital, que ocorreram apenas três casos em 2018, sem incidência de óbito.

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Na coletiva, estranhamente, o Secretário de saúde, Humberto Lucena Pereira da Fonseca, anunciou que somente na terça-feira (10/Abr), exames confirmaram o motivo do óbito de um homem de 54 anos, morto em 30 de março, no Hospital Regional de Ceilândia (HRC).

Estranhamente

Política Distrital (PD), acionou a SES-DF, na tarde de terça-feira (10/Abr), para apurar a denúncia de existência de três “crianças com grande suspeita de H1N1, duas (02) estão no box de emergência pediátrica e (01) na sala de isolamento” no Hospital Regional de Taguantinga (HRT), suspeitas de contaminação por H1N1. O caso foi divulgado pelo blog Em Defesa da Saúde (Vide Aqui).

Tal informação foi, prontamente, refutada pela SES-DF. “Não há nenhum caso de criança internada com H1N1 no HRT. O DF registrou, somente, um caso este ano que evoluiu para cura.”, mencionou a SES, às 17h50 do mesmo dia.

Retardo reincidente?

O caso do anúncio da morte do homem, por H1N1 somado a constantes omissões e mentiras por parte da SES-DF, em posicionamentos oficiais sobre demandas da Saúde, encaminhadas à PD, remete a outro caso, o que pode configurar um ‘retardo reincidente’ por parte dos gestores da Secretaria de Saúde.

Em 29 de dezembro de 2017, a SES-DF anunciou a primeira ocorrência de morte, de pessoa residente no DF, em decorrência de febre amarela, por infecção pelo vírus Aedes Aegypt. A vítima, um psicólogo, sem nome revelado, de 43 anos era morador do Sudoeste.

Embora a SES-DF tivesse conhecimento do caso há mais de 30 dias, em relação à data do anúncio (29/Dez), a pasta chegou a alegar que só houve a confirmação em 21 de dezembro daquele ano, porém, PD demonstrou que, em 24 de novembro, reportagem do G1 abordou que, exames já confirmavam a contaminação, do psicólogo por febre amarela. E ainda que na ocasião a SES-DF chegou a colocar um carro de fumacê na Região Administrativa Sudoeste, distante há cerca de 20 quilômetros do local da contaminação por parte do psicólogo.

Dúvida razoável

De volta à coletiva, o secretário de Saúde do DF, Humberto Lucena Pereira da Fonseca admitiu a circulação do virus no DF, ao anunciar o óbito por força da H1N1. Mas a pasta tenta vender ar de normalidade.

“O vírus do H1N1 está circulando no DF, o que não ocorreu no ano passado. Estamos agora em uma grande sazonalidade de doenças respiratórias, mas não é algo que foge à normalidade”, disse o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, sobre o aumento de casos de doenças respiratórias nesse período.”.

Porém, a gravidade do surto de gripo H1N1, com óbitos registrados no estado de Goiás, acenderam o sinal de alerta da população. Por lá, a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), com um total de nove mortes registradas, oito por H1N1 e um por H3N2, conseguiu antecipar, junto ao Ministério da Saúde, a entrega de doses de vacinas, para que a população comece a ser imunizada, ainda nessa semana.

A SES-DF, por sua vez, reafirma que deve respeitar o calendário nacional de vacinação. Com isso, os grupos prioritários devem começar a receber doses da vacina, na rede pública do DF, em 23 de abril.

Opinião

A julgar que até a noite de terça-feira (10/Mar) a SES-DF negou veementemente casos de morte por H1N1, no DF, e no dia seguinte, muda a versão. Dado o histórico de anúncios, ações e inércia da SES-DF, somadas à mentiras, aparente falta de controle e omissões, à população do DF, se for esperta, que se cuide.



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